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Histórias & Sabores

Por Isabel Oliveira

ACERVO DA COLUNA
Publicado Saturday, 29 de July de 2023 às 6:29 h • Atualizada em 29/07/2023 às 9:10 | Autor:

Projeto une música, gastronomia e cultura na Casa da Mãe

Proposta “O que se come, o que se fala” traz debate sobre a culinária do Recôncavo e o resgate da comida Panc

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Imagem ilustrativa da imagem Projeto une música, gastronomia e cultura na Casa da Mãe
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A casa é realmente da mãe e ela tem abraçado, ao longo dos seus 17 anos, vários projetos que fazem com que o restaurante seja muito mais que um local para se deliciar com uma boa comida, é também um espaço que acima de tudo respira cultura. Sob a liderança de Stella Maris, chef de cozinha, cantora e proprietária da Casa da Mãe, mais uma vez o restaurante, encravado no festejado bairro do Rio Vermelho, se inspira em um projeto que une cultura, gastronomia e música.

Imagem ilustrativa da imagem Projeto une música, gastronomia e cultura na Casa da Mãe
| Foto: Isabel Oliveira

Idealizado pelo cantor e compositor Roberto Mendes, o projeto “ O que se come, o que se fala” traz não apenas música, mas também debates que remetem à cultura do Recôncavo e, neste contexto, a cultura culinária da região. Inclui-se nisso, o resgate da comida do Recôncavo que abrange as denominadas Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc).

“Na semana passada eu comi aqui na Casa da Mãe uma moqueca de carne de sertão, com língua de vaca e pedaço de coco verde, olha... Que Bahia é essa? Que cultura é essa? Que povo sábio! Viva a cultura! A cultura é uma coisa séria, a cultura é a vida. Não tenho dúvida disso”, comentou Roberto, com muito entusiasmo.

“O projeto, “O que se come, o que se fala”, o binômio da cultura, abraça, além da gastronomia, da culinária, a música, a cultura de um povo. A cultura começa na feira, as cidades começam numa feira, tudo se começa através do alimento”, afirma Stella Maris.

A chef de cozinha lembra bem os alimentos comumente encontrados “nos tempos dos avós”, em referência a muitas iguarias brasileiras esquecidas pelos baianos, especialmente nas grandes cidades. São os alimentos que já não fazem mais parte do nosso cotidiano, como acontecia tempos atrás, e que hoje são chamados de Pancs. Eram ingredientes naturais em qualquer cozinha, principalmente do interior baiano.

Brotando nos matos e calçadas, facilmente confundidas com ervas daninhas, atualmente esses produtos Pancs, geralmente folhas, vêm ganhando certa projeção e tem sido resgatados por alguns chefes de cozinha, além valorizados entre os especialistas.

Fico muito feliz de estar adicionando, além da música, algo que a Casa da Mãe já oferece há 17 anos, que é a comida do Recôncavo da Bahia

Stella Maris - Chef de cozinha

Geraldo Aquino, professor do Instituto de Biologia da Ufba, é um estudioso e profundo conhecedor do assunto. Ele foi convidado para o projeto “O que se come, o que se fala” e reforça o quanto esses alimentos, de grande valor nutritivo, foram reduzidos e como é importante o resgate nesse tipo de projeto. .

“Nessas culinárias locais, como a do Recôncavo, a gente vai encontrar algumas plantas que podem ser classificadas como Pancs, mas elas não fazem parte do nosso cotidiano. Mesmo nessas regiões, a tradição do uso dessas plantas foi reduzida. No projeto, Stella Maris preparou o efó com taioba, uma folha que não é encontrada no supermercado”, explica, reforçando a importância que tem esse resgate.

Taioba
Taioba | Foto: Divulgação

Geraldo destaca que os chefs de cozinha muitas vezes perdem a oportunidade de oferecer pratos com folhas Pancs. “Ela [ Stella ] traz na cultura o uso dessas plantas, mas ela não encontra com facilidade Então, ela perde a chance de colocar em seu cardápio alguns pratos porque não tem facilidade de encontrar esses ingredientes. Estou ajudando para conseguir o acesso a esses a eles”, revela Geraldo.

Língua de vaca
Língua de vaca | Foto: Isabel Oliveira

Stella Maris reforça o que diz Aquino. “A Casa da Mãe trabalha sazonalmente com maniçoba no cardápio porque não encontra o material. O que acontece? Nas feiras, há muito tempo, cerca de 20 a 30 anos atrás, esses eram alimentos encontrados diariamente no Recôncavo. Hoje, você acha brócolis, acelga, aipo, outras coisas mais...mas as Pancs que eram cultivadas naquela época não acha mais”, reclama a chef de cozinha.

