Após o debate da Globo, só deu Padre Kelmon nas redes sociais
A democracia do Brasil é assim, cabe tudo. E nós pagando a conta

E eis que ontem nas redes logo na sequência do debate da Globo, só deu Padre Kelmon, do PTB, que emergiu como linha auxiliar de Bolsonaro. Alguem lá mandou para o jornalista Reinaldo Azevedo: ‘Soraia perguntou ao Padre Kelmo se ele tinha medo de ir para o inferno. O capeta pediu direito de resposta’.
Uma mulher postou: “Quase 23 horas e nós aqui assistindo um debate com um padre fake? Deus nos abandonou’. O presidenciável Padre Kelmon se diz padre de uma tal Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, que os ortodoxos do Brasil não reconhecem. Dom Tito Hanna, arcebispo e núncio apostólico da Igreja Siriam Ortodoxa de Antióquia no Brasil, diz que embora as insígnias que ele usa sejam similares, nada a ver.
Terreno fértil —Padre Kelmon, baiano de Acajutiba, enfim está lotado numa igreja em Ilha de Maré, na Baía de Todos-os-Santos. Agora se sabe, também já foi petista. A pergunta: como é que uma figura tão inexpressiva aparece assim disputando a presidência da República num país como o Brasil?
Simples. Até 2018 bastava o sujeito catar 400 mil assinaturas, ir no cartório e registrar, ganhava um partido com direito a R$ 1 milhão de saída, sem ter um voto sequer.
Hoje, os partidos têm que preencher cotas de votos por estado, mas muitos deles sobrevivem com os seus donos. Um é o PTB do Padre Kelmon, cujo dono é Roberto Jefferson, condenado a mais de 7 anos no mensalão, bolsonarista, que quis ser candidato este ano e foi barrado, inventou o padre. A democracia do Brasil é assim, cabe tudo. E nós pagando a conta.
No debate da Globo, nada de ganhador, só perdedores, nós
E afinal de contas, quem venceu o debate da Globo, que fechou a campanha 2022?
Segundo os especialistas, Lula, por ter conseguido o maior número de referências positivas nas redes sociais. Mas tal vitória só foi captada por pesquisa especializada, porque no mais, o que se viu foi pauleira.
Foi Bolsonaro e Lula dando e recebendo bordoadas e entre ataques e direito de resposta, deixando de lado as questões do Brasil.
Bolsonaro disse que Lula ‘é o maior ladrão da história’ e Alckmin, o vice dele, ‘ladrão de merenda’. Na hora de perguntar a Simone Tebet (MDB), quis saber o que ela achava do suposto envolvimento de Lula na morte de Celso Daniel:
— Vá perguntar a ele. Me pergunte sobre o Brasil.
Chamar Lula de ladrão e atacar a inviolabilidade das urnas eletrônicas já faz parte das rotinas de Bolsonaro.
São Jerônimo e o primo
Monsenhor Luís, pároco da Igreja de Nosso Senhor dos Passos, uma das principais de Feira de Santana, estava esta semana na missa fazendo uma pregação sobre as virtudes de São Jerônimo.
Alguém perguntou:
— Padre, por que essa devoção com São Jerônimo?
— Ele é meu primo. Você não sabia?
— São Jerônimo?
— Não, Jerônimo, o futuro governador.
Sheila Lemos deixa vice do consórcio da Policlínica
Sheila Lemos (UB), prefeita de Vitória da Conquista, renunciou à vice-presidência do Consórcio Interfederativo da Região de Vitória da Conquista e Ipetinga (Cisvita), a instituição que administra a Policlínica instalada na cidade para atender os 27 municípios da região.
Ela diz que Conquista é grande demais, em população e também em problemas, por isso prefere focar mais suas atenções na Prefeitura, mas nos bastidores a história que corre é outra. Ela está mesmo é insatisfeita com a administração da Policlínica.
O Cisvita é presidido hoje pelo prefeito de Encruzilhada, Wekisley Teixeira (PSD), o Dr. Lei, e tem sido alvo de muitas queixas.