Caldeirão de Aço - Lugar de paz
Bahia jamais chegou a esta altura da Série B com uma vantagem de seis pontos para o 5º colocado
Depois de duas rodadas e 21 dias sofrendo e fazendo o torcedor sofrer com apenas um ponto conquistado longe de casa, o Esquadrão volta neste sábado, contra o Operário, à Fonte, o seu lugar de paz nesta Série B, no qual conquistou 68,6% dos pontos na competição e onde busca alcançar o sexto triunfo consecutivo, o que igualaria a melhor sequência, garantida nas seis primeiras partidas do certame. São 11 triunfos, dois empates e duas derrotas, com 77,7% de aproveitamento, e a terceira melhor campanha como mandante na competição, atrás de Cruzeiro e Grêmio.
Faltam oito rodadas para o final da Série B. E quase sempre que chegou à 30ª de 38 rodadas no G-4 da Série B ou fora do Z-4 da Série A, o Bahia conseguiu garantir a participação na Série A do ano seguinte. A exceção que confirma a regra aconteceu no ano passado, quando chegou à 30ª rodada na 15ª colocação, mas terminou no Z-4, como 18º colocado. O Esquadrão já conseguiu reverter uma posição desfavorável a essa altura, como na campanha do acesso de 2016, mas jamais havia perdido a condição de permanência ou acesso nas oito rodadas finais nesse formato de disputa com 20 times em outra ocasião antes de 2021.
Em 2010, o Tricolor terminou a 30ª rodada em quarto, com 52 pontos, um a mais do que atualmente, mas a diferença para o quinto colocado, Sport, era de apenas três pontos. Mesma distância para o quinto colocado ao final da 38ª rodada, mas o acesso foi garantido na 36ª rodada, com um triunfo contra a Portuguesa, que definiu uma vantagem de nove pontos, para a própria Lusa, àquela altura.
Em 2016, o acesso foi muito mais dramático. Na 30ª rodada, em campanha de recuperação, o time ainda estava fora do G-4, com 46 pontos, dois a menos do que o quarto colocado, Avaí. O time de Guto Ferreira entrou para valer no grupo dos quatro melhores somente na 34ª rodada. Mas a confirmação só veio na rodada final, quando a vantagem de três pontos para o Náutico foi mantida, mesmo com a derrota para o Atlético Goianiense.
Quando o assunto era se manter na Série A, o Esquadrão manteve a 14ª colocação da 30ª rodada do Brasileiro de 2011. Em 2012, subiu de 16º para 15º, enquanto em 2013, subiu de 15ª posição na 30ª rodada para a 12ª no final. Em 2014, o rebaixamento aconteceu com o time na 18ª posição, a mesma que o clube já ocupava quando ainda faltavam oito rodadas. Em 2017, o Esquadrão manteve a 12ª colocação da 30ª rodada. E no ano seguinte, manteve a 11ª posição. Em 2019, por sua vez, o Tricolor saiu da 10ª para a 11ª colocação. Enquanto em 2020, o time subiu da 16ª para a 14ª posição nas oito derradeiras rodadas.
O Esquadrão jamais chegou a esta altura da competição com uma vantagem de seis pontos para o quinto colocado em uma Série B. E a diferença era de nove antes das duas partidas longe de Salvador, em que o Tricolor conseguiu apenas um ponto. Com a dificuldade da equipe fora de casa, principalmente neste segundo turno, o confronto de sábado, contra o Operário, na Fonte, torna-se ainda mais fundamental na luta pelo acesso, pois depois dele serão mais dois duelos como visitante, contra Chapecoense e Novorizontino.
Antes do jogo de sábado, amanhã, o clube terá outro compromisso muito importante. Simbolicamente, o Museu do Esquadrão, repleto de glórias do passado, será palco da apresentação da proposta de constituição da SAF, algo tão importante para o futuro do clube. E a relação com o grupo City tão presente nas conversas e no imaginário dos tricolores dá mais um passo para a materialização, enchendo de ansiedade os corações dos torcedores.