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Esporte A TARDE

Por Angelo Paz | Jornalista | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sexta-feira, 04 de dezembro de 2020 às 10:00 h | Autor:

Resenha rubro-negra - Acredite se quiser

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Era o primeiro dia do último mês deste ano que jamais será esquecido. E para espanto de quem se acostumou a não se empolgar, algo estranho acontecia desde o apito inicial na Vila Capanema, um dos palcos da Copa de 50. Percebia-se uma certa sincronia na equipe de camisa branca, visitante habituada a jamais sorrir em território alheio. A timidez até então era tamanha que, caso mais essa visita findasse como de costume, a equipe voltaria pra casa como a única sem vencer sequer uma vez fora de casa ao final de 25 rodadas da atual disputa da Segundona.

Mas como falei, algo estranho acontecia. Do gol, o sempre tão requisitado camisa 1 visitante, curiosamente, era muito mais um espectador. à sua frente, seus companheiros, que o acostumaram a trabalhar à exaustão, agora corriam pelo seu sossego, em harmonia com a bola. E ela retribuiu. Recusou-se a queimar nos pés de quem bem a tratou. Fez mais: esparramou-se na rede adversária por quatro vezes. Ao apito final, goleada. Acredite se quiser: Paraná 1x4 Vitória. E convincente. Pra você e pra mim, que imaginava estrear hoje como colunista do A TARDE discorrendo sobre a saudade de um Vitória que há muito não vejo.

Deixo registrado que segue a saudade, com a qual flertarei um pouco nas linhas finais. Sigamos. Mudei o foco da coluna, mas não consigo alterar nem suavizar a realidade, muito difícil apesar da saborosa noite da última terça. Deixando de lado os recentes anos de lamento, e tendo como olhar apenas a atual Série B, o objetivo idealizado segue bem distante. A depender do desfecho hoje, quando a bola rola no Manoel Barradas no embate com o Confiança, o sonho de um acesso que se apresenta como improvável pode tanto estar alcançável como cada vez mais virtualmente impossível. Vai depender de qual Leão vai sextar: o que estamos acostumados, sem força, ou o da última terça, faminto e letal.

Fome essa bem enraizada em Rodrigo. Por essa primeira oportunidade, ainda que de forma interina, como treinador do profissional do Vitória, passa toda uma história de um Leão do qual sentimos saudade. Daquele que vai pra dentro do adversário, que jamais seria figurante numa Série B. E a busca para rever esse Vitória faz Rodrigo colocar como aliado um sentimento raro nos dias de hoje do futebol. “Clube o qual eu amo, com o qual tenho toda identidade. Eu fui bem enfático com eles [jogadores], que pude fazer parte da transformação desse clube um dia como atleta. E hoje, como treinador, transformar o clube novamente em busca de uma classificação é o objetivo maior”, disse, ainda sob o calor da emoção, ao final da partida em Curitiba.

Palavras de quem tem uma relação de três décadas com o Vitória, de quem integrou o Brinquedo Assassino finalista do Brasileiro de 1993, de quem voltou em 99 para ser semifinalista do Brasileiro. Enfim, tempos esses de... saudade. Boas referências não faltam a Rodrigo, que busca hoje, com apenas uma semana no comando, mais um feito inédito para um Vitória longe dos tempo áureos: fazer a equipe vencer três jogos seguidos na temporada.

Pra quem só agora em dezembro conseguiu emplacar a segunda vitória, seria um feito capaz de reacender a esperança de uma torcida que há duas rodadas só esperava um desfecho sem a dor de mais um rebaixamento. Mas como a vida, o futebol é dinâmico. Vencer os sergipanos soa como obrigatório caso Rodrigo queira manter sua empreitada ambiciosa. Afinal, pra chegar em condições de brigar por uma das quatro vagas, o Leão precisa fazer em 13 rodadas o que não fez em 25: vencer ao menos 10 partidas. Uma façanha, assim como 2020, que jamais seria esquecida. Acredite se quiser.

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