A arte de criar e reinventar com o Overnight Oats
Com ou sem aveia e chia devidamente hidratada, a iguaria pode ser consumida no café da manhã ou, de forma criativa, transformar-se em uma sobremesa
Criatividade. Não há palavra mais apropriada para se aplicar à cozinha. Ainda que apenas na contemporaneidade consigamos enxergar a gastronomia como uma atividade em franca expansão – há bem pouco tempo ficava confinada aos bastidores de uma refeição –, hoje, o ofício se transformou em grande estrela e uma paixão mundial à base da necessidade e criatividade.
A culinária ganhou tanto destaque que, ao longo dos séculos, trabalharam-se títulos em reconhecimento às grandes ideias e tradições na cozinha, transformando a comida em patrimônio cultural de grandes nações.
Na criatividade, a comida também é moda, mostrando o processo evolutivo. Sempre é bom citar aquele petisco simples e coqueluche de toda festinha dos anos 1970 e 1980. A “Sanagem” juntava um punhado de petiscos, como a azeitona, o presunto, o queijo, pimentão e o que mais tivesse dando sopa por aí, e espetava em um abacaxi, dando aquele toque na decoração. Quem daquela época não lembra?
Já dizia a querida mestre Fayga Ostrower: “Consideramos a criatividade um potencial inerente ao homem, e a realização desse potencial uma de suas necessidades. […] criar e viver se interligam. A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas necessidades e valorações culturais se moldam os próprios valores de vida.”
Olha, que beleza! A mestra parece dizer o que a antropologia enfatiza. A gastronomia, o comer, o cozinhar ao longo das eras demandou e muito a criatividade no processo evolutivo.
Michel Polin, em Cooking, escreveu sobre esse processo de evolução e não há como não enxergar nesse processo a criatividade. Situações aparentemente simples que, no entanto, transformaram a humanidade. Dentre tantas observações incríveis, há um recorte dedicado à descoberta do fogo e, consequentemente, do cozimento.
“De acordo com a ‘hipótese do cozimento’, o advento da comida cozida alterou os rumos da evolução humana. Por proporcionar aos nossos ancestrais uma dieta com maior densidade energética e de fácil digestão, a nova prática permitiu que nossos cérebros crescessem (cérebros são notórios consumidores de energia) e nossos intestinos encolhessem”, diz Polin.
Naturalmente que este é um pequeno recorte de todo um contexto que fala de antropologia, sociologia e criatividade na evolução da espécie, talvez um ponto de interseção entre Fayga e Polin, neste despretensioso discurso sobre uma atividade repleta de beleza e modus operandi que vem se modificando em ferramentas, habilidades e produtos do próprio comer, demonstrando uma capacidade camaleônica na vida de todos nós, mudando conceitos, uma evolução que não para de se transformar.
É com esta reflexão sobre o passado e futuro, da evolução constante, da adaptabilidade tão intrínseca ao ser humano, que a coluna Histórias & Sabores lembrou-se do overnight oats, que, traduzindo, significa aveia amanhecida. Uma espécie de café da manhã que pode muito bem vestir-se de sobremesa e alimentar um séquito não só pela manhã, mas também pela tarde ou noite adentro. E por que não depois do almoço ou da janta? A iguaria,além de divina, é leve e em nada pesa aos estômagos mais sensíveis.
A criatividade é tanta que fica ao critério de qualquer um mostrar seu próprio overnight oats com a quantidade de frutas que quiser, com ou sem aveia, mas sempre com chia devidamente hidratada, transformando-se em uma espécie de ‘pudinzinho’. É só hidratar a chia que o mundo se modifica bem aos seus pés, melhor dizendo, seu estômago. Aqui vai, pela primeira vez neste espaço, uma receita realizada por esta autora que vos escreve.
E antes que esqueça, dizem que o overnight oats pode ter origem nos Estados Unidos da América ou na Suíça. Nas Américas, a iguaria foi feita para substituir o café da manhã; na Suíça, o médico Maximilian Bircher-Benner teve a criatividade da receita para dar a seus pacientes do hospital, por volta de 1900. Li por aí, no mundo das curiosidades.
A base é sempre a chia hidratada com leite ou iogurte, aveia, grãos e frutas. E tem-se uma sobremesa incrível!Vamos lá com os ingredientes para esta ocasião do novo ano! Sobremesa prática e muito leve! E Feliz Ano Novo, gente! Que ele venha com muita criatividade e amor nos nossos corações!
