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Caldeirão de Aço - Equilíbrio necessário

Desafios para Enderson também é conseguir equilibrar bem a juventude, dos oriundos da base com a experiência de medalhões

Publicado quinta-feira, 04 de agosto de 2022 às 07:00 h | Autor: Leandro Silva | Jornalista | [email protected]
Ter cinco jogadores da base em uma partida de Brasileiro parecia algo impensável há pouco tempo
Ter cinco jogadores da base em uma partida de Brasileiro parecia algo impensável há pouco tempo -

O segredo do sucesso no futebol geralmente está associado ao equilíbrio, algo que vem sendo buscado incessantemente pelo Bahia na atual temporada. E o jogo passado, com um ótimo triunfo por 3 a 0 contra o Náutico, representou uma importante junção entre jogar bem e vencer, coisas que vêm se revezando em suas aparições no 2022 tricolor. Parecia uma regra, ou jogava bem ou ganhava. As duas coisas juntas? Difícil. O primeiro tempo nem foi bom, mas o time conseguiu evoluir na segunda etapa e aliou o bom futebol e a intensidade com a eficiência necessária para fazer a festa. 

O triunfo serviu também para bater duas situações bem incômodas, que vinham atrapalhando a campanha do time, que eram a dificuldade para vencer em casa, algo que voltou a acontecer depois de quatro partidas como mandante sem triunfos pela competição, e a complicação para vencer adversários ocupantes da zona de rebaixamento. O momento para driblar esse retrospecto também foi oportuno porque faz a confiança aumentar para o jogo de sábado, contra o CSA, quando o Esquadrão tentará vencer a segunda seguida na Fonte, derrotando pela segunda rodada consecutiva um time que está na zona.  

Um dos desafios para Enderson também é conseguir equilibrar bem a juventude de jogadores como Davó e Jacaré, que entraram muito bem e foram decisivos contra os pernambucanos, e dos oriundos da base com a experiência de medalhões como Rodallega, Luiz Otávio, Danilo Fernandes e alguns dos novos contratados, como Ricardo Goulart e Copete.  

Venho destacando neste espaço a importância da utilização da base nessa campanha tricolor na Série B e o jogo passado contra o Náutico teve dois fatos que reforçam essa participação dos meninos. Bem no final, o meia Patrick Verhon, de apenas 17 anos, tornou-se o 11º jogador que atuou antes em competições de base pelo clube a entrar em campo nesta competição, juntando-se a Marco Antônio, Patrick, Matheus Bahia, André, Douglas Borel, Gabriel Xavier, Gregory, Miqueias, Marcelo Ryan e Everton. Vale lembrar que ele foi o primeiro a ser lançado por Enderson na atual passagem pelo clube. Os outros 10 já vinham sendo acionados por Guto. 

O outro fato muito importante foi o primeiro gol do atacante Everton no profissional do Tricolor. Ele balançou as redes, fechando o placar de 3 a 0 contra o Náutico. Um tento importante para a equipe e também para ele, que certamente passará a chamar mais a atenção depois dessa boa participação. 

Além de Everton e Patrick Verhon, Miqueias também entrou na segunda etapa contra o Náutico, enquanto André e Matheus Bahia começaram a partida. Ter cinco jogadores da base em uma partida de Brasileiro parecia algo impensável há pouco tempo, mas o Esquadrão já chegou a utilizar sete em uma mesma partida, na 17ª rodada, contra o Vila Nova. André, Matheus Bahia, Patrick e Miqueias começaram, enquanto Borel, Marcelo Ryan e Gregory entraram na segunda etapa. 

O Bahia começou o jogo contra o Náutico com uma média de idade de 26,9 anos e terminou com 22,8. Praticamente metade dessa diferença foi causada pela simbólica substituição realizada já aos 45 minutos, quando Patrick Verhon, o mais jovem, com 17 anos, entrou no lugar do mais experiente, com 37 anos, Rodallega. E o colombiano, com postura elogiável e irrepreensível desde que chegou ao clube, fez uma saudação especial, que certamente ficará marcada na lembrança do garoto. Que essa mescla entre experiência e juventude siga dando bons resultados para o Tricolor, com grandes atuações.

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