Casquinha de siri: tradição e criatividade na cozinha baiana
Encontrado em toda a faixa litorânea brasileira, o petisco é um dos mais pedidos nos bares e restaurantes da Bahia
Como toda comida à beira-mar, a casquinha de siri é uma das entradas queridas de baianos e turistas. O acepipe é convidativo, com alto índice de escolhas entre as bocas nervosas e ávidas que chegam para experimentar a iguaria em bares e restaurantes espalhados em toda faixa litorânea da Bahia.
A receita clássica é uma mistura simples e cheia de sabor. Mistura-se a carne de siri desfiada, refogada com temperos como alho, cebola, coentro, pimentão e, por último, dendê e leite de coco. Na Bahia, o dendê adiciona um toque aromático e imprime sua marca, diferenciando-se de outras regiões. O charme e a tradição ficam por conta da própria casquinha de siri onde a iguaria é servida. Dizem que, no Sudeste, o prato é feito com queijos que são gratinados para dar crocância à receita.
No restaurante Margarida (@margaridabarerestaurante), localizado no Rio Vermelho, o siri catado é servido de duas formas: a tradicional e aquela com um toque de ‘modernidade’, como diz o chef Pedro Rodrigues, ao se referir à tendência contemporânea de oferecer o prato com propostas diferenciadas que fogem à forma tradicional, muitas vezes com receitas autorais e ingredientes inesperados.
“Aqui no Margarida, a gente faz o mesmo produto de diversas formas. Temos desde o tradicional, que é aquela casquinha de siri com a farofinha e um vinagrete. A gente puxa bastante com pimenta doce, que é uma coisa que é a cara da Bahia, e com a casquinha de siri fica super bacana. Usamos um pouco de leite de coco também”, conta Pedro Rodrigues.
“Também temos a nossa coxinha de siri, que é um prato em que brincamos mais com a modernidade. É uma coxinha de siri que não tem massa, ela é apenas siri. Vai raspas de limão siciliano, manjericão e um creme de gratinar, que chamamos de um bechamel bem espesso, fazendo com que dê essa liga. Fazemos para refrigeração, empanamos essa coxinha e servimos com uma redução de pomodoro que fazemos na casa, e com um limão siciliano grelhado com sal. É realmente uma combinação bem legal. Brincamos com os traços contemporâneos aqui do Margarida”, revela o chef.
“É uma marca até para os turistas, é um marco das barracas de praia. Para nós, baianos, é identidade, afeto, representação”, diz o chef Pedro, enfatizando a importância do prato.
Já Deliene Mota, do restaurante Encantos da Maré (@encantosdamare), coladinho na Basílica do Bonfim, prefere servir a receita tradicional.
“O tempero do siri tem que ser bem leve, porque é uma carne leve, bem delicada. Então tem que ser um fio de dendê, um pouco de leite de coco, para não sobrecarregar e não deixar de sobressair o sabor do siri. O tempero tradicional das marisqueiras leva alho, sal e pimenta branca. Nosso toque especial é o tradicional mesmo. O siri é uma comida afetiva, né? Então, quem come a casquinha de siri aqui sempre lembra da avó, do tempo que passava na ilha, da beira da praia. Essa é a tradição que carregamos e nosso legado”, conta.
Falando em marisqueiras, Verônica Farias, marisqueira da Ilha de Maré, é catadora da iguaria. “Eu vendo para restaurantes, vendo também na feira e também para comer, para o almoço. Faço empanada do siri, frigideira de siri, que é o filé. Vocês chamam de casquinha, a gente chama de filé. Cada local atende por um nome”, explica.
Verônica aprendeu a atividade com a mãe, que passou todos os fregueses para a filha. Todos os dias, ela cata alguns quilos do filé, como ela conta. É considerado o filé apenas a carne da iguria. Farias senta nas banquetas da sua casa, pega todo o siri que consegue capturar e 'destrincha' a iguaria com o cuidado para retirar apenas o filé.
“Por dia, chego a catar de três a quatro quilos de siri do filé. Às vezes, faço entregas a domicílio. Algumas pessoas fazem o pedido e eu vou lá e entrego nas portas”, conta.
O siri catado é um prato de origem incerta, mas encontrado em praticamente toda a faixa litorânea brasileira. Não deve ser difícil imaginar o que pensou quem primeiro acreditou que aquela carne, temperada naturalmente com sal, era saborosa e poderia ser preparada de algum jeito. Vale enfatizar que, mais do que uma experiência, a casquinha de siri é um prato simples que captura o coração e o estômago de qualquer um. A receita é bem simples e saborosa, pode acreditar! O passo a passo realizado por Pedro Rodrigues está logo abaixo em um vídeo delicioso!
Receita da casquinha de siri do restaurante Margarida
Casquinha de siri
(porção individual)
150g de siri catado
1 dente de alho processado
1 colher de sopa de cebola em cubos
2 pimentas doces
1 colher de sopa de tomate cortado em cubos sem semente
2 colheres de sopa de coentro picado
1 colher de sopa de pomodoro(pode ser feito em casa)
80ml de leite de coco
10ml de azeite de dendê
Sumo de meio limão
Sal
Modo de preparo:
Refogue o alho até dourar. Em seguida, adicione a cebola e a pimenta. Após refogar por 3 minutos, incorpore o siri catado e continue refogando por mais 3 minutos. Na sequência, acrescente o leite de coco, o tomate e o coentro. Cozinhe por mais 3 minutos, finalize com o azeite de dendê e o limão. Deixe reduzir um pouco e ajuste o sal a gosto.Sirva com farofa de azeite de dendê e vinagrete
Sirva com farofa de azeite de dendê e vinagrete
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Serviço
Menu Executivo – Healthy by Victoria Cintra – Shopping Barra
Quando: de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 12h às 16h
Endereço: Shopping Barra, Barra Gourmet – 1° Piso, Salvador
Mais informações: @healthyporvc | @saladbarhealthy | www.healthyporvc.com.br
Telefone: (71) 99335-5351