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Conjuntura Política

Por *Claudio André de Souza

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 13 de janeiro de 2025 às 8:09 h • Atualizada em 13/01/2025 às 11:40 | Autor:

A nova estratégia de comunicação de Lula

Sidônio Palmeira assume a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula esta semana

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Segundo pesquisa da Quaest, governo Lula tem 47% de desaprovação
Segundo pesquisa da Quaest, governo Lula tem 47% de desaprovação -

A semana inicia com a aguardada posse do publicitário baiano Sidônio Palmeira na chefia da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula. Essa mudança reflete uma estratégia para fortalecer a comunicação do Planalto, visando um "freio de arrumação" nas diversas pastas.

Sidônio possui um currículo consagrado, desde a vitória na campanha de Jaques Wagner em 2006 até a campanha eleitoral de Lula em 2022. Sua equipe especializou-se, de forma bem-sucedida, na comunicação com o eleitorado lulista e petista na Bahia e no Brasil.

A substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secom também reflete a necessidade de Lula realinhar a coordenação interna da comunicação governamental, considerada frágil mesmo após dois anos de mandato. A principal reclamação em Brasília é a incapacidade técnica do governo em efetivar uma estratégia digital para disputar, em tempo real, as redes sociais, lembrando que o bolsonarismo sempre esteve em uma zona de conforto diante da sua grande capacidade de mobilização digital.

A derrota do governo nas redes reflete-se nos números. A última pesquisa da Quaest realizada em dezembro mostrou Lula com 47% de desaprovação. Segundo a pesquisa da AtlasIntel divulgada na semana passada (10), o governo Lula é considerado ruim ou péssimo por 44,6% dos brasileiros. Ambas as pesquisas reforçam que o governo tem fracassado na missão de despolarizar parte do eleitorado brasileiro, o que daria vantagem ao petista nas pesquisas eleitorais.

Os sintomas de uma comunicação estratégica débil são evidentes desde o início do governo Lula. A polêmica do "imposto das blusinhas" na taxação das importações, afetando a imagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nunca foi superada. Recentemente, o monitoramento do Pix ganhou destaque nas redes devido a uma nova Instrução Normativa da Receita Federal, causando pânico nos brasileiros.

A medida levantou suspeitas de que o governo pretende cruzar dados de pessoas físicas ou cobrar imposto sobre uma forma de transação financeira amplamente utilizada pelas famílias brasileiras, especialmente no mercado de trabalho popular e informal em todos os municípios. Independentemente da medida e de seus propósitos, o governo demonstrou como não se deve anunciar uma medida burocrática sem uma estratégia de rede bem delineada, incluindo a contenção de crises e disputas de narrativa.

A chegada oficial de Sidônio na linha de frente do governo Lula tem uma estratégia clara com prazo determinado: elaborar uma nova estrutura digital de comunicação e de disputa política nas redes que eleve a defesa do governo. A reeleição de Lula depende de uma virada digital. O próximo presidente eleito precisará priorizar as redes sociais como espaço político.

*Claudio André de Souza - Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB)*

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