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Histórias & Sabores

Por Isabel Oliveira

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 29 de abril de 2023 às 6:42 h | Autor:

O doce predileto que inebria o paladar e nos banha de afeto

Da invenção do açúcar, passando por aquela sobremesa da vovó, as guloseimas nos levam a lugares inimagináveis

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Não há como dissociar o açúcar da afetividade, de algo bom, construído no nosso íntimo desde que nascemos. A começar pelo leite materno, naturalmente adocicado, com associação imediata às emoções afetivas. Depois somos apresentados ao viciante açúcar e suas incríveis iguarias. Então conhecemos parte da nossa alegria, suscitando sentimentos que são jogados imediatamente para a ala do prazer do nosso cérebro.

“Determinar historicamente a origem da produção dos doces é bem difícil. Mas, se falarmos isoladamente sobre a história do açúcar, conseguimos determinar na linha do tempo um início, até mesmo alguns séculos antes de Cristo. Porém, somente por volta do Século V os indianos desenvolveram metodologias para transformar o caldo de cana em cristais de açúcar”, conta o chef e professor do curso de Gastronomia da Estácio, Bruno Tupinambá.

Imagem ilustrativa da imagem O doce predileto que inebria o paladar e nos banha de afeto
| Foto: Internet

Este feixe de coisa boa chegou até nós através dos portugueses, exímios doceiros, que logo trataram de usar os ingredientes daqui, misturar com os de lá, quando possível, e inventaram umas iguarias irresistíveis, iniciando o Brasil na arte dos doces. Mais tarde chegaríamos à arte da confeitaria.

“No Brasil, a história da confeitaria está diretamente ligada à história dos engenhos de cana e à influência portuguesa na produção de doces. Os primeiros doces brasileiros remontam ao início dos processos de produção do açúcar pelos engenhos, como pé-de-moleque, cocadas e rapadura. E posteriormente com técnicas trazidas pelos portugueses”, conta Tupinambá.

Gravura de Jean-Baptiste Debret (1835) que mostra escravos na moenda de açúcar
Gravura de Jean-Baptiste Debret (1835) que mostra escravos na moenda de açúcar | Foto: Internet

A confeitaria é uma evolução do açúcar ao longo dos tempos. Atravessando séculos e histórias com muitas curiosidades. Entre elas, a de Maria Antonieta. Mais conhecida por ter sido a rainha guilhotinada, ela também fez história por amar doces, além de se embrenhar na cozinha e inventar saborosos pratos.

O filme de Sofia Coppola “Marie Antoinette”, de 2006, explora exatamente este "naco" da história da personagem austríaca que se casou jovem com o Delfim francês, Luís XVI. Com um cenário “candy color”, ou cores doces, em português, a confeitaria é uma forte marca da película com seus deliciosos açucarados, como bolos, tortas, chantilly às pencas, e os famosos macarons, o doce preferido de Maria Antonieta, dizem.

“Algumas pessoas fazem uma relação de importância na confeitaria entre ela [Maria Antonieta] e Catarina de Médici. Catarina trouxe da Itália para a França o refino da mesa, técnicas de cozinha, confeitaria e serviço à mesa. Catarina levou seus confeiteiros e sorveteiros para a França e era conhecida pelos banquetes suntuosos que influenciaram toda a burguesia do século XIV. Antonieta também ficou bastante conhecida nesse sentido, pelas grandes produções em seus banquetes.No fim, tudo isso foi a base para, após a queda da bastilha, os chefs de cozinha, chefs confeiteiros, começarem a popularizar a gastronomia”, esclarece o chef Tupinambá.

E se há uma história para chamar de candy color, ela pode ser contada pelo Lilás Cozinha. A casa, que mudou recentemente de nome, conservou iguarias igualmente deliciosas que marcam os 27 anos de história do espaço.

Imagem ilustrativa da imagem O doce predileto que inebria o paladar e nos banha de afeto
| Foto: Lilás Cozinha/Divulgação

O Lilás Cozinha é também reconhecido pelo cardápio variado de sobremesas, mas uma delas é a preferida do público e figura entre as mais vendidas.

Criada pela matriarca da família na cidade de Santa Bárbara, tem uma história por trás docemente "candy color", que deu origem à sobremesa mais pedida do restaurante.

“Minha mãe conta que apesar de o Leite Moça já existir (lançado no Brasil em 1921), ela só o conheceu em 1970 e ficou encantada! Ela viu uma lata linda [em um supermercado] e perto tinha uma receita da então Torta Maria. Ela comprou o leite condensado e o creme de leite e, desde então, sempre que tinha uma data importante, dava um jeito de fazer esta sobremesa, que na verdade não era uma torta, e sim o que chamamos de pavê. Mas mainha disse que ela lembra bem e que na época a receita se chamava Torta Maria”, conta Ivana Cunha, sócia do restaurante Lilás Cozinha, ao lado de Pier Paolo Pepe.

  • O doce predileto que inebria o paladar e nos banha de afeto
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A sobremesa era feita nos eventos da mãe de Ivana. O doce fazia tanto sucesso que as pessoas costumavam ligar e perguntar se na festa seria oferecida a conhecida torta. Uma vez confirmado, os convidados levavam as inúmeras vasilhas para garantir a iguaria do dia seguinte. Por conta de tanto sucesso, Ivana teve a ideia de colocar a sobremesa como opção no restaurante, acreditando que o fenômeno seria repetido por lá .E não deu outra!

