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Conjuntura Política

Por Cláudio André de Souza*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 10 de janeiro de 2022 às 6:00 h | Autor:

O combate à Covid-19 não pode entrar de férias

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Não precisa ser especialista em saúde pública para enxergar que relaxamos no combate à pandemia por causa do desejo que a maioria das pessoas tem de encontrar amigos e familiares e fruir de momentos de lazer. A Bahia possui forte vocação turística, o que propicia a circulação de pessoas e a criação de uma cadeia de serviços relacionados, com shows, espaços de cultura, bares e restaurantes jogando a favor da aglomeração.

Para se ter ideia, perdemos 7.663 vidas em Salvador até 28/11/2021, e houve uma curva de crescimento brutal entre os meses de dezembro de 2020 e março de 2021, último verão soteropolitano, quando 2.190 pessoas se foram. Com mais um verão a caminho, como uma das soluções imediatas, podem-se criar Grupos de Trabalho relacionados a Turismo, Cultura e Lazer nas prefeituras e no governo estadual, que reelaborem, de forma urgente, medidas importantes que possam evitar mais uma catástrofe.

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Se, nos últimos meses, havia quem defendesse a realização do carnaval nos moldes tradicionais, a realidade sombria aponta para a necessidade de se repensarem as formas de flexibilização do isolamento; por exemplo, ainda é possível manter shows com grande aglomeração em locais fechados? Que fiscalização e orientação o poder público e os empreendimentos fazem quanto ao uso de máscara? Existe uma política pública de distribuição gratuita de máscaras adequadas (cirúrgica descartável ou PFF2) acontecendo nesse momento no estado? Existe obrigatoriedade de as empresas de comércio e serviços fornecerem tais máscaras para quem está na batalha, ou esse custo está ficando para os trabalhadores? E os shoppings não deveriam ser pontos de testagem amostral, com custo bancado pelos empresários? De que forma novas medidas podem assegurar, na prática, que as praias mantenham um mínimo razoável de isolamento? Ou assistiremos, inertes, às aglomerações diárias na capital e nos demais municípios baianos?

Essas perguntas não nos deixam cair na esparrela de acharmos que está tudo bem. Na Bahia, estamos perto do pior cenário já registrado ao longo da pandemia. Na quinta passada (6), o estado registrou 1.288 novos casos de Covid-19; a maior taxa contabilizada em um único dia foi em 12 de agosto de 2020, quando se notificaram 1.362 infecções. Os casos de Covid-19 em Salvador saltaram 270% em um mês e no final de semana do réveillon aumentamos em 28,6% os casos de infectados pela H3N2.

O cenário é ainda mais caótico para as crianças. Na sexta (7), em Salvador, tínhamos apenas 3 leitos disponíveis de UTIs pediátricas e 93% de ocupação em enfermarias pediátricas. Quais políticas estão sendo pensadas para preservar nossas crianças? E como fica a segurança do ano letivo 2022? Precisamos de respostas — e de governantes que “olhem para cima”!

*Professor Adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições” (Juruá, 2020). E-mail: [email protected]

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