Considerado o vinho dos reis e rainhas, o champagne nasceu na França
Dom Pérignon foi responsável pela invenção; a viúva Clicquot pelo aperfeiçoamento da famosa bebida

Alguém consegue se imaginar atravessando o ano sem uma única gota de champagne em noite de Rèveillon? Na verdade, nem todo mundo pode consumir a famosa bebida francesa, pois o champagne, que acabou se transformando numa marca registrada celebrando a entrada do Ano Novo, é uma bebida que precisa ser importada, pois só é champagne se o vinho for feito com as uvas da região de champagne, na França. Lá, crescem a variedade pinot noir, pinot meunier e chardonnay.
“O champagne é uma denominação de origem francesa, portanto, não existe Champagne no Brasil e em nenhuma outra parte do mundo, a não ser na região francesa de Champagne”, reforça o gastrônomo Vevé Bragança.
Produzindo um vinho branco a borbulhar no paladar, vale contar algumas mil vezes a história desta bebida charmosa que nasceu na cidade de Champagne, no Nordeste da França.

Diz a história que a bebida nasceu por puro acidente de percurso, quando o monge beneditino Dom Pérignon, responsável pelas adegas da Abadia de Hautvilleres, na diocese de Reims, França, tentava entender por que o vinho fermentava uma segunda vez já dentro das garrafas fechadas e que acabavam explodindo.

A fermentação provocava a liberação do gás carbônico e com a pressão estourava os tampões ou explodiam as garrafas. O religioso testou recipientes mais fortes e utilizou rolhas amarradas com arame. Desse modo, o monge conseguiu que a segunda fermentação ocorresse dentro da garrafa sem que ela estourasse.
Embora há quem conteste sobre a invenção do champagne pelas mãos do monge, a história reconhece que ele foi peça fundamental para a bebida mais famosa do Ano Novo. Afinal, Pérignon imortalizou o ritual da bebida no fim do ano com o estourar da rolha, uma vez que ele colocou um arame para segurar a tampa da bebida por causa da fermentação. Quando ela acontece e a rolha é solta faz um barulho sensacional que está na identidade cultural de todos nós.
O champagne tem todo um protocolo, como nos conta o gastrônomo Vevé Bragança. “ No caso do autêntico champagne, a palavra "Champagne" deve estar estampada no rótulo da bebida, exatamente com esta grafia. As palavras Reims e Épernay também podem estar no rótulo, indicando a localidade de procedência, dentro da região de Champagne”, revela.

Mas há algo interessante a contar. Uma mulher conhecida como viúva Clicquot aperfeiçoou ainda mais a bebida. Foi Clicquot que conseguiu retirar o resíduo da segunda fermentação do famoso vinho. “O Champagne moderno, como nós conhecemos hoje, é livre de resíduos. O Champagne antigo, mais tradicional, tinha muito resíduo pela própria morte da levedura dentro da garrafa. Quem resolveu esse problema foi Barbe-Nicole Ponsardin, conhecida como Viúva Clicquot. Ela criou o método ‘remuage', que extraia as impurezas da garrafa do champanhe para que ele ficasse cristalino e borbulhasse”, conta Bragança.
Segundo a sommelier internacional pela FISAR/UCS, Flávia, o processo de ‘remuage’ “consistia em deixar a garrafa tampada e virada para baixo em um ângulo de 45 graus, e rotacioná-la levemente para que a pressão eliminasse os excesso de leveduras. Em um período entre quatro e seis semanas, as garrafas eram viradas até 25 vezes, em rotações de ⅛ a ¼. Clicquot ensinou a técnica a todos os funcionários da vinícola, e assegurou-se que o método permanecesse em segredo”, explica no site Divvino blog.

Considerado o vinho dos reis e rainhas, a charmosa bebida colecionou curiosidades. Conta a lenda que Luis XV foi um grande degustador de Champagne e bebia sobretudo na companhia de suas amantes. A mais famosa de todas elas, Madame de Pompadour, foi quem imortalizou a frase: "O champanhe é a única bebida capaz de fazer uma mulher mais bela".
Das curiosidades, a bebida também celebrou o romantismo na música de Pepino de Capri com sua Champagne e a despedida de um amor. ‘Ma io, io devo festeggiare/La fine di un amore/ Cameriere, champagne!’
O Histórias & Sabores desta semana celebra o encerramento do ano contando esta aventura maravilhosa de um dos produtos mais tradicionais e belos da história da gastronomia, que envolve curiosidade e o empreendedorismo de dois grandes personagens. Por isso, a nossa receita de hoje é desejar a todos os leitores desta saborosa coluna que o espírito desbravador e empreendedor dessas figuras nos inspirem para que possamos alcançar grandes voos. Feliz Ano Novo!

NOTAS COM HISTÓRIAS & SABORES
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Ainda dá tempo para pedir algumas deliciosas peças para o jantar do Ano Novo feito por Sandro Borges da Varanda. Ele preparou o Pernil suíno desossado e assado com bacon e molho barbecue de goiaba a 125,00 kg, além de Porchetta 125,00kg, Paleta de cordeiro a 280,00 a unidade, Ambrosia cremosa da varanda com favas de baunilha 60,00 o pote de 660ml. Todos os assados acompanham batatas assadas, farofa crocante e arroz com lentilha da fortuna. Pedidos podem ser feitos no 99999-6301 / 98801-6300.
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O público que vai ao Festival Virada Salvador, na Arena Daniela Mercury, conta com diversas opções de alimentação durante o evento. A Vila Gastronômica conta com cerca de 50 estandes e food trucks com opções que vão desde pastéis, tapiocas, acarajés, pirão de aipim com carne do sol, sanduíches, hot dog, batata frita, coxinha, crepes e até comidas orientais. O público pode desfrutar da Vila até amanhã, primeiro.
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