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Conjuntura Política

Por Claudio André de Souza*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 17 de outubro de 2022 às 9:22 h | Autor:

O perfil dos novos deputados baianos

Grau de renovação da Câmara Federal alcançou 31%, abaixo dos anos anteriores

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Imagem ilustrativa da imagem O perfil dos novos deputados baianos
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Dos 39 parlamentares eleitos na Bahia, 12 não são deputados federais na legislatura atual, o que representa quase 31% de renovação. O grau de renovação observado nestas eleições não teve grandes sobressaltos quando comparada às eleições anteriores, sendo que foi de 35,9% em 2018, 41% em 2014 e 48,72% em 2010.

O perfil dos novos deputados eleitos aponta para dois perfis distintos: o primeiro fator é a “herança política” como estratégia fundamental para a vitória nas urnas. A eleição de Gabriel Nunes (PSD) contou com a herança das bases do seu pai, o atual deputado federal José Nunes (PSD). A mesma situação ocorreu com Neto Carletto (PP), que foi eleito na sua primeira candidatura, contando com o apoio do seu pai, o deputado federal Ronaldo Carletto (PP).

A deputada eleita Roberta Roma (PL), também foi herdeira das bases do seu companheiro, o ex-ministro João Roma (PL), que foi candidato ao governo baiano e deputado pela primeira vez nas eleições de 2018. O outro perfil de políticos eleitos é o de lideranças experientes com carreira consolidada e com bases eleitorais estabelecidas em eleições anteriores. É o caso de Ivoneide Caetano (PT), que além de herdar as bases eleitorais do seu cônjuge, o ex-prefeito de Camaçari Luiz Caetano (PT), foi candidata a prefeita do município em 2020, obtendo 40,52% dos votos.

O mesmo perfil é observado no deputado eleito Ricardo Maia (MDB), prefeito duas vezes de Ribeira do Pombal (BA), assim como os deputados estaduais Capitão Alden (PL), Dal (UB), Diego Coronel (PSD) e Léo Prates (PDT), ex-secretário de Saúde de Salvador durante a pandemia de Covid-19.

Já a ex-vereadora de Salvador Rogéria Santos (Republicanos) é ligada à Igreja Universal e foi secretária de ACM Neto, sendo a quinta deputada mais votada em Salvador. Ela possui perfil semelhante ao do vice-governador João Leão (PP) e de Paulo Magalhães Jr. (PSD), ex-deputado e que agora conquistou mais um mandato em Brasília.

Sem dúvida, o perfil dos novos deputados baianos tem a prevalência das carreiras políticas experientes. Na Bahia, continuamos a ter uma bancada majoritariamente eleita pelo PT, PSD, PP e União Brasil (fusão do DEM com o PSL). Foram 23 dos 39 deputados eleitos pelos quatro partidos, um padrão de competição que caracteriza as últimas quatro eleições baianas.

Os novos deputados federais terão como desafio imediato consolidarem as suas bases eleitorais, o que requer um ritmo de trabalho e liderança mais intensos, algo bom para a representação política. Se for em uma nova legislatura sem a presença do inescrupuloso “orçamento secreto”, a democracia sai ganhando em dobro, deixando de lado um esquema perverso na destinação de dinheiro público sem a devida transparência.

*Cláudio André é Professor Adjunto de Ciência Política da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições” (Juruá, 2020). E-mail: [email protected]

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