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Caldeirão de aço - Coincidências que animam

Publicado quinta-feira, 14 de outubro de 2021 às 06:02 h | Autor: Leandro Silva | Jornalista | [email protected]

No dia 12 de outubro de 2017, o Bahia também encarava o Palmeiras, em situação complicada no Brasileiro e no início do trabalho de um treinador. Era véspera do nascimento de meu afilhado Bernardo. O Bahia jogou surpreendentemente tanto naquela noite que tentei influenciar meu irmão, Lucas, a registrar o filho com o nome de Bernardo Edigar, em homenagem a Edigar Junio, autor dos dois gols do empate. A mãe logicamente impediria a ação motivada pela emoção.

Ontem, Bernardo, sem o nome composto, completou quatro anos, já consolidado como mais um representante da família na Nação Tricolor, que novamente termina um confronto tenso contra o Palmeiras com um empate, de certa forma injusto pelo domínio nas duas ocasiões, mas com motivos de esperança de uma subida na classificação no Brasileiro, pelo nível da atuação. Os dois confrontos de 12 de outubro guardam outras coincidências, além da data.

Se agora Guto fazia a segunda partida no comando técnico, em 2017 Carpegiani estava estreando. Naquela ocasião, o Bahia estava um ponto à frente da zona de rebaixamento, faltando apenas 12 jogos. Agora, o clube luta para sair da situação perigosa, restando 13 partidas. Curioso é que, apesar dos dois gols de Edigar, o Palmeiras também teve o goleiro como herói naquele embate, com defesas muito difíceis de Prass, que brilhou como Jaílson, anteontem.

Outra curiosidade é que, naquele jogo de 2017 o Bahia atuou com o padrão tricolor, mas a arrancada ficou marcada pela utilização, em três partidas das restantes, do terceiro padrão da época, vermelho, como o uniforme ‘Sangue’, que estreou na volta do público à Fonte na terça.

É claro que, como supersticioso convicto quando o assunto é Bahia, essas coincidências me animam, pois aquela partida precedeu uma arrancada que mudou o patamar do time no Brasileiro, deixando a luta contra o rebaixamento esquecida em pouco tempo. Mas, mais do que isso, trago essas lembranças para resgatar uma experiência em que a mudança no comando técnico fez toda a diferença e deu muito certo, fazendo com que o Bahia subisse na classificação, como espero que aconteça novamente agora, após esse início animador com Guto.

Sempre ouvimos falar que futebol é dinâmico e o que se vê agora com relação ao ânimo da torcida tricolor exemplifica perfeitamente. Apenas uma semana se passou, somente dois jogos, e a torcida, que em sua maior parte estava na bronca e no desânimo, já ganhou motivos para sorrir e sonhar com um restante de campeonato mais tranquilo e com mais alegria.

O início do trabalho anima. Quatro pontos de seis disputados, sem sofrer um único gol. Dos 23 jogos anteriores, o Bahia tinha terminado sem ser vazado apenas cinco vezes. Já sobre ficar dois jogos seguidos com a meta ilesa, tinha acontecido somente nos triunfos contra Chapecoense e Juventude, no primeiro turno. Vale lembrar uma novidade na escalação que contribuiu. Danilo Fernandes pegou demais no Paraná. Menos exigido na Fonte, também foi importante quando necessário.

Foi muito importante o triunfo, fora de casa, contra o Athletico, finalista da Copa Sul-americana. Ali, ainda apareceram muito mais falhas do que no jogo seguinte, em que, apesar do empate, o Bahia dominou completamente o Palmeiras, finalista da Libertadores, e ainda foi prejudicado com o pênalti ignorado em Matheus Bahia. O resultado conquistado no Paraná foi mais importante, mas a atuação mais segura contra os paulistas na Fonte, no reencontro com o público, tem uma importância simbólica muito grande, pois dá a nítida sensação de que o nosso Esquadrão vibrante voltou. E, como Bernardo já sabe, “ninguém nos vence em vibração”.

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