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Esporte A TARDE

Por Angelo Paz | Jornalista | [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sexta-feira, 29 de julho de 2022 às 0:30 h | Autor:

Resenha Rubro-Negra - Projeções por sonho possível

Vitória tem uma final nessa busca incessante pela classificação à segunda fase da Série C

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O que mais a torcida quer é um Vitória novamente protagonista e  uma reformulação no clube
O que mais a torcida quer é um Vitória novamente protagonista e uma reformulação no clube -

Vem aí mais um final de semana de expectativa para os rubro-negros pelo G-8, algo que tem estado perto nas últimas rodadas, mas que ainda não aconteceu, como é desejo de todos. Domingo, o Vitória tem, sem meias palavras, uma final nessa busca incessante pela classificação à segunda fase da Série C. Antes de a bola rolar, os matemáticos de plantão já fizeram as mais variadas combinações de resultados, indicando que o Leão terminaria a 16º rodada dentro do grupo que se classifica caso vença o ABC e aconteça uma combinação favorável nos jogos que envolvem os concorrentes diretos, Aparecidense, Botafogo-SP, São José e Remo, que, na ordem, ocupam a 7º, 8º, 9º e 10º colocação.

Embora essas projeções alimentem a mídia e a resenha entre os torcedores, o Vitória precisa mesmo é fazer a sua parte. Depois de chegar embalado por três vitórias e empatar sem gols com o Ferroviário, em Fortaleza, o Leão interrompeu a arrancada, mas não deu adeus ao sonho, que, neste momento, é chegar à fase decisiva da Terceirona. Ficou mais difícil, é verdade, mas absolutamente possível. Com 22 pontos e nove ainda a disputar, sendo seis deles em casa, o Leão aparece com 39% de chances de classificação, de acordo com os matemáticos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os cálculos dos especialistas em números indicam que com 29 pontos qualquer time ficaria com 97% de chances de carimbar vaga na próxima fase.

Nesse mundo estatístico, duas vitórias e um empate seriam suficientes para o Leão disputar a fase final da Série C. Mas a verdade é que essa numerologia toda, embora seja inevitável para o imaginário de qualquer torcedor, não entra em campo. João Burse, ainda invicto no comando do Vitória, sabe muito bem disso e se limita a focar na evolução da equipe, sem fazer projeções numéricas com foco na classificação. Crescimento este que terá uma grande barreira contra o terceiro colocado, ABC, que, com 27 pontos, está bem demais para se garantir entre os oito melhores. Sem Rafinha, referência técnica do ataque, o Vitória perde demais neste momento tão decisivo.

O substituto ainda é uma incógnita, mas precisará funcionar, afinal, o Vitória não tem a mínima gordura para queimar a essa altura do campeonato. As previstas dificuldades no jogo, como aconteceram, sobretudo durante o segundo tempo do duelo com o Ferroviário, precisarão ser compensadas pela força da torcida, que mais uma vez promete ferver o Barradão. Prevendo um grande público, a diretoria até tirou dois dos alambrados posicionados nas cadeiras e diminuiu o espaço da torcida visitante para ampliar o espaço disponível para a venda de ingressos. Cada torcedor no Barradão é importantíssimo neste momento.

Por falar em torcida, o que mais ela quer é um Vitória novamente protagonista no futebol brasileiro outra vez. Esse desejo passa por um acesso já este ano à Série B, mas também por uma reformulação no clube. A confirmação de um passo crucial nessa retomada rubro-negra foi dada na última terça-feira, quando o Vitória divulgou o texto final do novo estatuto do clube, que sofreu alterações em relação ao documento de 2019. De novidade, duas me chamaram atenção. Primeiro, a proibição de membros do Conselho Gestor (presidente e vice-presidente, por exemplo) se candidatarem ou terem exercício em cargos eletivos fora de Salvador ou em funções incompatíveis com a presidência do clube.

Só pra apontar a importância deste tópico, o presidente atual, Fábio Mota, é também secretário de Cultura e Turismo de Salvador. Nas novas eleições, que ocorrem ainda este ano, essa possibilidade não seria permitida. Outro ponto interessante é a autorização para o clube constituir SAF mediante observância de alguns procedimentos de análise e autorização pelo Conselho Deliberativo e Assembleia Geral. Uma inclusão em absoluta consonância com os novos rumos do futebol brasileiro, em que o amadorismo na gestão vai significar mais e mais decepções dentro de campo. Desta realidade o Leão não precisa experimentar mais.

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