Resenha Rubro-Negra - Vamos subir, Negô!

O Barradão voltou, definitivamente, a pulsar de uma forma especial a favor do Vitória. Uma atmosfera que é a cara de um Leão valente nesta Série C. Um time incansável e, podemos dizer, com sede de luta. Vimos esse filme se repetir no inesquecível ‘gude-preso’ para cima do Figueirense no último domingo, que deixou o Leão dependendo apenas de si para chutar pra longe seguidas temporadas de tristeza, esta uma palavra que cada dia mais se distancia do Manoel Barradas.

Amanhã, na última de muitas finais que o Rubro-negro já viveu nesta sofrida Terceirona, a torcida vai novamente às arquibancadas do Barradão com muita fé em um time que estará a mais de 2.000 km de distância na busca pelo tão esperado acesso à Série B. Do telão instalado no gramado do Barradão, os rubro-negros aguardarão os três pontos sobre o Paysandu, em Belém, para transformar o estádio em um caldeirão de alegrias.

Assim como já ocorreu em outros três momentos da história do clube, que acumula cinco acessos nacionais, todos conquistados em Salvador. Três deles no Barradão, onde o Leão conquistou o seu primeiro acesso em 2006, quando subiu para a Série B após uma goleada de 4 a 0 para cima do Ferroviário. Eu estava lá, como outros tantos milhares de rubro-negros. O sentimento era bem parecido. O Vitória parecia ressurgir do fundo do poço. Ressurgiu.

Esse é o caminho que se espera novamente ser perseguido pelo clube, que terá Fábio Mota como presidente até 2025. Eleito democraticamente no sábado passado, Mota sabe da responsabilidade e dificuldade que terá pela frente. Afinal, o futebol de hoje já é bem diferente daquele de 16 anos atrás. Uma coisa é certa: menos complicado será o percurso com a confirmação do acesso à Série B amanhã.

Digamos que este é o primeiro passo para o Vitória recuperar o prestígio que um dia já teve no cenário do futebol brasileiro, agora esbanjando clubes com aporte financeiro cada vez mais inacreditáveis. Enquanto muitos clubes já migraram para o modelo SAF, o Leão busca confirmar o acesso no Pará para ampliar o seu valor de mercado em uma possível futura negociação.

Mas vamos esquecer esse futuro por enquanto. Foquemos nesse jogo contra um Paysandu já eliminado, mas perigoso, como os jogadores rubro-negros frisaram ao longo da semana. Vai ser dureza, não tenho dúvidas. De bom é que esse Vitória que entra em campo já está cascudo de decisões. Tem sido assim desde boa parte da primeira fase da competição.

Como cada rubro-negro sabe, o acesso pode vir até caso o rubro-negro não faça a sua parte, desde que o Figueirense não vença o ABC, que precisa de, ao menos, um ponto para cravar sua vaga na final sem depender do resultado do jogo em Belém. Ou seja, vai ser jogo pra pirão em Floripa também. Mas uma vitória na Curuzu não é fundamental ao Vitória apenas para garantir o acesso, mas também para coroar um elenco muitas vezes desacreditado, com razão.

Vai entrar em campo amanhã um time que só na 19ª e última rodada da primeira fase conseguiu ficar entre os oito primeiros que se classificaram a esse quadrangular final. Vai entrar em campo um time que levou uma pancada de mão aberta do Figueirense na terceira rodada dessa segunda fase e em seguida mostrou capacidade de recuperação para chegar nesta última rodada favorito pela segunda vaga do grupo. Por fim, vai entrar em campo um Vitória que, até aqui, fez por merecer ressurgir novamente no cenário nacional. Vamos subir, Negô!