A avaliação do Governo Jerônimo
Confira a coluna Conjuntura Política
A pesquisa Genial/Quaest divulgada semana passada (12) aponta uma queda na aprovação do governo Jerônimo Rodrigues (PT), um sinal de alerta na articulação e coordenação política do governo no sentido da representação de como os baianos percebem as políticas públicas sob responsabilidade governamental.
O índice de aprovação do governo caiu de 63% em abril para 54% em dezembro, uma redução de nove pontos percentuais. Já a desaprovação do governo aumentou de 32% para 35% no mesmo período. Quando os dados de avaliação são desagregados por região, a avaliação negativa na capital baiana foi de 36%, 21% nas áreas metropolitanas e 19% nos municípios do interior, isto é, os desafios políticos da gestão do governador está ligada a um “cinturão urbano” exatamente onde o desafio do PT e da base aliada nas eleições de 2024 ficaram a desejar.
Outro elemento estratégico a ser analisado conforma-se em uma avaliação regular alta, sendo de 34% na capital, 29% na área metropolitana e 32% no eleitorado do interior. A queda na avaliação positiva do governo estadual também atingiu o eleitorado em todas as faixas de escolaridade e renda. Mais preocupante é que a avaliação positiva cai entre os eleitores de Lula de 47% (abril) para 40% (dezembro) e sobe de forma significativa a avaliação negativa entre os eleitores de Bolsonaro de 34% para 43%.
A pesquisa também buscou entender a percepção de melhora ou piora na percepção dos baianos sobre a vida no estado, sendo que 42% acham que a vida está melhorando e 23% que a vida está piorando e 30% avaliam que está igual. Entre os eleitores de Bolsonaro, a queda entre os que avaliam que a vida está melhorando foi de 26% para 16%. Entre os eleitores de Lula de 56% para 51%. Também está caindo a percepção dos que ouvem mais notícias positivas do que negativas, pois, reduziu de 44% para 38%. A proporção de notícias mais negativas do que positivas subiu de 24% para 34%.
Já na avaliação dos serviços públicos, o viés negativo de percepção da segurança pública (42%), do transporte público (37%), saúde (37%) e geração de emprego e renda (35%) representam preliminarmente preditores do voto que são estratégicos para a capacidade eleitoral de continuidade de poder dos petistas na Bahia.
O que está em jogo? Passada e eleição municipal a percepção do governo Jerônimo foi polarizada nos médios e grandes centros urbanos. A polarização nacional tambémseguirá levando os bolsonaristas a um realinhamento polarizado contínuo. De uma maneira geral, os desafios mapeados pela pesquisa da Quaest apontam os desafios do governo Jerônimo e justificam a estratégia do governador de alinhar uma reforma no seu secretariado que remodele a coordenação técnica e política do governo de olho em 2026.
*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected]