Olhar Rubro-Negro: Qual o problema com a arbitragem?
Sou contra a utilização do termo injustiça no futebol. Considero que o jogo é baseado na competência. Quanto mais bolas na rede adversária um time colocar, menos propenso ele estará a contabilizar os danos de gols sofridos nos acréscimos, chances desperdiçadas ou erros de arbitragem. Mas esse último aspecto tem preocupado. Chiar sobre atuação de árbitro parece desculpa de derrotado, porém, quando as falhas ocorrem de modo sistemático, alterando resultados de partidas, a coisa muda um pouco de figura.
Em três dos quatro jogos realizados pelo Vitória em 2020, incluindo o sub-23 e a equipe principal, houve claro prejuízo causado por apitadores. Três jogos consecutivos de falhas e decisões no mínimo controversas, provocando da indignação ao surgimento de teorias da conspiração entre alguns torcedores.
A série iniciou contra o Fortaleza, na estreia rubro-negra na Copa do Nordeste. Com apenas dois minutos de jogo, Léo Ceará recebeu de cara para o gol e foi atropelado pelas costas por uma carreta chamada Paulão, antes de ter a chance de chutar. Não seria apenas bola na marca da cal, era lance para expulsão. Tipo de erro que altera a dinâmica de um jogo de futebol. Em confronto tão acirrado, fez falta o pênalti não assinalado e a expulsão ignorada.
Posso estar equivocado no julgamento, mas também vi falha de arbitragem no duelo com o Fluminense, em Feira. Com o jogo em 1 a 1, o atacante feirense arma uma nítida sola diante de Dedé, que erra o tempo de bola e acerta-lhe uma botinada. Pênalti marcado. Ora, se gols são anulados por irregularidades na origem do lance, creio que seria o caso de ter observado a falta que antecedeu a falta, no caso, a solada do atacante.
Na opinião do comentarista de arbitragem da TV local que transmite o Campeonato Baiano, “foi muito pênalti” o lance descrito em Feira de Santana. Até entendo a falha do árbitro, que é humano e tem segundos para decidir. Porém, diante de tal declaração do comentarista, sentadinho na cabine e com replay à disposição, fico aliviado por ele ter parado de apitar.
Mas o pior do festival de lambanças ficou para o jogo contra o Juazeirense. A cinco minutos do fim, com o placar em 2 a 1, Edson chutou e o defensor adversário bloqueou claramente usando a mão direita, bem afastada de seu corpo. O árbitro, de frente para o lance, ignorou solenemente. Por que não foi marcado o pênalti? Foi por já ter dado um antes a favor do Leão, convertido por Eron? Até onde sei, não existe cota de pênaltis por time em cada jogo. Seria grande a chance do 3 a 1, liquidando a fatura.
Faltava o ‘gran finale’. Após falha feia de João Pedro, Kanu desmontou-se no chão após sentir a presença do jovem goleiro na disputa da bola. Pênalti contra o Vitória, enxergou o árbitro. A declaração irônica do zagueiro no fim da partida, afirmando que foi pênalti claro e dando um sorrisinho de lado, selou meu veredito que foi simulação na cara dura.
São pontos que vão ficando pelo caminho e que podem fazer falta no final de ambas as competições. Tanto o sub-23 como o principal são times em formação, que vivem dificuldades próprias desse processo. Sofrer prejuízos por conta de arbitragens equivocadas é mais uma incógnita dessa complicada equação.
Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!