Resenha rubro-negra - Um Alívio Semelhante
Há pouco menos de uma semana muitos corações dispararam enlouquecidamente no Barradão e, como resultado, berros se multiplicaram no estádio durante a quarta rodada de uma Série C do Campeonato Brasileiro. Quem provocou essa euforia coletiva na sofrida torcida rubro-negra? O ombro de um jovem de 21 anos nascido na praia da Gameleira, na Ilha de Itaparica. Ao apito final da partida, primeira vitória após três derrotas seguidas e uma sensação de alívio. Mais celebração nas arquibancadas. Carência.
O garoto Marco Antônio, antes somente um anônimo, sempre será lembrado por quem esteve no Barradão sábado passado. Quanto ao mole do goleiro do Manaus milésimos antes do camisa 3 marcar o seu primeiro gol no profissional, fica como detalhe.
Eu não estava na partida, mas essa sequência de detalhes que há pouco descrevi me levou ao ano de 2019, no início de uma crise que parece nunca findar. À época, o Leão chegou à segunda rodada da Série B com três meses sem vencer, jejum máximo da história profissional do clube.
Com dois gols de outro jovem desconhecido, Ruan Levine, que até então nunca havia jogado no profissional, o Vitória venceu, também de forma sofrida, o Vila Nova. Assim, carimbou os seus primeiros três pontos na competição. A euforia da torcida foi na mesma proporção e essa partida deixou uma sensação de que, enfim, a maré iria virar na sequência, como agora. Não virou. Que esse ano seja diferente, pois em 2019 o máximo alcançado pelo clube foi a permanência na Série B após um campeonato inteiro brigando para não cair.
Bom que a Série C ainda tem muita água para rolar, pois a realidade rubro-negra no momento é a luta contra as equipes das últimas posições na tabela. Olhar para cima é uma obrigação, mas para chegar lá o time vai precisar de mais bola. O técnico Fabiano Soares sabe disso e, apesar do alívio provocado pela vitória em sua estreia, quer muito mais de uma equipe ainda longe de passar qualquer confiança ao torcedor. A recuperação é jogo a jogo e o próximo passo para tal acontece na próxima segunda, contra o Aparecidense, uma posição acima do Leão, com quatro pontos.
Na ocasião, a expectativa é que a equipe apresente alguma melhora após ter tido uma semana livre para descansar e trabalhar. Fica a expectativa também pela provável estreia do zagueiro colombiano Héctor Urrego, que, segundo Geninho, foi o seu único jogador indicado efetivamente contratado pelo Vitória. Em sua apresentação esta semana, o zagueiro, que já vinha treinando na Toca há quase um mês, falou em deixar marcas no clube, seguindo os passos de compatriotas como Aristizábal e Viáfara. Aguardemos.
O colombiano é uma peça que precisará se encaixar em um time em formação durante o principal compromisso do ano na Toca. Após fechar a contratação de mais dois atletas essa semana: o goleiro Dalton, ex-Linense e o zagueiro Danilo Cardoso, cedido pelo Athletic Club, de Minas, a diretoria ainda busca um meia e um atacante para fechar o elenco.
Restando apenas 15 rodadas para o final da primeira fase da competição, o clube sabe que corre contra o relógio. Se quiser mesmo brigar para subir, o Vitória não pode esperar por novas contratações para trilhar esse caminho. É preciso fazer imediatamente. A começar por segunda-feira.