Abelhas garantem a renovação da flora do planeta
Generoso com a natureza, o inseto responde por cerca de 80% de toda polinização dos vegetais no mundo
Elas foram umas das primeiras a serem avisadas da morte da Rainha Elizabeth II, cumprindo uma tradição secular, simbólica e de origem celta. Parece bobo e estranho, mas o apicultor da família real britânica teve que vencer algumas milhas para chegar ao apiário da realeza e dar a notícia às abelhas. Se os insetos não fossem avisados, eles deixariam de produzir o mel, diz a superstição que perdura há séculos na comunidade real.
Não é difícil imaginar que a superstição possa ter ocorrido em algum período de escassez dos alimentos, em algum momento da humanidade, e as abelhas, com toda sua imponência majestosa, tenham sido fundamentais para garantir e ampliar a produção dos alimentos. A superstição dura até hoje no recôndito mundo da realeza, mas a importância das abelhas para o equilíbrio do ecossistema, isso é fato, é real.
A bióloga, mestre em Agronomia, doutora em Ciências Agrárias e pesquisadora, Genna Souza, explica que é por causa das abelhas que há esse equilíbrio.
“Temos
uma riqueza de flora e pelo mesmo motivo temos riqueza de fauna das abelhas,
que são fundamentais para manter o equilíbrio desses ecossistemas. Sem abelhas
não há produção vegetal; sem abelhas, sem florestas renovadas porque elas são
polinizadoras de nossas florestas e polinizadoras dos nossos alimentos”,
afirma.
“Temos
uma serie de polinizadores na natureza, mas as abelhas são as principais porque
elas polinizam cerca de 80% de tudo que temos de vegetais no mundo. Os outros 20%,
outros polinizadores. Desses 80%, cerca de 70% de todos os alimentos dependem,
em algum grau, da polinização das abelhas”, explica.
Segundo a mestra, a flor não pode fazer isso sozinha e reitera: existem plantas que dependem 100% da presença da abelha para fazer a polinização. Por exemplo, o maracujá, a melancia, o melão, a abóbora, todas precisam necessariamente de 100% das abelhas para acontecer a polinização, a fecundação e depois a formação do frutos e sementes. A maçã precisa 90% dos insetos voadores; o café, 30%; a laranja, 35%; o algodão, 20%; a goiaba, 30%. Cuidar e conservar as abelhas é uma questão de sobrevivência e segurança alimentar”, enfatiza.
As abelhas são consideradas generosas pela abundância
e capacidade de produzir a base para muitas guloseimas de dar água na boca,
além de servir como medicamento, embora, aos olhos da ciência, o mel não seja
considerado um remédio. Generosa Souza, Genna como é conhecida, lida com as
abelhas desde que se entende por gente.
“Minha vó criava abelha Jataí e usava como "remédio". Eu ficava curiosa e espionava minha vó trabalhando com as abelhas. Aprendi com ela, que tem o mesmo nome que eu, a cuidar das coisas da natureza. Sempre tive afinidade com isso”, conta.
Ela enfatiza sobre a generosidade do inseto trabalhador. “Interessante é a generosidade das abelhas. Criamos abelhas não pelo mel, mas pela polinização de nossos alimentos. Evolutivamente, elas começaram a estocar mel além do reservado em seus ninhos para seus inimigos naturais não pilharem o estoque em volta. Até hoje, na criação racional, só colhemos o mel excedente da melgueira. O mel do ninho é delas. Respeitamos isso”.
A especialista também conta uma grande
curiosidade sobre o inseto mais querido do planeta! A bióloga diz que os zangões
são uns enganadores e que, na malandragem, dão um jeitinho para frequentar uma
colmeia, a qual o acesso fica permanentemente proibido depois de visitado pela
primeira vez. Mas, a la Agostinho Carrara (o personagem de um programa de TV), como conta Genna, os zangões usam de astúcia, dão “um perdido” nas abelhas operárias e pela segunda vez conseguem
penetrar no ambiente proibido. Para isso, os zangões contam
com uma grande estratégia, como revela a bióloga.
“Na colônia, a função da casta dos zangões é a
reprodução. Eles não possuem corbículas (estrutura presente na perna traseira
das campeiras, utilizadas para trazer pólen e resina para a colônia). Na época
em que há enxameação da colônia para formação de uma outra, eles são
"expulsos" do local para realizarem a cópula com as rainhas
virgens. As abelhas operárias não os deixam retornar para a colônia. Mas eles
"descobriram" uma forma de ludibriar as campeiras para poderem entrar
de volta. Vão nas flores, se lambuzam de pólen fingindo estarem entrando com
alimento”, conta.
No Brasil, as abelhas mais comuns são as sem ferrão. “A criação racional das abelhas, sem ferrão, herdamos dos povos Maia, indígenas e outras gerações passadas”, revela a bióloga.
