Ano novo exige um olhar diferenciado para idosos
Coluna De Olho na Saúde deste domingo, 21

A chegada de um novo ano costuma despertar promessas, recomeços e metas. Mas, para muitos idosos, o calendário muda sem que nada ao redor se transforme. São homens e mulheres que atravessam a velhice na solidão, afastados dos filhos, ignorados pela família e, muitas vezes, confinados em instituições que deveriam oferecer cuidado, mas acabam funcionando como depósitos humanos.
O envelhecimento, quando vivido sem vínculos, torna-se um fator de risco importante para depressão, ansiedade e declínio cognitivo. “Estudos mostram que a solidão crônica pode ser tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo ou sedentarismo. E o isolamento afetivo, aquele em que a família existe, mas não se faz presente, costuma ferir ainda mais. A ausência de contato, escuta e carinho corrói a autoestima e reforça a sensação de inutilidade, algo devastador nessa fase da vida”, afirma o psiquiatra André Gordilho.
As Instituições de Longa Permanência para Idosos - ILPIs que deveriam oferecer cuidado integral, infelizmente nem sempre cumprem essa missão. “Muitas funcionam como depósitos humanos: falta equipe, estrutura e afeto. Mas, acima de tudo, falta presença familiar. A terceirização total do cuidado transmite ao idoso a mensagem implícita de que ele deixou de ser prioridade e isso adoece, ainda mais”, reforça o psiquiatra.
A velhice não deveria ser sinônimo de exclusão. Cuidar de quem envelheceu é um dever ético e afetivo, não um gesto opcional. A ciência confirma o que a sensibilidade já sabe: vínculos protegem, acolhem e prolongam a vida”, conclui Gordilho.
Especialista chama atenção de morte súbita em atletas
Especialistas em cardiologia acendem um sinal de alerta sobre o aumento dos casos de morte súbita cardíaca, um fenômeno silencioso que pode atingir pessoas com ou sem histórico de doença cardíaca.
Na população em geral, a morte súbita cardiovascular permanece um problema relevante, principalmente em adultos com fatores de risco como doença aterosclerótica, hipertensão e cardiomiopatias (embora as estimativas variem muito entre populações e critérios), alerta a cardiologista Luciana Cunha.
As principais causas de morte súbita em atletas jovens incluem cardiomiopatia hipertrófica, anomalias coronarianas e condições elétricas do coração, muitas vezes silenciosas antes do evento. Em atletas mais velhos são as doenças ateroscleróticas e coronarianas, especialmente em prática de esforço intenso.
A cardiologista chama atenção de grupos de corridas e atletismo entre adultos, maior que 35 anos, onde a incidência de eventos cardíacos começa a aumentar com risco cardiovascular da própria idade, não necessariamente pelo efeito do esporte, esclarece Cunha. Estes adultos, novos atletas, muitas vezes não fazem sequer uma avaliação com cardiologista, o que seria desejável para alguém com proposição a atividade física intensa a moderada.
“A chave para este trágico desfecho é a prevenção com controle de comorbidades e fatores de risco, além de avaliação cardiológica antes de iniciar atividade física, principalmente em adultos”, conclui a médica.

Planserv
O governador Jerônimo Rodrigues sancionou as mudanças nos valores de contribuição do Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Estaduais da Bahia (Planserv) com o novo critério de distribuição. O percentual irá iniciar com 5,5% da remuneração do beneficiário titular em 2026; a partir de 1º de janeiro o percentual sobe para 6%. O que se espera sobretudo é uma ampliação da rede credenciada e o retorno dos hospitais de alta complexidade que foram descredenciados.
Dezembro Laranja
No Brasil, cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados são câncer de pele. Aproveitando a campanha do Dezembro Laranja, que visa a conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico do câncer de pele, multiprofissionais da unidade do SUS, gerida pela Fundação Fabamed, situada no bairro do Pau Miúdo, reforçam a necessidade de orientar a população sobre sintomas, prevenção e a importância do acompanhamento adequado.
Aumento da judicialização
O aumento de ações judiciais para garantir tratamentos de saúde no Brasil foi tema de audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados na terça-feira (16). Esse quadro reflete o grande número de pedidos negados por planos de saúde e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), assim como as filas para conseguir fazer exames, consultas e cirurgias. Para o defensor público Ramiro Sant’ana, se as políticas públicas fossem efetivamente cumpridas, a situação seria outra. “Por lei, depois de incorporar um tratamento, o SUS tem 180 dias para disponibilizá-lo em todo o território nacional. É um prazo razoável, mas que não costuma ser respeitado. E, como o tratamento não é disponibilizado, resta ao cidadão recorrer à Justiça”, disse.
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