Adornos e Iguarias de uma boa mesa de Natal unem tradição e simbolismo
Chef brasileira traz para Salvador acepipes natalícios originais da história milenar europeia
Nas ruas, as famosas musiquinhas que invadem os ouvidos até mesmo dos menos afeitos à festa. Nas lojas e residências, a decoração típica que procura chamar a atenção para um dos eventos mais celebrados no mundo todo. Com todo esse simbolismo à solta, a festa do Natal é capaz de despertar as mais variadas emoções nos menos crédulos dos corações.
A cultura do Natal que conhecemos hoje se deve aos cristãos. Conta a lenda que a Igreja, para rivalizar com os pagãos, que celebravam ao seu modo, resolveu criar a Festa da Natividade do Menino de Jesus. Séculos depois, as tradições e seus simbolismos espalharam-se por todo o mundo.
No Brasil, colonizado por Portugal, um país cristão, a tradição ficou entranhada na cultura. Mas outros povos, como conta a professora de cultura brasileira Sálua Chequer, também colaboraram para enraizar a cultura do Natal europeu entre nós, ainda que tenhamos adaptado elementos regionais.
“Toda essa devoção, tudo envolve o caráter religioso de se celebrar o nascimento de Jesus. Dizem que não foram somente os portugueses e espanhóis que contribuíram para esta celebração que temos hoje em dia, mas os alemães também colaboraram. É bem de origem europeia, e se mantém até hoje, a decoração. Era muito comum no interior, com uma seca danada, um galho seco de árvore cheio de algodão representando a neve”, relata.
A tradição veio dos europeus e fincou raízes, com uma ou outra característica própria em cada região, mas o fato é que se espalhou pelo mundo inteiro, incluindo as tradições das guloseimas, um capítulo à parte deste legado que vem de tão longe.
Se é tempo de reunir a família, também é tempo de comer. Muitas dessas iguarias foram trazidas pelos europeus, a exemplo da rosca, da fatia de parida com canela e açúcar dos portugueses, do panetone dos italianos e de tantas outras delicias. São guloseimas que cumprem uma tradição, que veio para ficar. Quem não ama encontrar e poder degustar uma mesa repleta dessas felicidades?
A chef Vera Bittencourt, com bisavô de origem portuguesa e avô francês, teve a oportunidade de estudar gastronomia na Itália, na Grécia, em Portugal e na Espanha. Nessas regiões, fez contato com as mais tradicionais iguarias natalinas. Ela percebeu a importância que eles dão às receitas desse evento tão esperado no mundo todo. São culturas que procuram perpetuar os saberes por toda a família para que as tradições não se percam.
“É muito forte essa tradição de celebrar o Natal na Europa. Em alguns países é mais que em outros. Na Grécia, Portugal também, e na Itália com seu panetone”, conta.
Impressionada com a cultura desses povos, a chef trabalha com as mais tradicionais receitas de Natal da Europa e procura não modificar o que foi ensinado, nem na decoração e muito menos na receita.
“As pessoas com 80 anos que fazem um bolo grego, um bolo natalino, uma senhora que faz o panetone tradicional têm toda uma história por trás. Elas preparam a ceia lembrando do passado de quando eram crianças, elas têm a tradição de passar de geração para geração. Tem a receita de família que era da avó, da bisavó, e vai passando. Isso para mim é muito interessante, tanto que não gosto de mexer em pratos clássicos, não gosto de modificar, não gosto de adaptar. Eu gosto de seguir à risca porque gosto de respeitar a história de cada prato. O panetone que faço é uma receita italiana tradicional, bem artesanal, bem original”, afirma.
As superstições também fazem parte da tradição do Natal nesses locais, que trazem elementos curiosos. “Eu observei as superstições em vários países. Na Grécia, Itália, em Portugal, a canela é colocada para trazer prosperidade e o mel, - o mel grego é considerado o melhor do mundo - eles sempre usam para adoçar a vida. Então, eles colocam muito mel em bolos e biscoitos”, conta.
O bolo grego de iogurte, “que leva nem que seja um pouquinho de canela e mel”, como diz a chef, é uma dessas iguarias cheias de crendices deliciosas, como relata.
“Eles colocam uma moeda dentro do bolo, quem achar tem a sorte durante todo o ano que vai entrar. A moeda é enrolada no papel alumínio e jogada na massa. Quando o bolo é servido e a pessoa encontra o dinheiro é uma festa. Ela foi a escolhida pela sorte, passa a ser agraciada pela sorte e vai ser a pessoa mais próspera do ano”, revela.
Trazendo um pouquinho da sorte para os baianos, que também são chegados a uma crendice, Vera vai nos ensinar como fazer o bolo de iogurte grego, originário da Ilha de Creta, com todas as superstições que temos direito. Além de gostoso, conta Vera, “ele é prático e fácil de fazer”, diz. E vamos nós de bolo de iogurte grego para nos trazer sabor e muita sorte neste ano vindouro!
Bolo de Iogurte Grego
Ingredientes:
260g de farinha de trigo
100g de açúcar
170 ml de iogurte natural
40g de mel
30ml de suco de limão Siciliano
50g de manteiga
3 ovos
14g de fermento em pó
Raspas de laranja
5g de canela em pó
Um pedaço pequeno de papel alumínio
Uma moeda (do maior valor)
*Antes de preparar o bolo, deixar a moeda numa solução de água com água sanitária, por uma hora. Lavar com detergente, secar bem e enrolar no papel alumínio.Modo de fazer
Bater os ovos com açúcar e a manteiga até ficar cremoso.
Adicionar iogurte, mel, suco de limão, raspas de laranja e canela e misturar.
Adicionar a farinha de trigo peneirada e bater até ficar com a massa homogênea. Adicionar o fermento e misturar. Neste ponto, jogue a moeda da sorte.
Assar em forma untada e enfarinhada em forno pré-aquecido a 180ºC por cerca de 30 minutos. Desenformar o bolo frio ou morno.
*Esta coluna está em pequeno recesso natalino. Aproveite para reler uma interessante matéria sobre um bolo delicioso e fácil de fazer para o Natal. Dá tempo! Feliz Natal a todos!
NOTA COM HISTÓRIAS & SABORES
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