A tradição foi perpetuada no restaurante, que facilita a vida daqueles clientes que desejam levar a torta para a casa, como sempre acontece, revela Ivana. Com o passar do tempo a sobremesa foi rebatizada de Torta Alemã e recebeu novo ingrediente: foi coberta com uma calda de chocolate. E o doce mais amado do restaurante guarda uma curiosidade: ele é muito consumido pelo público masculino.

Imagem ilustrativa da imagem O doce predileto que inebria o paladar e nos banha de afeto
| Foto: Lilás Cozinha / Divulgação

“Eu nunca consegui entender por quê. Às vezes acho que é porque as mulheres se arriscam mais, param mais para pensar, para experimentar outras. Eles comeram essa aí, gostaram, não querem mais provar outras e já chegam pedindo sempre a mesma”, revela Ivana.

Quem ficou bem curioso vai ter a oportunidade de fazer esse sucesso do Lilás Cozinha agorinha!

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| Foto: Lilás Cozinha / Divulgação

Torta Alemã

Ingredientes:

250g de margarina Qualy

500g de glaçúcar (ou açúcar refinado batido no liquidificador, para ficar bem fininho)

2 latas de creme de leite de lata, sem soro

1 pacote de biscoito Maria

1 xícara de leite para molhar o biscoito

2 latas de leite condensado

2 latas (medir na lata do leite condensado) de Nescau

2 colheres de sopa de creme de leite de caixinha

Modo de fazer:

Bater na batedeira a manteiga com o glaçúcar, na velocidade baixa, até a mistura ficar bem branquinha (cerca de 5 minutos), depois acrescentar o creme de leite sem soro e só misturar. Rservar na geladeira.

Misturar o Nescau, o leite condensado e as 2 colheres de creme de leite. Cozinhar como se fosse um brigadeiro, mas sem deixar dar o ponto de brigadeiro. Quando começar a ferver, retirar e deixar esfriar.

Montagem:

Em um pirex, espalhar um pouco do creme branco, depois colocar o biscoito Maria molhado no leite rapidamente (dica fundamental: molhar pouco para que o biscoito não desmanche). Colocar uma camada de creme branco e vai repetindo esta montagem e finaliza com o biscoito Maria.

Espalhar o creme de chocolate.

Está pronto!

NOTA COM HISTÓRIAS & SABORES

Che Figo abre suas portas no Rio Vermelho

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| Foto: Isabel Oliveira

A osteria e drinkeria Che Figo é o mais novo ponto de encontro para amantes de boa comida e bebida na capital baiana. Localizada no charmoso bairro do Rio Vermelho, a osteria funciona de terça a domingo, oferecendo uma experiência gastronômica única, com as delícias da comida italiana e um elegante toque baiano. O menu da casa é assinado pela chef Carolina Urbanetto. Na Che Figo o público vai ter acesso a um cardápio diversificado, com pizzas, antepastos, bocaditos, charcutaria e queijos brasileiros selecionados. A osteria e drinkeria fica na R. da Paciência, 223 - Rio Vermelho. Instagram: @chefigoosteria

CienFuegos completa 28 anos e confirma novo restaurante em Salvador

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| Foto: Divulgação

Em comemoração aos 28 anos do CienFuegos - tradicional casa de entretenimento e gastronomia mexicana no bairro do Rio Vermelho - o empresário André Garin celebra agora a expansão de seus negócios inaugurando uma nova unidade do CienFuegos, ainda neste semestre, na Pituba. Em fase final de obras, o novo empreendimento será a primeira filial do restaurante a funcionar em Salvador.

Palato Especiarias inaugura megastore na Ferreira Costa

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| Foto: Divulgação

A rede Palato Especiarias, comandada pelos sócios Pedro Lisboa e Taciana Lisboa, inaugurou uma megastore na Ferreira Costa, na Paralela. A terceira loja da marca, que é referência em produtos naturais e essências na Bahia, possui uma proposta inovadora e estrutura construída totalmente em vidro. Além de mil produtos nacionais e importados, entre especiarias, oleaginosas, suplementos alimentares, temperos, itens sem glúten e sem lactose, a loja aquário possui em seu interior uma operação da Flora Essências, marca da dupla de empresários focada em fragrâncias, óleos essenciais e itens de perfumaria. Mais informações: @palatoespeciarias.

Grupo Famiglia Valduga promove nova edição do Vin Première em Salvador

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| Foto: Divulgação

O Grupo Famiglia Valduga promoverá no dia 18 de maio, em Salvador, um novo encontro do Vin Première. O evento contará com a presença do sócio fundador e enólogo do Grupo, João Valduga, e do diretor da Ponto Nero e Domno Wines, Jones Valduga, que apresentarão diferentes rótulos premiados das marcas Casa Valduga, Ponto Nero e Brewine Leopoldina. Na ocasião, a Casa Madeira ainda vai apresentar seus produtos premium e a Domno Wines. Durante o Vin Première, o Grupo Famiglia Valduga vai oferecer aos participantes um circuito de degustação com a exposição de todas as marcas presentes.

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