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Resenha rubro-negra - Um novo choque na crise

Publicado sexta-feira, 08 de outubro de 2021 às 06:03 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]
Como um time que venceu quatro partidas em 28 jogos vai conseguir aproveitamento de líder na reta final? | Foto: Divulgação | EC Vitória
Como um time que venceu quatro partidas em 28 jogos vai conseguir aproveitamento de líder na reta final? | Foto: Divulgação | EC Vitória -

Nessa semana me veio muito à mente o final da temporada 2010 do Vitória. A situação era completamente diferente, mas reserva uma leve semelhança com o atual momento vivido pelo Leão. À época, o clube, que havia sido vice-campeão da Copa do Brasil no meio do ano, caiu numa sequência negativa na parte final do Brasileiro e, após quatro derrotas seguidas, Ricardo Silva acabou demitido pela segunda vez no ano.

No sufoco para se salvar, o Rubro-Negro foi buscar o delegado Antonio Lopes. Faltavam dez jogos, e se montou toda uma estratégia na Toca para evitar o rebaixamento à Série B. Não deu certo e a equipe caiu após três anos seguidos na Série A. Me lembrei deste ocorrido em virtude dos últimos acontecimentos no Barradão. Antes de falar a respeito, reforço que a situação atual é muito mais complicada. Afinal, o Vitória está afundado na 18º colocação da Série B, a seis pontos do Brusque, primeiro fora da zona. Em 2010, Lopes pegou o time em 14º.

Voltemos à semelhança, que é a postura de choque adotada pela diretoria. Restando as mesmas 10 partidas para o fim do campeonato, o clube anunciou na segunda que oito atletas não fazem mais parte dos planos para essa reta final, quando o Vitória precisa fazer tudo que jamais fez na competição para evitar um cada vez mais provável descenso. Um dos afastados, o meia Sergio Mota, que veio da China sem sequer um jogo no ano, nem estreou.

É sem essa turma que o time vai buscar seis vitórias para chegar aos 45 pontos, número almejado para evitar a queda. Apesar de não revelado pelo diretor de futebol Alex Brasil, entrevistado na terça para tentar explicar os afastamentos, o planejamento de pontos foi traçado internamente entre comissão técnica e jogadores na reapresentação após mais um vexame: os 3 a 0 contra o Goiás.

Mas como um time que venceu quatro partidas em 28 jogos vai conseguir um aproveitamento que apenas o líder Coritiba supera neste momento? Só se o improvável do futebol se multiplicar a favor do Vitória a partir de agora. Falta de esperança justificada pelo futebol apresentado e por outras estatísticas.

O ataque, segundo pior do campeonato, não marca um gol há cinco jogos. O time não vence há seis rodadas. Segundo os cálculos do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Rubro-Negro tem 87% de chances de ser rebaixado. A sobrevida terá logo na largada adversários diretos, a começar pelo Confiança, amanhã, no Barradão. Além de melhorar as chances de escapar, uma vitória em casa significa também afundar ainda mais um concorrente, já que, em caso de derrota, os sergipanos permaneceriam, no mínimo, a dez pontos do primeiro time fora da zona.

Porém, pés no chão. O Leão é o terceiro pior mandante da Série B, com 38% de aproveitamento. Após este confronto, será a vez de encarar o Sampaio Correa fora, já na próxima terça. Aí, serão dez dias até o confronto com o virtual rebaixado Brasil de Pelotas, em Salvador. E pra fechar outubro, pega a Ponte Preta em Campinas no dia 30. Apesar dos 34 pontos no momento, a Macaca está na 15 º colocação, também na beira da zona. Se quiser sobreviver, só resta reagir de imediato.

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