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Conjuntura Política

Por Cláudio André de Souza*

ACERVO DA COLUNA
Publicado Monday, 17 de June de 2024 às 0:00 h | Autor:

O voto na Região Metropolitana de Salvador

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A fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980 e sua inserção na sociedade civil consolidou sua presença nas áreas urbanas, desempenhando um papel fundamental nas lutas sociais, como direito à moradia, transporte público e defesa dos direitos trabalhistas. Governando várias cidades e estados, o partido implementou políticas públicas focadas na inclusão social e na redução das desigualdades. No que se refere à carreira política, os petistas eleitos para prefeituras e mandatos legislativos tinham em sua maioria uma relação fortemente orientada para bases eleitorais urbanas e conectadas ao mundo do trabalho.

A nova configuração social e política de Salvador se deu a partir da década de 1950 diante de um processo de industrialização com a chegada da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) em Paulo Afonso em 1948. Logo em seguida teve o início das atividades da Petrobrás em Salvador na década de 1950. No final desta década, foi implantada a Refinaria Landulpho Alves (RLAM). Nos anos seguintes, tivemos um salto industrial com a implantação do Centro Industrial de Aratu (1966), o Polo Petroquímico de Camaçari (1972) e a ampliação do Porto de Aratu, já na década de 1980.

Este ciclo industrial impactou na projeção de uma linhagem política sindical do PT baiano no “chão das fábricas”, o que se traduziu em voto ao longo das eleições realizadas a partir da década de 1990 e nos anos 2000, impactando a RMS. Ao analisarmos o resultado das votações no segundo turno de 2022 para governador e presidente nos municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS) fica evidente um processo estável e hegemônico na preferência do voto no PT, pois, o presidente Lula obteve percentuais de votos variando de 66,36% (Lauro de Freitas) a 86,54% (São Sebastião do Passé) nos municípios da RMS.

Ao contrário do que se pensa, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) obteve vitórias expressivas no embate eleitoral com o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), vencendo em 8 dos 13 municípios da RMS, sendo que o pior resultado foi em Salvador com o petista obtendo somente 35,49% e o melhor desempenho com 61,66% em São Sebastião do Passé. Vale destacar que Jerônimo venceu nestes municípios em condições adversas, ou seja, em cidades com prefeitos que apoiaram intensamente o seu adversário.

Imagem ilustrativa da imagem O voto na Região Metropolitana de Salvador
| Foto: Reprodução

O desafio para as eleições municipais é entender até onde vai a lógica do voto na base lulista e petista nos municípios, isto é, de que forma os eleitores podem decidir o voto de forma condicionante ao apoio de Lula e Jerônimo a uma candidatura fincada em argumentos voltados para a polarização, algo como “preciso de um prefeito aliado aqui no seu município para afastar de vez o fantasma do bolsonarismo em 2026”. Isso ocorrerá na RMS?

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB) - [email protected]

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