Creme de overnight oats
10 potes de iogurte grego de 90g cada
1 xícara e meia de chia
Metade ou uma bandeja de morangos fatiados (guarde uma porção para enfeitar)
1 manga grande cortada em pequenos quadrados
1 ou 2 bananas fatiadas
250g de doce de leite
Passas (opcional)
2 a 3 colheres de amendoins grosseiramente picados ( ou outra oleaginosa de sua preferência)
1 fio de mel para finalizar
Modo de fazer
Coloque a chia para hidratar no iogurte de um dia para outro. Reserve. No dia seguinte, a chia terá um aspecto muito cremoso e será a base para a sobremesa. A seguir, em um recipiente grande, distribua uma camada do ‘creme’ de chia, outra de doce de leite. Em seguida, distribua harmonicamente a fruta de sua preferência. Coloquei a banana. Se desejar, espalhe uma colher de amendoim picado por cima. Repita toda a operação em outras duas camadas, seguindo o mesmo padrão, mudando apenas a fruta ( Nas camadas seguintes usei manga e morango). Finalize com uma camada do creme de chia, decore com morango ou outra fruta à sua escolha, espalhe amendoim picadopor cima ( Pode ser a oleaginosa que desejar) e um fio de mel. Coloque na geladeira até o momento de servir.
*Nesta sobremesa, não coloquei aveia para que tivesse uma textura mais cremosa e leve. Pelo mesmo motivo, optei por iogurte e não leite ( leite não dá muita consistência à sobremesa)
*Rende 10 porções, a depender das taças e da gulodice!
* Não esqueça que os ingredientes são o que sua cratividade permitir
Feliz Ano Novo!
NOTA COM HISTÓRIAS & SABORES
Restaurante Omí, no Fera Palace, inova com novomenu dedicado aos frutos do mar
O restaurante Omí, localizado no icônico Fera Palace Hotel, em Salvador, está com um novo menu recheado de novidades para os amantes de frutos do mar. Sob a direção dos renomados chefs Fabricio Lemos e Lisiane Arouca, o espaço oferece uma experiência gastronômica que combina criatividade, técnica e ingredientes frescos de altíssima qualidade.O menu à la carte do Omí apresenta mais de 10 opções de pratos principais, cada uma oferecendo uma experiência única.O Omí está aberto para o almoço de segunda a sábado e aos domingos. Já o jantar pode ser desfrutado de quarta a sábado, oferecendo uma opção sofisticada para os momentos de lazer e confraternização.
Do Rio Vermelho ao Litoral Norte: chef Ricardo Silva fecha 2024 assinando Réveillon Quereres
O chef Ricardo Silva, do restaurante Silva Cozinha, no Rio Vermelho, encerra o ano de 2024 com mais um projeto de sucesso em sua carreira, sendo o responsável pela gastronomia do Réveillon Quereres, em Baixio, no Litoral Norte da Bahia.A participação no evento reforça sua trajetória de sucesso, consolidando-o como referência também em eventos de diferentes formatos, inclusive na atuação como personal chef. Pelo segundo ano consecutivo, Ricardo é o chef exclusivo do Hidden, projeto de ocupação urbana que mistura música e enogastronomia, atualmente na Rua Chile.
Healthy aposta em menu com pratos e drinks refrescantes para o Verão
Com a chegada do Verão, os dias quentes pedem refeições mais leves, refrescantes e cheias de sabor, além de muita hidratação com drinks nutritivos e funcionais. Pensando nisso, o restaurante Healthy by Victoria Cintra apresenta seu cardápio repleto de opções de saladas, pokes e drinks, ideais para aproveitar a estação de forma saborosa e com muita saúde.
Serviço:
Salvador Shopping – Piso L, funcionamento: de segunda a sábado, das 9h às 22h, e aos domingos, das 12h às 21h
Shopping Barra – Piso L1 (área Gourmet), funcionamento: de domingo a quinta, das 12h às 22h; sexta e sábado, das 12h às 23h
Mais informações: @healthyporvc | www.healthyporvc.com.br
Tradição nas mesas baianas: O queijo do reino segue como protagonista nas festas de fim de ano
Ícone das festas de fim de ano na Bahia, o queijo do reino continua sendo uma presença indispensável nas mesas dos baianos, seja em pratos tradicionais como farofas, saladas e pudins, ou como um acompanhamento especial em receitas contemporâneas. No Assaí, o produto recebe atenção especial, refletindo sua relevância cultural e gastronômica. Marcas regionais como Tina e Rolf já representam mais de 1/3 das vendas de queijo do reino nas lojas baianas.