As mulheres avançam no jogo político, mas ainda é muito pouco
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Casada com Antonio Britto Pinto, o Toinho do Banco, duas vezes prefeito de Taperoá,
Christianne Mary Guimarães, a Kitty (Avante), se elegeu prefeita em 2020 e na primeira oportunidade em que reuniu os auxiliares, avisou:
— Só para lembrar, tem algo na tampa da cara, mas é bom ressalvar: Taperoá tem prefeita, viu? Uma mulher.
E logo de saída criou o Conselho da Mulher para dar o tom na implementação de políticas voltadas para as mulheres. Ela vai tentar a reeleição em outubro como franca favorita.
Descompasso —A deputada Ivana Bastos (PSD), no quarto mandato, uma das dez mulheres hoje da Assembleia da Bahia, afirma que a mulher na política faz enorme diferença:
— A mulher é mãe, cuida do marido, dos filhos, dos netos e nessa direção sempre apresenta um trabalho de excelência. Mas ainda há muito a conquistar.
Ela aponta, por exemplo, os dados do IBGE: o Brasil tem 214,3 milhões de habitantes, 51,1% de mulheres e 48,9% de homens. Mas quando se parte para a representação, a diferença é disparatada. De 39 deputados federais, só três são mulheres, de 63 estaduais só dez, de 417 prefeitos na Bahia só 56 e entre os 4.630 vereadores, apenas 617.
Edylene Ferreira (Republicanos), vereadora em Serrinha e presidente da União dos Vereadores da Bahia, afirma que a participação das mulheres na política é fundamental para a construção de uma sociedade melhor.
—A participação das mulheres na política é fundamental. Mas 90 municípios da Bahia não têm nem uma vereadora. Os partidos estão preocupados. Querem mulheres com potencial de voto e não acham.
Claro que há avanços, segundo ela. A primeira mulher prefeita na Bahia, por exemplo, foi Olga Laranjeira Bastos, de Igaporã, entre 1967 e 1970 (falecida em março do ano passado, aos 95 anos), há pouco mais de 50 anos.
Hoje, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, Edylene lembra que foi a mais votada em Serrinha, a primeira mulher a presidir a Câmara lá e também a primeira a dirigir uma entidade de classe.
— É importante que as mulheres tenham voz altiva na governança. Chegaremos lá.
Comércio faz suas pedidas e Kelson se diz satisfeito
Kelson Fernandes, presidente da Fecomércio-Ba, voltou de Brasília dizendo-se otimista com a reunião da Confederação Nacional do Comércio e parlamentares de todo o Brasil, com a participação de Geraldo Alckmin:
— Não são só os pleitos. A agenda institucional simboliza um canal aberto de diálogo que queremos ter com o parlamento.
Da Bahia, ele conversou demoradamente com os deputados Daniel Almeida (PCdoB) e Rogéria Santos (Republicanos).
Kelson cita, por exemplo, que a Bahia vive um bom momento com a desaceleração dos preços dos produtos mais consumidos na Páscoa, mas no plano geral o incentivo para o desenvolvimento do turismo é prioridade.