Após 134 anos, o comando é dela: Mônica Aguiar na FDUFBA
Coluna Direito e Justiça desta terça-feira, 28

Pela primeira vez em 134 anos, a Faculdade de Direito da UFBA será dirigida por uma mulher. A professora e doutora Mônica Aguiar foi eleita diretora da FDUFBA ao lado do vice Francisco Bertino, marcando um novo tempo de transformação, escuta e compromisso com a comunidade acadêmica.
Série Especial: ELEIÇÕES no TJBA
A Coluna Direito & Justiça traz hoje a segunda entrevista da série especial com os candidatos à Presidência do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA). O objetivo é oferecer ao leitor uma visão plural e transparente sobre os desafios e perspectivas para o futuro da Justiça baiana.
Após a entrevista com a desembargadora Ivone Bessa Ramos, o destaque desta edição é o desembargador Edmilson Jatahy Fonseca Júnior, que fala sobre temas centrais de sua proposta de gestão: tecnologia e humanização no Judiciário, valorização e desigualdade interna e transparência e credibilidade institucional.
Encerrando a série, a próxima entrevista será com o desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano.
Desembargador, ao defender uma gestão que una eficiência tecnológica e valorização humana, como garantir que o avanço da inteligência artificial não torne a Justiça automatizada e distante das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis?
A tecnologia é aliada da Justiça, mas nunca substituirá o olhar humano que garante empatia e equidade. O uso da IA deve ser ético, transparente e orientado por magistrados e servidores. Modernizar é aproximar o cidadão. Na nossa gestão, um dos projetos vai levar a todos os municípios baianos, os Pontos de Inclusão Digital (PIDs), espaços criados para garantir a todas as pessoas acesso a computadores, internet e promover a capacitação digital, tornando a inovação um instrumento de inclusão e cidadania.
A valorização do capital humano é um dos pilares da sua proposta. Como o senhor pretende reduzir as desigualdades entre unidades da capital e do interior e transformar esse princípio em ações concretas no dia a dia da Justiça?
A valorização começa pelo reconhecimento de que o Tribunal é feito por pessoas dedicadas, com o mesmo compromisso, na capital e no interior. O desafio é garantir condições ideais de trabalho. Vamos mapear carências, adotar políticas de redistribuição estrutural e tecnológica, e implantar um plano de equalização das unidades judiciais, com metas para infraestrutura, capacitação e conectividade. A valorização é real quando estão disponíveis ferramentas e apoio necessários para servir melhor à população.
O senhor defende o fortalecimento do TJBA como guardião dos direitos e da democracia. Como pretende torná-lo mais acessível e próximo da sociedade e da imprensa, fazendo da transparência um instrumento real de credibilidade, e não apenas de imagem?
O nosso tribunal tem o dever de ser compreendido pela sociedade e pela imprensa, e não apenas conhecido. O fortalecimento da reputação institucional passa pela comunicação responsável e pela aproximação com meios de comunicação e formadores de opinião. A transparência, ato de confiança pública, precisa ser um instrumento pedagógico e participativo, que mostre resultados e reconheça desafios. O cidadão confia mais em uma instituição que fala a verdade, aberta ao diálogo e que aprende com a crítica.
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