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Bivar, ACM Neto e o UB, uma briga política que na real é por herança

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Publicado sábado, 23 de março de 2024 às 00:00 h | Autor: Levi Vasconcelos
Imagem ilustrativa da imagem Bivar, ACM Neto e o UB, uma briga política que na real é por herança
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Gilberto Almeida, geólogo, leitor amigo e morador dos Barris, pergunta: afinal, por que a briga entre ACM Neto e Luciano Bivar no União Brasil? Meu preclaro, se dinheiro e poder não são siameses, com certeza são gêmeos. E partido político nos dias atuais significa poder endinheirado.

O que vale dinheiro hoje é deputado federal. No pacote do fundo eleitoral de 2024, o PL, com 99, leva mais de R$ 800 milhões, o PT com 68 mais de R$ 650 e o UB de Bivar e ACM Neto o terceiro, mais de 550.

Bom ressalvar que a dinheirama que hoje jorra nas siglas, R$ 4,9 bilhões este ano, vem do efeito Lava Jato. O dinheiro que antes circulava por baixo do pano agora é oficial, mas partido sempre foi negoção.

União e racha —Até 2018, quando começou a valer, bastava agregar 400 mil assinaturas e registrar no cartório criava-se um partido com direito a R$ 1 milhão por ano sem ter tido nem um votinho. Nesse embalo, em 1994 o empresário pernambucano Luciano Bivar fundou o Partido Social Liberal, ou PSL. Sempre foi um partideco. Só elegeu um deputado, a partir de 2006, até 2018 quando Bolsonaro se candidatou pela sigla, que pulou para 52 deputados.

Bolsonaro queria mandar, não mandou, caiu fora. Em 2021 o PSL com os seus 52 deputados se fundiu com o DEM, que tinha 29, totalizando 81, nasceu o UB, que em 2022 elegeu 59. Bivar queria apoiar Lula, ACM Neto foi contra, o quebrou no baixo nível, Antonio Rueda, o vice, ex-amigo de Bivar, se juntou com Neto.

Bivar perdeu o comando e pode ser expulso. Será o primeiro dono de partido no Brasil a acabar na lona. Neto herda.

Jerônimo hoje na Terra Mater vai descobrir novo imbróglio

Prefeito de Porto Seguro de 1997 a 2003, no começo com 26 anos, Ubaldino Júnior viu cair no colo a dinheirama que rolou preparando a Terra Máter para a festa dos 500 anos da chegada dos portugueses, se enroscou todo e agora, aos 55 anos, diz que limpou a ficha e está de volta.

Ele fez uma enquete perguntando se deveria se candidatar a prefeito ou não. 1.103 responderam, 53% sim, está balançado, provavelmente pelo MDB. Lá, a disputa é entre o prefeito Jânio Natal (PL) e a deputada e ex-prefeita Cláudia Oliveira (PSD), com o empresário Luigi Rotunno (PSDB) correndo por fora.

Jânio apoiou Bolsonaro lá e João Roma cá, Cláudia Lula lá e Jerônimo cá, Luigi Bolsonaro e ACM Neto e Ubaldino Neto no 1º turno e Jerônimo no 2º. Jerônimo vai hoje lá. Da última vez, afirmou que vai ficar com quem ficou com ele. Lá, Ubaldino impacta o cenário. E cá?

Do ré maior ao remédio

Sérgio Evangelista, policial civil aposentado, hoje aos 71 anos tocando com a alegria da Band Top, que se apresenta por aí em casamentos, festinhas e afins, explica aos amigos que a vida dele tem dois tempos, entre a partitura e a farmácia:

— Antigamente eu tocava ré maior e ré menor. Agora, muito mais remédio.

Mas faz a ressalva: a música alegra a vida e se o remédio é inevitável, deixa lá.

Joaquim Neto, mais uma vez de cara com Paulo Cezar

Prefeito de Sátiro Dias em 2012 tentando a reeleição, o médico Joaquim Neto perdeu. E hoje proclama a alto e bom som: ‘Bendita derrota’.

A razão da gratidão: em 2016 ele se elegeu prefeito de Alagoinhas e em 2020 se reelegeu, além de ter eleito a mulher, Ludmila Fiscina (PSD), deputada estadual em 2022.

Este ano ele apoia o advogado Gustavo Carmo contra o ex-prefeito Paulo Cezar (UB), que lidera as pesquisas, mas diz nada temer.

— Em 2016 eu ganhei de Sonia Fontes, a candidata dele, em 2018 ele perdeu para deputado, em 2020 perdeu a prefeitura para mim, e em 2022 Ludmila teve 25.312 votos para deputada contra 14.261 dele. Não dá para temer.

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