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Levi Vasconcelos

Por [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 14 de novembro de 2020 às 6:05 h | Autor:

Alberto lidera em Dias D’Ávila. E a era de Cajado vai minguando

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Dias D’Ávila, a antiga estância que virou um esgotão | Foto: Carol Garcia | Gov-BA | 24.02.2018
Dias D’Ávila, a antiga estância que virou um esgotão | Foto: Carol Garcia | Gov-BA | 24.02.2018 -

Dias D’Ávila era uma bucólica estância hidromineral disputada pela elite de Salvador. Era, ressalte-se. O charme eram as águas cristalinas do Rio Imbassahy, hoje um esgotão a céu aberto, vergonha ambiental. Grande parcela dos 80 mil habitantes lá vai para as urnas amanhã na expectativa de escrever um novo capítulo na sua bela e triste história.

Num mix de 10 candidatos a prefeito, a pesquisa A TARDE/Potencial mostra o empresário Alberto Castro (PSDB) na liderança com 35% contra 23 do vice-prefeito Geraldo Requião (PSD) e 22,5% da ex-prefeita Andréa Cajado (PP), esposa do deputado federal Cláudio Cajado.

Velhos tempos — Se as urnas confirmarem, sabe o que isso significa? O fim da era Cajado, iniciada lá em 1992 quando ele, então presidente da Câmara, assumiu a Prefeitura porque o prefeito Dilton Santana, o Ditinho, morreu e o vice, Marcos Miranda, também já tinha falecido.

Cajado governou sete meses, mas elegeu a então noiva Andréia e estabeleceu uma cadeia de poder que durou até 2012, quando Jussara Nascimento (PT), a prefeita que agora se despede, uma antiga integrante do grupo que rompeu, se elegeu.

No cenário atual, Alberto aparece como o novo, Geraldo é apoiado por Jussara, que finda o segundo mandato muito mal avaliada e Andréia, que foi prefeita três vezes e durante a atual campanha desidratou.

A grande queixa lá é a poluição do rio. O povo, com razão, diz que falta prefeito.

Gasolina nas campanhas

Se as prestações de contas refletirem o que de fato ocorreu na campanha, 2020 vai fazer um enorme diferencial por conta da Covid.

Com a proibição dos comícios, candidatos majoritários turbinaram suas campanhas com gasolina.

Explicando: a maneira de seduzir simpatizantes foi a distribuição do vale-gasolina.

Um dono de posto em Simões Filho diz que gostou:

– Por mim, tinha campanha todo ano.

A melancolia com rio podre

Fernando Gimeno, carioca, 73 anos, 49 deles morando em Dias D’Ávila, químico, mas autor de 11 livros, um deles sobre a história do município, emancipado de Camaçari em 1985, conta que a ex-estância hoje é uma cidade-dormitório, ‘inchada’ em função do Polo.

– A magia da estância hidromineral é só história. Temos um aquífero aqui que alimenta cinco indústrias de água mineral. E nosso rio virou criatório de muriçocas, ratos e coisas do tipo. É triste.

Velho normal, mas nem tanto

Embora o trade turístico tenha grande expectativa com a retomada das atividades do setor, um empresário do ramo de Praia do Forte, em Mata de São João, adverte que a retomada é importante, mas, mesmo que a vacina chegue, a recuperação ainda demora.

Ele chama a atenção para um detalhe curioso no caso: com a volta às aulas, a tendência é emendar o ano letivo de 2020 com 2021, o que quer dizer bem menos tempo para o lazer.

Itabuna, onde a Covid-19 mudou o jogo da política

Lógico que a pandemia afetou a campanha eleitoral nos quatro cantos do Brasil, mas em Itabuna atingiu em cheio os humores do eleitorado por conta de dois atores principais terem sido diretamente atingidos de início com reflexos na reta de chegada.

Dr. Mangabeira, médico, antes líder nas pesquisas, nos primeiros momentos da pandemia sumiu. Pegou mal, desidratou. Augusto Castro (PSD), ex-deputado, que em 2016 ficou em terceiro, foi infectado com a Covid, passou 48 dias internado e cresceu na campanha. Jornalistas lá dizem que ele tem chances reais de chegar na frente. O Capitão Azevedo (PP), que em 2016 ficou em quarto, está em segundo nas pesquisas.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Último ato

Enquanto viveu, Ladislau Reis de Souza, o Coronel Santinho, deu as cartas na política de Mata de São João. Mandou 35 anos. Foi prefeito três vezes sempre fazendo o sucessor e sempre tendo como adversário José Carlos Corrêa, Zezeca.

Perto de morrer, em 1985, manifestou aos familiares um dos seus últimos desejos: queria ver Zezeca, o seu arquiadversário da vida inteira. Pedido atendido, Zezeca aceitou o convite, os dois cara a cara, o Coronel falou:

– Zezeca, estou no leito da morte. E lhe chamei aqui porque eu não morreria tranquilo sem lhe dizer uma coisa: eu sei que você será o próximo prefeito de Mata.

– Por que, Coronel, o senhor vai me apoiar?

– Eu jamais lhe apoiaria! Você vai ganhar porque eu vou morrer e é isso que eu queria lhe dizer: nunca foi antes porque eu não quis! E vai ser porque eu não posso evitar.

Bateu. Santinho morreu, Zezeca ganhou. Derrotou Ladislau Filho, o Santinhozinho.

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