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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 03 de julho de 2024 às 12:43 h | Autor:

Interpretação da história

Confira a coluna de Tostão: cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970

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Alemães comemoram vitória sobre a  Dinamarca
Alemães comemoram vitória sobre a Dinamarca -

Alemanha e Espanha, as duas seleções que atuaram melhor na Eurocopa até este momento, devem fazer um jogo equilibrado pelas quartas de finais. A Espanha está um pouco melhor, mas a Alemanha joga em casa. O tempo passa e o fator campo continua forte em todo o mundo, mesmo com a experiência de ter jogado partidas importantes fora do país e mesmo com a enorme presença das duas torcidas. Os times anfitriões se sentem mais seguros, corajosos, acolhidos, enquanto os visitantes costumam ficarem tensos, desamparados por jogar em outro país. É a fragilidade humana.

Vai ser imperdível ver Rodri de um lado e Kross do outro, dois mestres meio-campistas, que raramente erram passes. Os grandes passadores não são apenas os que dão passes para gols, mas também os que fazem as escolhas certas, simplificam, não tentam os passes impossíveis e não dão a bola para o adversário.

No inicio do futebol, há quase 150 anos, os times jogavam com dois zagueiros, três médios e cinco atacantes. Os centromédios, como Rodri, eram geralmente os craques da equipe, pois tinham a ampla visão do conjunto e precisos passes.

Nas Copas de 1958 e 1962, vencidas pelo Brasil, a equipe jogava no 4-3-3, com Zito de centromédio entre Didi e Zagalo, um ponta que recuava para formar um trio no meio campo. No mundial de 1970 o centro médio era Clodoaldo, entre Gerson e Rivelino.

A seleção brasileira de 1982 era diferente por ter dois meio-campistas excepcionais (Falcão e Toninho Cerezo) que jogavam de uma intermediaria a outra, além dos meias Zico e Sócrates, à frente dos dois, formando um quarteto, um quadrado. Os pontas Éder e Paulo Isidoro iam também para o meio para armar as jogadas. Daí nasceu o personagem Zé da Galera criado por Jô Soares que no telefone (orelhão) gritava para o técnico: “bota ponta Telê”.

Apesar da derrota para a Itália, a seleção de 82, encantou o mundo e ficou na história. Mesmo assim, os técnicos brasileiros colocaram a culpa da derrota na pouca marcação no meio campo e a partir daí dividiram o setor entre os volantes brucutus que marcam e os meias que atacam. Desapareceram os grandes meio-campistas que só recentemente, passaram a ser formados e valorizados. Há vários bons no Brasil e na seleção, porem, falta ainda um grande craque nesta importante posição, no nível de um Rodri, um Kross.

As equipes modernas que priorizam a aproximação no meio campo para troca de passes e ter o domínio da bola e do jogo, não são cadenciadas, lentas como muitos acham. Sabem esperar o momento certo de acelerar em direção ao gol, como fazem os dois melhores times do mundo, Manchester City e Real Madrid.

Precisamos conhecer o passado para compreender o presente e sonhar com o futuro, embora a história seja feita também de interpretações, dúvidas e não apenas de fatos.

Má atuação

Bruno Guimarães em jogada com o colombiano James Rodriguez
Bruno Guimarães em jogada com o colombiano James Rodriguez | Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Em um jogo bastante físico e de muita marcação, sem brilho, Colômbia e Brasil empataram por 1x1. Com isso, Colômbia ficou em primeiro do grupo e vai enfrentar o Panamá, enquanto a seleção brasileira jogará contra o Uruguai, sem Vinicius Junior, que levou mais um cartão amarelo. O Brasil fez um primeiro tempo razoável e um segundo muito ruim. O meio campo não conseguia trocar três passes seguidos e não se aproximava dos atacantes. A Colômbia teve mais chance de vencer. As substituições feitas por Dorival Junior foram equivocadas piorando ainda a equipe. Triste ver a seleção jogar tão mal.

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