Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > CONJUNTURA POLÍTICA
COLUNA

Conjuntura Política

Por

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 06 de outubro de 2025 às 6:05 h | Autor:

Novo cenário para o lulismo

Confira o artigo de Cláudio André de Souza

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Presidente Lula (PT)
Presidente Lula (PT) -

Há menos de um ano da eleição presidencial, diversas pesquisas apontam um cenário inicial de inflexão na popularidade do governo do presidente Lula (PT), que o consolida no centro da disputa. Na pesquisa recente do Ipsos-Ipec, o governo aparece com 44% de aprovação e 51% de desaprovação, um saldo negativo semelhante com o que Lula tinha em 2005, uma aprovação de 45% ante uma desaprovação de 49%.

A virada de cenário se dá dentro de uma polarização que ainda mobiliza a maioria dos eleitores dos dois espectros ideológicos (lulismo x bolsonarismo), mas há fatos novos que devem ser levados em consideração. O governo melhorou a comunicação endógena com segmentos específicos de eleitores, estabelecendo uma linguagem própria para cada camada social, além de recalibrar a capacidade geral estratégica com a delimitação de uma nova agenda política.

Tudo sobre Conjuntura Política em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

A primeira agenda política envolve a reação aos Estados Unidos em torno da pauta da soberania. A resposta à ofensiva tarifária americana, a defesa de setores estratégicos e o discurso de autonomia recolocaram o governo em sintonia com parcelas da sociedade que não são categoricamente lulista, mas estão mobilizados pela defesa dos interesses nacionais.

A segunda agenda mirou o bolso de quem arbitra eleição: a classe média assalariada formal é o centro da estratégia que levou à aprovação na semana passada da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil reais, beneficiando, segundo o governo federal, até 16 milhões de brasileiros a partir de 2026.

A terceira agenda política em debate é a proposta de adoção da tarifa zero no transporte público, que tem capacidade de atingir o orçamento de milhares de famílias brasileiras que ainda utilizam o transporte público diariamente nas grandes e médias cidades. Um projeto deste tipo consegue conectar o governo diretamente às pessoas sem intermediários federativos como estados e prefeituras.

A quarta agenda que pode consolidar a recuperação de popularidade do governo é o fim da escala 6x1 como uma pauta que mobiliza um grande contingente da classe trabalhadora envolta em um modelo predatório de jornada de trabalho que só piorou após a reforma trabalhista aprovada no governo de Michel Temer (MDB).

Estas quatro agendas formam um mosaico que reposiciona o governo no debate nacional. A nossa hipótese é que o lulismo elabora um pacto de bem-estar social com a classe média como estratégia eleitoral imediata para 2026. O cálculo não é acidental, pois, o governo entende que os governos melhoram a sua avaliação mais perto das eleições. Mais que isso, Lula necessita ter mais apoio e aprovação nos grandes centros urbanos onde estão o maior contingente de eleitores “despolarizados” e mais pragmáticos na decisão do voto.

*Cláudio André é professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco