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Aos amantes do café, más notícias. As queimadas vão bater no preço

Publicado sexta-feira, 08 de outubro de 2021 às 06:04 h | Autor: [email protected]
Incêndio em Barreiras, um problema que só se amplia | Foto: Cláudio Foleto | Divulgação
Incêndio em Barreiras, um problema que só se amplia | Foto: Cláudio Foleto | Divulgação -

As queimadas, filhas malditas da irresponsabilidade humana com o tempero da estiagem histórica, a pior dos últimos 90 anos, vão já já bater. A questão elementar: o conjunto da obra é perverso para os cafezais e já está previsto que a produção este ano vai desabar.

João Lopes Araújo, presidente da Associação Bahiana de Produtores de Café, preconiza um cenário sombrio, diz ele, porque além da seca com suas queimadas, há também as geadas em São Paulo e Paraná.

— O Brasil tem uma produção de 65 milhões de toneladas, consome 20 milhões e exporta 45 milhões. Este ano a safra prevista é de 45 milhões, o mesmo tanto que a gente exporta, eis a questão.

Prejuízos — Ou seja, consequência lógica, o preço vai disparar. As queimadas que se alastram pelos quatros cantos da Bahia, no Sudoeste, no Oeste e na Chapada, quase 700 focos na semana passada, vão bater também noutros segmentos do agronegócio, além do café.

Segundo uma análise da consultoria MB Associados, divulgada pela Folha de São Paulo, o prejuízo estimado para o PIB brasileiro é de ao menos R$ 60 bilhões, decorrente da safra menor no campo, aumento da tarifa elétrica e seus efeitos nos setores industriais e de serviços e mais a inflação.

Em suma, sem seca o PIB do Brasil poderia crescer 5,5% este ano. Como está, vai ficar em 4,7%. Peça logo seu cafezinho.

Água e pouca governança

Renata Ruggiero Moraes, diretora presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade, diz que a crise que vivenciamos está relacionada a uma série de fatores que inclui a má gestão dos recursos hídricos. E ressalta: ‘Todas as coisas estão unidas, mas não geridas de forma conectada’. E cita que o poder público precisa melhorar a governança sobre o uso das águas.

Só para lembrar: nos EUA quem toma conta dos mananciais hídricos é o Exército.

Arani e o Ilê: o xis do caso

A decisão da secretária Arani Santana de determinar que o Ilê Ayiê devolva R$ 176 mil por ter prestado contas ao Fundo de Cultura fora do prazo, gerou alguns buxixos no movimento negro de Salvador, até porque ela já foi diretora do bloco.

Mas os defensores de Arani dizem que há um detalhe elementar: ela, apesar de toda a boa vontade, é obrigada a cumprir a lei. Ou então o problema que é só do Ilê fica sendo dela também.

Adriana, a nova reitora

A vitória de Adriana Marmori na disputa pela reitoria da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) foi motivo de festa em Barreiras, terra dela e onde começou a sua trajetória. Adriana já foi administradora do campus da Uneb lá. Dizem lá que o trabalho a projetou estadualmente.

Aliás, a vice-reitora eleita, Dayse Lago, também é de Miguel Calmon. As duas venceram nas urnas do interior e perderam quase todas em Salvador.

União Brasil, enfim o link federal que Neto não tinha

O poder que o União Brasil, o partido que resulta da fusão do DEM com o PSL, é o grande trunfo que os aliados de ACM Neto vislumbram para compensar a possível influência de Lula em favor de Jaques Wagner, conforme demonstram as pesquisas, apesar da previsão de algumas defecções de insatisfeitos do DEM e do PSL

O PSL, com 53 deputados federais, tornou-se o maior partido do país, no embalo da eleição de Bolsonaro, em 2018, filiado ao partido. O DEM tem 28. Como deputado federal é o que conta para a distribuição de dinheiro do Fundo Partidário e de campanha, como ele sairá das urnas não se sabe, mas vai entrar como o mais forte. Esse é o trunfo da aposta.

REGISTROS

Abre vaquejada 1

Autor da lei que regulamentou as vaquejadas na Bahia, o deputado Eduardo Salles (PP) está mandando um pedido para Rui Costa que pode ser interpretado com a pergunta: se as aulas presenciais voltaram, as torcidas nos estádios também, por que não as vaquejadas?

Abre vaquejada 2

Na pandemia, Eduardo chegou a defender a realização de vaquejadas online. Ou seja, no curral, só o vaqueiro e o boi, sem público.

— A cadeia de eventos envolvendo vaquejadas na Bahia é poderosa, emprega muita gente e vai a quase 700 por ano em todos os cantos do Estado.

Pé na estrada

A julgar pelo movimento ontem no ferry e na BA-001 entre Bom Despacho, em Vera Cruz, e Santo Antonio de Jesus, o feriadão vai bombar no mais clássico velho normal. Ontem teve gente que chegou no ferry 4h50 e só embarcou às 7.

Cavalos e motos

A Secretaria de Saúde de Feira de Santana e a Unirb uniram forças num projeto comum. Substituir as tradicionais carroças, puxadas a cavalo, por motos adaptadas. Se colar, será o fim da era das carroças lá.

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