Qual é o papel do CEO na implementação da reforma tributária dentro das empresas?
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A reforma tributária é, para muitos, uma simples mudança técnica, uma alteração nos números e nas planilhas fiscais. Contudo, para aqueles com visão aguçada, ela representa uma oportunidade rara de reinvenção, uma verdadeira transformação corporativa.
E quem deve estar à frente desse processo de mudança? O CEO. Imaginemos a reforma tributária como uma grande tempestade que se aproxima. Ela traz ventos intensos, transformações imprevistas e o desafio de se manter firme no caminho correto.
O CEO é o capitão desse navio, responsável por guiar a direção. Sua presença nas primeiras fases dessa transformação não é meramente simbólica, mas essencial. Ao se envolver desde o início, ele transmite uma mensagem clara à organização: “A mudança é real e estamos preparados para enfrentá-la.”
É o seu olhar de liderança que dará o tom para todo o processo. Mas o capitão não navega sozinho. Para que o barco siga o curso correto, ele precisa confiar nas mãos habilidosas dos marinheiros que o acompanham. No cenário corporativo, esses marinheiros são o CFO e o head of tax. O CEO deve assegurar que esses profissionais não só possuam o conhecimento técnico necessário, mas também a autonomia para traçar estratégias que conduzam a empresa a portos seguros e prósperos. A reforma tributária não é uma batalha restrita aos números; é um esforço colaborativo, uma sinfonia que exige harmonia entre as áreas para que o som da mudança seja positivo.
Outro papel crucial do CEO é a comunicação. A tempestade pode ser desordenada, mas, se todos na embarcação souberem aonde estão indo, o medo da mudança se dissipa. O CEO precisa ser o tradutor dessa tempestade, transformando o que poderia ser um caos de incertezas em um diálogo claro e direcionado. Cada parte da empresa, desde os acionistas até os colaboradores, precisa compreender como as mudanças fiscais afetam seus respectivos setores. E não podemos esquecer dos clientes e fornecedores, que, como passageiros dessa jornada, precisam ser informados de maneira personalizada e cuidadosa. A comunicação, nesse caso, não pode ser um grito ao vento, mas uma bússola que orienta todos na mesma direção.
Ajuste de velas
Não podemos esquecer que a reforma tributária não se restringe apenas ao departamento financeiro. Ela reverbera por toda a empresa. Para que o navio não se perca em águas desconhecidas, todas as áreas precisam estar alinhadas. Logística, comercial, produção, recursos humanos — todas as velas precisam estar ajustadas para que a embarcação ganhe velocidade e não se desvie do curso. A reforma não é apenas uma alteração nas regras fiscais, mas uma oportunidade para a empresa se reorganizar, simplificar processos e até mesmo inovar. Uma chance de reforçar seu casco e torná-lo mais robusto para os desafios futuros.
No final, a reforma fiscal é um vento que pode tanto desestabilizar quanto impulsionar, e tal fato ocorrerá a depender do papel do CEO. Quando ele se posiciona de maneira clara, quando lidera com coragem e comunica com empatia, ele não apenas adapta a empresa ao novo cenário, mas transforma em uma jornada de crescimento, onde cada desafio se torna uma oportunidade de torna-la mais forte, preparada e competitiva.