Jataí é uma das abelhas mais conhecidas, mas há outras
espécies, como a Mandaçaia. E foi a espécie Mandaçaia que protagonizou um dos
episódios mais engraçados, dos tantos que Genna tem para contar ao longo dos
seus mais de 30 anos de “abelhinha”.
A bióloga conta que certa vez o grupamento do
Corpo de Bombeiros fez todo o procedimento de isolamento de segurança para
resgatar uma colônia que estava em uma praça pública. Pense numa mobilização e
no receio do comando para retirar a 'terrível' colmeia que ameaçava a população
local!
“Me chamaram na operação. Quando cheguei ao
local era uma colônia de Mandaçaia. Uma das abelhas sem ferrão mais mansas das
espécies. Ri muito porque não precisava de nada em relação à segurança, pois as
abelhas sem ferrão não oferecem risco algum. Até as crianças, sob supervisão de
um adulto, podem cuidar”. Genna também ajuda no treinamento e resgate de
abelhas com os bombeiros na Bahia.
Desde que o mundo é mundo as abelhas perambulam por todos os continentes. Ausenta-se apenas na Antártida por motivos bem óbvios. Onde houver plantas com flores para cumprir o importante papel da polinização elas estarão lá, produzindo o mel, a própolis, a geleia real, produtos com alto valor nutricional.
“O mel e o pólen produzidos pelas abelhas são
alimentos muito ricos e completos. São ricos em minerais, aminoácidos e
flavonóides, a depender da florada que as abelhas visitarem. Não são
medicamentos, mas alimentos que podem suprir carências nutricionais”,
esclarece.
E por ser um dos alimentos favoritos de quase
todo mundo, além de celebrar o Dia das Abelhas, comemorado em 3 de outubro, é que
hoje apresentamos uma receita à base de mel realizada pela especialista Genna
Souza.
FILÉ
DE TILÁPIA AO MOLHO DE ALCAPARRAS E MEL
Ingredientes
do peixe
1/2
kg de filé de Tilápia
1
colher de sopa de azeite extravirgem
10
folhas de sálvia
Sal
a gosto
Modo
de preparo
Temperar o filé apenas com as folhas de sálvia picadas e com uma colher de sopa de azeite
extravirgem. Colocar sal a gosto. Pode optar em não por o sal por causa
das alcaparras do molho.
Grelhar
o peixe com cuidado para não desfazer o filé. Reservar
Molho
100
gramas de alcaparras com sal
100
ml de azeite extravirgem
50
ml de mel de abelha sem ferrão (usei mel de Mandaçaia nessa receita)
Modo
de preparo
No
processador, triturar as alcaparras juntamente com o azeite extravirgem,
formando uma pasta. Retirar do liquidificador e adicionar o mel de abelha e misturar com fouet até o molho ficar homogêneo.
Montar o prato e servir com arroz branco ou abobrinha picada
NOTAS COM HISTÓRIAS & SABORES
Coffeetown
promove Circuito de Degustações de Café neste mês de outubro
Para
celebrar o Dia Internacional do Café, que abriu o mês de outubro, no último
sábado (1º), a Coffeetown Salvador vem realizando o Circuito de Degustações. O
evento começou nessa semana, mas até o final do mês mais duas sessões estão
previstas para o dia 19 de outubro, desta vez na unidade do Corredor da
Vitória, em dois horários, às 15h e às 19h. O evento é aberto aos clientes
interessados, com apresentação de opções dos cafés orgânicos da Colheita das
Alegrias, produzidos em Barra do Choça, na Microrregião do Planalto de Vitória
da Conquista.
Sábado tem "Oktober Festival" no Salvador Shopping
Cerveja, alto astral e música de qualidade serão os ingredientes principais do "Oktober Festival", promovido pela Diva Entretenimento, que acontece hoje, a partir das 16 horas, no Salvador Shopping. A tradição germânica e o clima da Oktoberfest - famosa festa da cerveja, que acontece desde o século XIX* vai contar com muita cerveja e gastronomia alemã. As vendas para o Oktober Festival ainda estão abertas e os ingressos podem ser adquiridos através do site Ticket Maker ou na sede da Diva Entretenimento, no Salvador Shopping, piso L1.
Outback está com novas receitas de petiscos recém-saídos do MasterChef Brasil 2022
A
marca de temática australiana Outback traz para os clientes as novas receitas
que chegam no cardápio numa parceria inédita com o MasterChef Brasil 2022.
Entre as novidades está o
ShrimpAdventure (R$ 84,90), nova proposta que leva uma generosa porção de
camarões crocantes, temperados com um blend de ervas e especiarias Outback e
raiz forte, acompanhada de uma
fatia de limão
siciliano grelhado e servida com maionese com toque de pimenta jalapeño.
Esta e outras receitas fazem parte do recente lançamento “Outback feat
MasterChef Brasil”, onde três pratos premiados no maior reality de gastronomia
do país foram incluídos no cardápio da marca por tempo limitado.