Caldeirão de Aço - Saudade boa

Saudade boa é aquela que consegue terminar de maneira positiva. E os mais de dois meses sem um jogo do Esquadrão foram recompensados ontem. Todo mundo sabe que o Esporte Clube Bahia nasceu para vencer. Então, nada melhor do que começar essa Nova Era sob a gestão do Grupo City com um triunfo. Os 3 a 1 contra a Juazeirense, em Pituaço, pelo Baiano, contaram até com gol de estreante, mas foi marcado mesmo pela forte presença daqueles que contribuíram na temporada passada para o retorno do clube à Série A.

Fora a presença do comandante português Renato Paiva, estreante pelo tricolor, e de já ter anunciado oficialmente nove contratados para a temporada, a escalação inicial divulgada pelo clube não deu muito espaço para novidades. Os novatos foram todos do setor defensivo: o goleiro Marcos Felipe, e os zagueiros Kanu e Raul Gustavo. Outros reforços apareceram no banco de reservas, como o zagueiro David Duarte e os atacantes Gabriel Teixeira e Everaldo, além do volante Lucas Araújo, de volta de empréstimo. O volante Acevedo, e o lateral Jhoanner Chávez ainda não estavam regularizados e o zagueiros Marcos Victor não foi relacionado.

Os três estreantes da primeira etapa, por serem do sistema defensivo, não foram muito exigidos, mas mostraram qualidades. O goleiro Marcos Felipe, com pelo menos três boas defesas e boas participações com os pés, inclusive com um lançamento, que deixou Caio Vidal cara a cara com o arqueiro adversário, deixou imagem bem positiva e não teve culpa no gol sofrido.

A partida foi importante para dar moral aos remanescentes da campanha do acesso. Ricardo Goulart abriu o placar, aproveitando cruzamento de Lucas Mugni. Depois, o volante Rezende, aproveitou uma bola rebatida pela zaga adversária, após cruzamento de Daniel, e também marcou.

É fato que nas projeções de time titular para início da temporada, há uma predominância de novos contratados. Acredito que muitos deles poderão ganhar a titularidade realmente, mas por méritos próprios e não por demérito dos concorrentes diretos. Na lateral-esquerda, por exemplo, Jhoanner Chávez é muito promissor, conta com a confiança do treinador, custou caro, mas terá uma disputa boa com Matheus Bahia, que fez ótima estreia na temporada, provavelmente como melhor em campo.

Também muito promissor, e com experiência de titularidade em duas Séries A, foi dele o chutaço na trave, que despertou torcida e equipe, além de ter participado de outras boas jogadas, como a que resultou no primeiro gol.

As principais novidades ofensivas só surgiram por volta dos 15 minutos do segundo tempo, quando Everaldo e Gabriel Teixeira foram acionados. E não demorou 10 minutos para que eles participassem do terceiro gol. Everaldo abriu na direita para Jacaré, que cruzou rasteiro para Gabriel chegar empurrando para as redes. Xodó da galera, Jacaré já tinha feito dois gols anulados, o segundo deles de maneira duvidosa.

Por falar em xodó, foi bonita a manifestação da torcida presente em menção ao volante Feijão, hoje na Juazeirense. Ele tem a garra e a identificação com a torcida tão desejadas pelos tricolores. Daniel e Mugni mostraram a tradicional regularidade de ambos e deverão ser muito úteis em outra temporada pelo tricolor.

Para o futuro, a missão é se empolgar com os resultados, com as novidades e com os holofotes turbinados pela parceria, mas mantendo os pés no chão para evitar qualquer frustração. Que o triunfo contra a Juazeirense tenha sido o primeiro passo para o 50º título baiano do Esquadrão e que venha também o título do Nordeste, junto com pretensões ainda maiores nas competições nacionais.