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Resenha rubro-negra - Um respiro importante

Publicado sexta-feira, 25 de março de 2022 às 06:01 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]
A missão para ontem passa a ser qualificar o elenco para a Série C, que já começa no dia 9 ou 10 de abril
A missão para ontem passa a ser qualificar o elenco para a Série C, que já começa no dia 9 ou 10 de abril -

Agora sim o Vitória iniciou a temporada como desejava lá em dezembro, quando teve que montar um time às pressas por conta do impedimento de registrar atletas a partir de janeiro. Na época, a diretoria concentrou seus esforços em trazer o velho conhecido Geninho para comandar a equipe neste difícil ano de 2022. Por questões pessoais, o ex-goleiro e treinador do Vitória em outras quatro oportunidades acabou não aceitando.  

A alternativa que sobrou foi ir ao mercado, de forma rápida. O Leão optou por Dado Cavalcanti, de perfil bem diferente. Jovem, mas com passagens em clubes importantes, como o Bahia no ano passado, o treinador chegou à Toca com a missão de encaixar um time que não participou da montagem. Não deu certo. Em três meses, jogos de muito sufoco, resultados ruins no Baiano e eliminação ainda na primeira fase do estadual. A quarta seguida, é sempre bom lembrar.  

E, apesar do discurso de buscar melhorar o desempenho de 46% à frente do Leão com foco na Série C, o treinador acabou demitido menos de 24h depois da amarga vitória por 2 a 1 sobre o Bahia de Feira, um resultado que decretou a eliminação rubro-negra do certame caseiro. Antes de tomar a decisão, a diretoria ligou para Geninho se certificar da sua disponibilidade para assumir a missão. Ao receber o sim, demitiu Dado, que em dez jogos no comando, venceu apenas três, empatou cinco e perdeu outros dois.   

 Também foram desligados o diretor de futebol Alex Brasil, além do assistente técnico Pedro Gama, o preparador físico Leonardo Fagundes e o responsável pelo departamento médico, Ivan Carilo.  Em comunicado para anunciar as decisões, o clube chamou a ação de “reestruturação do departamento de futebol”. E menos de um dia depois de todas essas demissões, Geninho já havia chegado a Salvador, comandado o seu primeiro treino e sido apresentado como técnico do Vitória até o final da Série C.  

Um primeiro contato com o elenco para, de fato, conhecer os jogadores, já que pouco conhecia dos atletas e sequer havia assistido a qualquer dos 10 jogos do Vitória no ano. Para acelerar o processo, cercou-se das informações de um velho conhecido: Ricardo Silva, atual auxiliar técnico fixo do clube e com quem trabalhou no próprio Vitória em 2011. Ricardo, inclusive, chegou a substituir Geninho no mesmo ano. Assim, Geninho, aos 73 anos, reiniciou uma nova jornada na Toca.  

De cara, prometeu apenas uma coisa à torcida: uma postura diferente da equipe. Diferente no sentido de desejo de vencer. E com esse ideal fez três treinamentos para o importantíssimo duelo contra o Glória-RS, na quarta, pela Copa do Brasil. Procurou mudar não só a atitude, mas como o próprio esquema tático da equipe. Pela primeira vez no ano o Leão atuou com três zagueiros, formato com o qual Geninho tem muita familiaridade. Assim venceu o Brasileiro de 2001 com o Atlético-PR.  

Obviamente, a mudança no esquema não seria capaz de fazer um time melhorar da noite para o dia. E isso ficou evidente na partida contra os gaúchos, decidida apenas nos minutos finais, com gols de Jadson e Luídi. Sufoco superado e R$ 1,9 milhão na conta pelo avanço à terceira fase, meta presente no planejamento do clube para a temporada. O que vier agora na competição é lucro. A missão para ontem passa a ser qualificar o elenco para a Série C, que já começa no dia 9 ou 10 de abril, contra o Remo. Pouco tempo, muito trabalho pela frente.

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