Maniçoba
Maniçoba | Foto: Divulgação

Para Roberto Mendes, o projeto é libertador e busca quebrar o preconceito em relação às Pancs. De certa forma, diz Roberto, “as folhas comestíveis estão relacionadas à miserabilidade” e entende o projeto como a busca pela liberdade e valorização dos ingredientes.

Maturi
Maturi | Foto: Isabel Oliveira

Para alegrar os corações dos que buscam esse resgate, Stella Maris lembra com orgulho que a Casa da Mãe trabalha com algumas comidas do Recôncavo há 17 anos. Lá, vamos encontrar “maturi, comida típica feita da castanha do caju verde, a própria polpa do caju para fazer pratos veganos. Quanto às Pancs, fixa no cardápio somente a maniçoba``. conta.

E enfatiza: "Fico muito feliz de estar adicionando, além da parte de música, algo que a Casa da Mãe já oferece há 17 anos, que é a comida do Recôncavo da Bahia", diz orgulhosa.

E vamos aproveitar para fazer e degustar uma das comidas mais tradicionais e também Panc conhecida de muita gente: o efó!

Imagem ilustrativa da imagem Projeto une música, gastronomia e cultura na Casa da Mãe
| Foto: Divulgação

Efó

5 maços de folha de taioba

2 cebolas

300 g de camarão defumado

150 ml de leite coco natural

150 g castanha

150 g amendoim

Azeite de dendê

Modo de fazer

Coloca as folhas da taioba em água fervente e retira. Escorre, processa e reserva

Processa a cebola, metade do camarão defumado, castanha e amendoim.

Refoga no azeite de dendê

Coloca a outra metade do camarão inteiro sem cabeça

Colocas as folhas processadas e os 150 ml de leite de coco.

Deixa reduzir até virar uma pasta cremosa.

E está pronta essa delícia fácil de fazer

NOTA COM HISTÓRIAS & SABORES

Macelleria Quitéria lança menu harmonizado de inverno

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| Foto: Divulgação

Com a chegada de tempos mais frios, o restaurante Macelleria Quitéria criou um Menu Harmonizado de Inverno, disponível a partir do dia 5 de julho, de quarta a sábado, no jantar, durante todo o mês de julho, pelo valor de R$ 135 para duas pessoas. Assinado pelo chef Rafael Evangelista, o menu para dois consiste no prato principal Copa Lombo Suíno confitado com risoto de limão siciliano e batatas rústicas à provençal. E com a proposta inédita de resgatar a tradição das casas de carnes italianas e oferecer uma nova experiência para o consumo de carne nobres, o Macelleria Quitéria combina os sabores da gastronomia italiana com o charme da Bahia Marina em um espaço aconchegante e repleto identidade em homenagem à heroína baiana Maria Quitéria.

Instagram: @macelleria.quiteria/ Contato para reservas e mais informações: (71) 2137-2031 e (71) 99201-7267

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Grupo Empório estreia "Hora do Chef” com a Chef Natural Mell Cady

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| Foto: Divulgação

Tem novidade na Cozinha Experimental do Grupo Empório! O Espaço Quatro Estações, da charmosa Casa Verde da empresária Elis Piñón, está de portas abertas para todos que amam a arte de cozinhar e ou simplesmente brincar com alquimia dos alimentos para viver o glamour e a experiência de um dia de chef de cozinha. O lançamento da “Hora do Chef” foi com a Chef Natural Mell Cady, criadora do método "Vida Saudável com Sabor”, que estreou o projeto convidando suas amigas para degustar um menu exclusivo. O ambiente é climatizado, 100% acústico, dispõe de estrutura moderna e completa, com equipamentos, utensílios, cenografia e louças que fazem toda a diferença na hora de servir.

Receita afetiva leva chef Ícaro Rosa a festival Churrascada, em São Paulo

Fotografia para Restaurante Jiló, em Salvador/Ba. Fotógrafo: Leonardo Freire (71)99710-4170
Fotografia para Restaurante Jiló, em Salvador/Ba. Fotógrafo: Leonardo Freire (71)99710-4170 | Foto: Divulgação

O chef Ícaro Rosa, do Restaurante Jiló, em Salvador e em Itacaré, será um dos chefs convidados do Churrascada - International Barbecue Festival, que acontecerá no Parque da Moóca, em São Paulo, no próximo dia 5 de agosto. A edição deste ano tem como tema "O Espírito do Fogo e a Alma dos Povos". O carioca radicado na Bahia será um dos mais de 40 chefs celebrados do Brasil e do exterior que estarão reunidos para atender um público de 3 mil convidados. O chef levará para o evento um dos carros chefes das suas casas, o Rosbife do Chef, receita da sua mãe, servido com maionese de mostarda, cebola crocante e farofa de pão.

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