Caldeirão de aço - E os outros?
Não tem jeito. A bronca pode estar gigante, mas a proximidade da estreia no Brasileiro, amanhã, já coloca a ansiedade em nível altíssimo. A esperança vem chegando de mansinho, doida para se instalar de vez e tomar conta do pedaço. Mas é lógico que os maus resultados e as eliminações nas competições do primeiro trimestre aumentam a desconfiança com relação ao futuro do Bahia na Série B, que começa na Fonte, com jogo com cara de Série A, contra o Cruzeiro.
Principalmente porque até o fechamento deste texto o Bahia havia anunciado apenas três reforços: o goleiro César, o zagueiro Didi e o atacante Vitor Jacaré. É mais fácil concentrar no otimismo e acreditar que o time poderá ir bem na competição pelas peças que já contava e que demonstraram certa evolução nos três jogos mais recentes, e torcer para que tenham evoluído ainda mais nas três semanas de treino.
A situação do Bahia no primeiro trimestre todo mundo já conhece. Mas e os outros times? Até o momento, no ano, o Esquadrão já teve o confronto direto com três dos 19 adversários que irá encarar no Brasileiro. E conheceu os três tipos de resultado. Empatou com o CSA, venceu o Sampaio Corrêa e foi derrotado pelo Sport. Curiosamente, todos esses embates ocorreram na Fonte.
Se o desempenho do Bahia foi ruim, outros adversários também tiveram seus problemas em 2022. Até o momento, apenas Grêmio e Brusque, de Luiz Antônio e Fernandinho, conquistaram títulos estaduais. O Sampaio Corrêa, de Lucas Araújo, já está na decisão do Maranhense, enquanto CSA e CRB decidiriam ontem vaga na final do Alagoano, e o Sport decidiria vaga na semifinal do Pernambucano.
Com 49,01% dos pontos disputados, o Bahia tem o 13º melhor aproveitamento em 2022 entre os times da Série B. Só está à frente de CRB, de Maycon Douglas e Anselmo Ramón, com 45,61%, semifinalista do Nordeste, Guarani, de Ernando, eliminado nas quartas do Paulista, com 42,22%, Chapecoense, de Tiago Real, Maranhão e Xandão, com 42,85%, eliminada nas quartas do Catarinense, Tombense, com 35,41%, eliminado na primeira fase do Mineiro, em oitavo lugar. Além de Ponte, Novorizontino e Criciúma.
Ponte Preta e Novorizontino foram rebaixados no Paulista. A Ponte, de Lucca, Guilherme Santos e Fessin, tem 23,07%. Já o Novorizontino, de Lepo, Ligger e Romário, tem 7,69%, segue sem vencer no ano. O Criciúma, de Marquinhos Gabriel, com 16,7%, fez apenas duas partidas oficiais no ano, já que só joga a Segunda Divisão do catarinense a partir de maio. Foi eliminado na segunda fase da Copa do Brasil.
Entre todos, o melhor aproveitamento é justamente do adversário de amanhã, Cruzeiro, vice do Mineiro, com 70,83%. O CSA, de Gabriel, Bruno Paulista e Clayton, tem 68,42% e saiu nas quartas de final da Copa do Nordeste. O Brusque, campeão catarinense, tem 66,7%, enquanto o Grêmio, campeão gaúcho, 62,5%. Vasco, Sport e Náutico são outros dos principais adversários. Eliminado na semifinal do Carioca, o Vasco, de Yuri e Anderson Conceição, tem 57,7%. Vice do Nordeste, o Sport, de Rodrigão, Fábio Alemão, Ezequiel, tem 53,03%. O Náutico, de Kieza e Eduardo Teixeira, semifinalista do Nordeste e finalista estadual, tem 52,38%.
A única coisa em que indiscutivelmente o Bahia está à frente dos adversários é no quesito homem-gol. Com 12 gols marcados, sendo oito na Copa do Nordeste, em que foi artilheiro, e quatro no Baiano, Rodallega é hoje o segundo maior goleador do país, atrás apenas de Mário, do Fluminense do Piauí, que já fez 16. Mário, revelado pelo Bahia, foi autor da assistência para o golaço de Cajá, que definiu o triunfo por 3 a 2 contra o Bragantino, na Fonte, decisivo para o acesso para a Série A, em 2016.