Caldeirão de Aço - Ano da esperança
Aqueles que já estavam aqui e permanecerão no elenco terão um papel fundamental nessa transição
O ano de 2022, prestes a se encerrar, tem tudo para ser sempre lembrado no futuro como um dos mais importantes da história do Bahia. Pela volta à Série A, conquistando o acesso pela terceira vez, e, principalmente, pela chegada do Grupo City. Qualquer bronca pelos péssimos resultados do pífio primeiro trimestre e mesmo pela inconstância durante a Série B fica em segundo plano em relação a essas conquistas: as duas que mais importavam na temporada.
A esperança no ano de 2023 para uma mudança definitiva de patamar do Bahia pode ser notada a cada encontro entre tricolores em qualquer lugar do planeta. Financeiramente, esse upgrade já pode ser comprovado, pelos valores envolvidos nas negociações e pelo ganho em disputas por contratações. Resta ter paciência para que a subida de status esportivo acompanhe essa escalada. Não costuma ser imediata.
Mesmo com tantas novidades, e talvez até justamente por causa das mudanças, aqueles que já estavam aqui e permanecerão no elenco terão um papel fundamental nessa transição para uma nova era. Terão a responsabilidade de passar para os novos contratados o que significa representar o Bahia e qual a força da torcida tricolor. Principalmente porque há grande possibilidade de que muitos cheguem agora seduzidos pelo poder do conglomerado, e não tanto pela grandeza do Esquadrão. Que eles conheçam, identifiquem-se e deem muita alegria.
Ontem, o Bahia passou o dia anunciando novos nomes, todos já esperados pelo público atento às informações do mercado. Já era noticiado que o goleiro Marcos Felipe, o zagueiro David Duarte e o centroavante Everaldo estavam treinando no CT Evaristo de Macedo, mas o anúncio oficial acabou com qualquer dúvida. Com eles, já são sete oficializados. Os primeiros foram os zagueiros Marcos Victor e Kanu, o volante Nicolás Acevedo e o atacante Gabriel Teixeira. O também atacante Kayky e o meio-campista Diego Rosa, ambos já vinculados ao Grupo City, também aguardam anúncio. O zagueiro Raul Gustavo é outro nome forte.
Uma projeção de time titular para a próxima temporada, por enquanto, teria como titulares entre os remanescentes apenas os laterais André e Matheus Bahia e os meias Daniel e Mugni. Mas isso não quer dizer que os outros não terão utilidade.
Boto fé que Jacaré, por exemplo, terá papel fundamental no elenco, principalmente para incendiar as partidas nas segundas etapas. É sempre importante contar com jogadores com essas características no grupo. Acredito, inclusive, que era esse o papel imaginado para ele quando chegou ao clube, mas o carisma, o folclore, a entrega e os gols, aliados à falta de desempenho de concorrentes de posição, fizeram com que o camisa 29 assumisse um protagonismo não planejado. Pode ser que isso aconteça novamente em 2023. Mas, caso ocorra, que seja por méritos dele, representando uma evolução constante, e não pelo mau desempenho dos outros.
Daniel e Mugni parecem unanimidade entre os tricolores que conheço, mas tenho uma opinião impopular sobre a renovação com Ricardo Goulart, anunciada ontem pelo clube. Considero que o camisa 16 foi mais importante do que eu esperava para o acesso. E mostrou ser sério, com empenho visível durante as partidas. Apesar de a Série A ter um nível inegavelmente superior à Série B, não considero que a mudança de divisão represente obrigatoriamente um fim de linha para ele. A Segunda Divisão, mais pegada, parecia pior para o estilo e para as condições físicas de Goulart. Com uma boa pré-temporada e um time mais forte e mais organizado, pode contribuir com o elenco, mesmo se for reserva.