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Levi Vasconcelos

Por Levi Vasconcelos

ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 16 de julho de 2023 às 7:00 h | Autor:

Augusto Aras, quase na glória pela contramão, entre tapas e beijos

O mandato de Aras na PGR termina em setembro. E se Lula convidar ele vai topar?

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Ainda na contramão da lógica, foi ele quem desmontou a Lava Jato, a operação que detonou o PT
Ainda na contramão da lógica, foi ele quem desmontou a Lava Jato, a operação que detonou o PT -

Antonio Augusto Brandão Aras, 64 anos, baiano de Salvador, ou simplesmente Augusto Aras, o procurador geral da República, está fazendo história. Foi ungido e reconduzido por Bolsonaro, agora está em vias de ser mantido por Lula. Ainda na contramão da lógica, foi ele quem desmontou a Lava Jato, a operação que detonou o PT.

O mandato de Aras na PGR termina em setembro. E se Lula convidar ele vai topar?

— Confesso que não fazia parte dos meus planos, mas já decidi, se for convidado, topo.

Aras está fora do Brasil e Lula já disse que quer conversar com ele. Entre os baianos, a torcida é grande. Nos meios jurídicos sempre se ressalva que o último conterrâneo a ocupar cargo de relevância no plano federal foi Aliomar Baleeiro, presidente do STF de 1971 a 1973, com uma ressalva: a atuação de Aras põe nos trilhos os desvios de conduta da Lava Jato.

Wagner —Mas quem puxou o carro no sentido da manutenção foi Jaques Wagner, o senador. Numa entrevista a uma emissora em canal fechado, disse que Aras ‘cumpre muito bem a missão de preservar o estado democrático de direito’.

Demóstenes Torres, ex-senador goiano, também procurador aposentado em Goiás, num artigo intitulado Aras levou a mensagem para Garcia carimba o que Wagner disse e cita o turbilhão de baixarias que o fato gerou, de dizer que ele nada fez na pandemia, que protegeu Bolsonaro e quando circula pelo STF ninguém dá bola.

Segundo Demóstenes, um tipo de estratégia para desconstruir já usada inclusive contra o próprio Lula. Mas o próprio Aras diz já estar acostumado a sofrer injúrias.

— Já fui vítima de mais de 1.400 fake news disparadas pela imprensa do sul do país em três anos e cinco meses. Dá quase uma por dia.

Odebrecht —Além da forte carga sulista contra os interesses do Nordeste (antigamente a imprensa do sul dava pau até no Polo Petroquímico de Camaçari), há também o desmonte da Lava Jato, na qual a imprensa mergulhou como urubu na carniça.

Aras sempre defendeu e praticou a lógica do bom senso: puna quem cometeu crimes, não as empresas.

— Na Alemanha, a Volkswagen fabricava carros de guerra, a Bayer os produtos químicos que matavam os judeus, mas quando passou a guerra, a primeira providência foi preservar as empresas. Aqui, não. Matamos as empresas.

Segundo levantamento do site Poder 360, 206,6 mil empregos foram pelos ares entre a Petrobras e as construtoras Odebrecht, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e Camargo Corrêa entre 2013 e 2020.

Só a Odebrecht reduziu de 180 mil empregados para pouco mais de 25 mil. Sempre se diz que o emblema atual desse desastre é assistir hoje o metrô de São Paulo sendo construído por uma construtora espanhola. Aras paga caro justo por achar que em nome da moralidade e equívocos dos arautos o Brasil ficou mais pobre num segmento fundamental.

Desmame — Aras diz simplesmente, sobre o caso:

— Fomos vítimas de uma grande armação econômica.

Diz Demóstenes Torres que a repulsa dos grandes conglomerados da imprensa a Aras vem de um fato único, ‘o desmame da grande mídia da cobertura das prisões matinais criadas por procuradores da República, vedetes do teatro rebolado’.

Semana passada Lula disse, em entrevista, que escolherá o próximo chefe da PGR, o cargo de Aras, e mais um ministro do STF ‘conforme os interesses da sociedade brasileira’.

Cá do ponto de vista baiano ele já recebeu acenos positivos também do ministro Rui Costa. Em síntese, como a Bahia está forte no governo Lula e os principais líderes da vez acenam positivamente, quem apostar na recondução de Aras tem 99,9% de chances de acertar. Fica a lição: mesmo do ponto de vista do PT, nem tudo que Bolsonaro fez foi ruim.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Carcará

Essa quem contava era o nosso saudoso Jorge Portugal, o homem do “português é com Portugal”, ex- secretário estadual de Cultura e santamarense top. 14 de julho de 2015, Santo Amaro da Purificação fazia aniversário e a Câmara de Vereadores brindou algumas personalidades com a Medalha Marquês de Abrantes, entre elas, a cantora Maria Bethânia, irmã de Caetano Veloso, filha e orgulho da terra, que festejava 50 anos de carreira e 69 de idade.

Bethânia sentou-se ao lado de Roque Carcará, ex-jogador de futebol, zagueiro com fama de porradeiro, então vereador, que ficava toda hora alisando o cabelo dela, o que ela detesta.

Quando Bethânia foi falar, ele disse baixinho:

— Fale mais perto do microfone...

E ela:

— Este senhor está querendo me ensinar a lidar com o microfone, coisa que eu faço há 50 anos...

Alguém emendou:

— É porque o nome dele é Carcará, o seu primeiro sucesso!

Até Bethânia caiu na gargalhada geral.

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