Apesar das chuvaradas, Salvador avança nas estatísticas positiva | A TARDE
Atarde > Colunistas > Levi Vasconcelos

Apesar das chuvaradas, Salvador avança nas estatísticas positiva

Publicado sábado, 05 de março de 2022 às 06:04 h | Autor: [email protected]
Alto do Cabrito e Baixa do Lobato: uma das 400 áreas de risco
Alto do Cabrito e Baixa do Lobato: uma das 400 áreas de risco -

Antigamente repórter de jornal já sabia, choveu forte em Salvador tinha pauta certa, tragédia em algum lugar. A última das grandes foi em 27 de abril de 2015, no Barro Branco: 11 mortos (com mais outros acidentes totalizou-se 20 mortos). No mesmo local, em 21 de abril de 1996, 14 mortos.

De 2015 para cá morreu mais gente, mas as estatísticas ruins estão caindo, segundo Sóstenes Macedo, o  coordenador da Defesa Civil, que ano passado festejou um feito inédito: ninguém morreu por deslizamentos de terras, apesar de em dezembro ter desabado  o maior temporal dos últimos 32 anos.

Sem dormir — Eis a questão: dizem que boa governança é baixar as más estatísticas e os governantes vezes se amarram porque a resposta é lenta. Mas mais uma vez as ações de Rui Costa na contenção de encostaas de um lado e ACM Neto de outro resultaram nisso.

Conta Sóstenes, o piloto da Codesal, que em 2015, após a tragédia no Barro Branco, Neto perguntou o que poderia ser feito para acabar com isso. Além do trabalho nas encostas, a Codesal foi completamente equipada com tudo para prever a chuva antes dela chegar.

Salvador ainda tem 400 áreas de risco com mil pontos de alto risco. Sóstenes diz que Bruno Reis sequencia bem o trabalho de Neto, mas nisso tem também o gestor da Codesal. Quando chove, ele dorme lá. No dia do Natal, estava a postos. O filho fez 18 anos e ganhou um beijo porque foi lá. 

Ou seja, Sóstenes não dorme, mas ninguém morre.

Rui diz que chapa só dia 30, mas tudo caminha para Otto

Abordado sobre a composição da chapa governista para as eleições deste ano, Rui Costa, ontem em Seabra, na Chapada, onde foi inaugurar uma maternidade, foi taxativo: 

— Chapa só dia 13.

O 13 não é por acaso. É o número do PT, que após a desistência de Jaques Wagner, ainda busca saídas para encarar as urnas deste ano tentando preservar o máximo possível. Hoje, além do governo, tem as maiores bancadas partidárias, com sete federais e 11 estaduais.

O partido ainda não tem uma posição fechada, mas grande parcela já admite apoiar Otto Alencar na cabeça, quer João Leão no Senado para emplacar a vice, no caso, Moema Gramacho, a prefeita de Lauro de Freitas.

Ao que se diz, a tendência é seguir essa opção, o que implica em Rui Costa ficar no governo até o fim. Alguns petistas dizem que esse seria o mal menor.

Parece que o forró vai rolar

Os números divulgados esta semana pelo Laboratório Central (Lacen) mostram que 15 dias atrás o número de testes de Covid positivados era de 49,69 de cada 100. Agora, houve uma queda significativa: 8,15%.

Foi por conta desse cenário que Rui Costa falou ontem em Seabra uma coisa que o forrozeiro adorou:

— Se tudo continuar como vai teremos o São João sim.

O forró reza para Santo Antônio, São João e São Pedro.

Leo Prates, o  sobrevivente na briga contra o corona

Na pandemia, Jair Bolsonaro teve quatro ministros da Saúde, Henrique Mandetta, Nelson Tech, o general Pazzuelo e agora Marcelo Queiroga. Rui Costa teve três secretários da Saúde, Fábio Vilas-Boas, Tereza Paim e agora Adélia Pinheiro. Já na Prefeitura de Salvador, a troca foi de prefeito, saiu ACM Neto e entrou Bruno Reis. Leo Prates, o secretário que pilotou a crise na capital, se despede dia 30 para reassumir o mandato de deputado estadual e vai tentar um de federal pelo PDT. 

— Viver a pandemia foi muito triste, muito sofrimento, mas foi um bom teste. Tive todo apoio tanto de Neto como de Bruno. Andei, vi o sofrimento podendo fazer alguma coisa e fiz. Não resolvi tudo, mas deixo a saúde melhor do que encontrei. E espero que o meu sucessor melhore ainda mais.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Falando sério

Isaac Newton, advogado especialista em direito administrativo, hoje coordenador jurídico da UPB, onde passou grande parte da sua carreira, já ouviu muitas  histórias de prefeitos e políticos em geral, como aquela do encontro de prefeitos que foram ao Planalto participar da Marcha a Brasília, anualmente realizada.

À noite, no jantar, no hotel, música ao vivo, um prefeito foi lá e cochichou no ouvido do cantor, que logo após soltou:

— Senhores, a pedidos lá vai essa: Se gritar pega padrão, não fica um, meu irmão!

Quase sai murro.

Isaac conta também que corre muito entre prefeitos a história do deputado que foi a ACM com ‘algumas’ reivindicações. 

Era um calhamaço de ofícios. ACM olhou, olhou, nem folheou, sentou, começou a carimbar o ‘autorizo’ e assinar.

De repente, que já estava mais ou menos no meio, parou e disse à roda de presentes, sorrindo:

—  Se esse negócio aqui fosse coisa séria o estado ia quebrar.

Gargalhada geral.

Publicações relacionadas