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Esporte A TARDE

Por Leandro Silva | Jornalista | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 15 de setembro de 2022 às 7:00 h | Autor:

Caldeirão de Aço - Dinastia tricolor

É imprescindível vencer o Operário e buscar resultados positivos longe de casa

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Nesses dias, o mundo acompanhou a proclamação do Rei Charles III e vem tendo contato com os primeiros passos dele à frente da monarquia do Reino Unido. Mas você sabe quem foram Charles I e Charles II? O primeiro reinou de 1625 a 1649, enquanto o filho dele teve o reinado de 1660 a 1685, mas isso foi lá na Grã-Bretanha. Por aqui, o Reino Tricolor também tem os seus Charles I e Charles II, ambos com experiência de combate no ataque.

O primeiro de seu nome é Charles Fabian Figueiredo Santos, baiano de Itapetinga, que iniciou a dinastia para entrar para a história do Esquadrão quando fez um golaço contra o Corinthians, na Fonte Nova, o primeiro dele na campanha do título brasileiro de 1988, aproveitando ajeitada de cabeça de Marquinhos, após cruzamento de Zé Carlos, dominando, girando e chutando forte, sem deixar cair, para fechar o 2 a 0 contra os paulistas.

Ele ainda marcou contra Criciúma, Santos e Sport. O mais importante foi justamente contra os pernambucanos, pois foi o único gol marcado pelo Tricolor naquele confronto de quartas de final, marcado por dois empates nos tempos normais e outra igualdade na prorrogação, garantindo a passagem para a semifinal.

Ele é um dos maiores nomes e o 25º maior artilheiro do clube, com 64 gols marcados, sendo 11 deles no Brasileiro de 1990, em que o atacante foi o artilheiro. Apenas ele e Léo Briglia, em 1959, alcançaram esse feito na Primeira Divisão pelo Esquadrão. Nesse ano, o Bahia fez outra boa campanha e chegou perto do tri, parando na semifinal contra o campeão Corinthians. Ele defendeu a Seleção Brasileira e chegou a encantar Maradona, tendo o passe adquirido pelo gênio argentino.

O segundo de seu nome tem participação muito mais modesta no mundo do futebol. O sergipano Charles Garangau Moura nem fez tantos gols assim, o que deixaria um leigo sobre o Reino tricolor confuso sobre a sua importância na riquíssima história de um clube que conta com a presença, inclusive, dos troféus de dois títulos brasileiros em seu belíssimo museu. É difícil explicar, mas para quem é torcedor do Esquadrão há importante espaço no coração para guardar um gol dele.

O feito que o colocou na história tricolor completará 15 anos daqui a menos de um mês, no dia 7 de outubro, mas permanece nítido em minha memória e no meu coração. Foi uma das minhas maiores emoções vividas na Fonte. Aos 50 minutos do segundo tempo, ele conseguiu fazer o gol do triunfo contra o Fast Club, na antiga Fonte Nova, que garantiu a passagem do Tricolor para a fase final da Série C de 2007, na qual o acesso seria conquistado.

Deixando de lado a brincadeira e a história e retornando para a atualidade, o Bahia segue com grandes dificuldades quando atua em missões fora do castelo da Fonte Nova, porto seguro do exército tricolor, que tem 77% de êxito nas batalhas locais nesta Série B. E é justamente lá que o Esquadrão tentará vencer o Operário na próxima rodada, buscando a segunda sequência de seis triunfos na Fonte na competição. A primeira foi nos seis primeiros jogos como mandante.

Como o Esquadrão só volta a campo no sábado da próxima semana, até lá o que se pode fazer é secar os adversários diretos, principalmente para que a diferença de pontos para o quinto colocado, Londrina, que estava em confortáveis nove pontos antes das duas missões longe de casa, contra Criciúma e Sport, não caia para preocupantes quatro pontos, já que o Tricolor conseguiu apenas um ponto, do empate contra o Criciúma, nos dois jogos. É imprescindível vencer o Operário e buscar resultados positivos longe de casa, contra Chapecoense e Novorizontino.

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