Caldeirão de Aço - Equilíbrio necessário
Desafios para Enderson também é conseguir equilibrar bem a juventude, dos oriundos da base com a experiência de medalhões
O segredo do sucesso no futebol geralmente está associado ao equilíbrio, algo que vem sendo buscado incessantemente pelo Bahia na atual temporada. E o jogo passado, com um ótimo triunfo por 3 a 0 contra o Náutico, representou uma importante junção entre jogar bem e vencer, coisas que vêm se revezando em suas aparições no 2022 tricolor. Parecia uma regra, ou jogava bem ou ganhava. As duas coisas juntas? Difícil. O primeiro tempo nem foi bom, mas o time conseguiu evoluir na segunda etapa e aliou o bom futebol e a intensidade com a eficiência necessária para fazer a festa.
O triunfo serviu também para bater duas situações bem incômodas, que vinham atrapalhando a campanha do time, que eram a dificuldade para vencer em casa, algo que voltou a acontecer depois de quatro partidas como mandante sem triunfos pela competição, e a complicação para vencer adversários ocupantes da zona de rebaixamento. O momento para driblar esse retrospecto também foi oportuno porque faz a confiança aumentar para o jogo de sábado, contra o CSA, quando o Esquadrão tentará vencer a segunda seguida na Fonte, derrotando pela segunda rodada consecutiva um time que está na zona.
Um dos desafios para Enderson também é conseguir equilibrar bem a juventude de jogadores como Davó e Jacaré, que entraram muito bem e foram decisivos contra os pernambucanos, e dos oriundos da base com a experiência de medalhões como Rodallega, Luiz Otávio, Danilo Fernandes e alguns dos novos contratados, como Ricardo Goulart e Copete.
Venho destacando neste espaço a importância da utilização da base nessa campanha tricolor na Série B e o jogo passado contra o Náutico teve dois fatos que reforçam essa participação dos meninos. Bem no final, o meia Patrick Verhon, de apenas 17 anos, tornou-se o 11º jogador que atuou antes em competições de base pelo clube a entrar em campo nesta competição, juntando-se a Marco Antônio, Patrick, Matheus Bahia, André, Douglas Borel, Gabriel Xavier, Gregory, Miqueias, Marcelo Ryan e Everton. Vale lembrar que ele foi o primeiro a ser lançado por Enderson na atual passagem pelo clube. Os outros 10 já vinham sendo acionados por Guto.
O outro fato muito importante foi o primeiro gol do atacante Everton no profissional do Tricolor. Ele balançou as redes, fechando o placar de 3 a 0 contra o Náutico. Um tento importante para a equipe e também para ele, que certamente passará a chamar mais a atenção depois dessa boa participação.
Além de Everton e Patrick Verhon, Miqueias também entrou na segunda etapa contra o Náutico, enquanto André e Matheus Bahia começaram a partida. Ter cinco jogadores da base em uma partida de Brasileiro parecia algo impensável há pouco tempo, mas o Esquadrão já chegou a utilizar sete em uma mesma partida, na 17ª rodada, contra o Vila Nova. André, Matheus Bahia, Patrick e Miqueias começaram, enquanto Borel, Marcelo Ryan e Gregory entraram na segunda etapa.
O Bahia começou o jogo contra o Náutico com uma média de idade de 26,9 anos e terminou com 22,8. Praticamente metade dessa diferença foi causada pela simbólica substituição realizada já aos 45 minutos, quando Patrick Verhon, o mais jovem, com 17 anos, entrou no lugar do mais experiente, com 37 anos, Rodallega. E o colombiano, com postura elogiável e irrepreensível desde que chegou ao clube, fez uma saudação especial, que certamente ficará marcada na lembrança do garoto. Que essa mescla entre experiência e juventude siga dando bons resultados para o Tricolor, com grandes atuações.