Bolsonaro está certo de vetar o Fundão bilionário. Mas aguenta?

E o que vão dizer agora de Bolsonaro com ele vetando essa indecência chamada Fundão? A pergunta aí é do leitor Manassés Caldas, do Imbuí, Salvador.
O que vão dizer? Fora o ninho dos beneficiários, vão dizer que Bolsonaro está certo. O detalhe é se ele, atingindo em cheio a sua base de sustentação no Congresso, vai aguentar. E vai? Sabe-se lá, mas ainda bem que ele vai pagar para ver.
Ano passado houve 19.342 candidatos a prefeito e 512.802 candidatos a vereador, um total de 532.144 que em tese partilharam entre si R$ 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral. Em 2018 foram 14 candidatos a presidente, 202 a governador, 357 a senador, 8.588 a deputado federal, 17.941 a estadual mais 981 distrital (Brasília). Dá 28.083 candidatos, número mais ou menos equivalente. O Fundão quer abocanhar R$ 5,8 bilhões, uma fábula.
Dinastia — A questão é que o sistema partidário que emergiu no pós-ditadura dá sinais de mau cheiro. Chegamos a ter 35 partidos, hoje são 15. Mas mesmo entre os que restaram, passa a sensação de que têm donos.
Veja você. Roberto Jefferson, ex-deputado condenado a oito anos por conta do mensalão, foi preso, saiu e continua dando as cartas no PTB. É o dono.
Valdemar Costa Neto foi condenado a sete anos e 10 meses também no mensalão. Assessores dele diziam que sequer era filiado ao PL. Da cadeia, dava as ordens.
É esse pessoal, que nunca separou ilícitos e lícitos, que agora quer o Fundão. Pode?
Coronel diz que em nenhum momento foi citado em delação
Embora seja tido como ‘o político com mandato no Congresso’ citado na delação na desembargadora Sandra Inês Rusciolli, no bojo da Operação Faroeste, o senador Ângelo Coronel (PDS) diz que associar o nome dele ao esquema simplesmente não existe:
– Eu li a delação da desembargadora toda e em nenhum momento o meu nome foi citado. E não sou citado porque não tenho nada a ver com isso.
Coronel tem o nome agregado à Faroeste porque, quando era presidente da Assembleia, promoveu um acordo entre José Valter Dias, o borracheiro que se dizia dono de uma vastidão de terras, e os fazendeiros que se diziam grilados:
– Foi um acordo com participação do Ministério Público, de representantes do TJ e das associações. Tudo escancaradamente aberto.
Coronel diz que, se tivesse ‘rabo preso’, já tinham triturado ele.
Neto não cogita encontro
ACM Neto nega, por meio da assessoria, que tivesse encontro marcado com Bolsonaro semana passada, suspenso por conta da internação de emergência do presidente.
Diz que a última vez que esteve com Bolsonaro foi em dezembro. E de lá para cá nunca cogitou novo encontro.
O nome de Neto emergiu no bojo dos bochichos que precederam a visita do governador gaúcho, Eduardo Leite. Mais uma intriga.
Na pesquisa do Big Data, a cara da influência federal
A pesquisa da TV Record-Itapoan/Real Time Big Data dá um resultado que mostra o quanto a questão federal influencia na questão estadual, aquilo que o pessoal de ACM Neto tudo faz para tentar evitar.
No cenário seco, dá Neto 41%, Jaques Wagner 27%, João Roma 4% e Hilton Coelho 2%.
Com os atrelamentos, dá Neto com Ciro Gomes 35%, Wagner com Lula 29%, João Roma com Bolsonaro 15% e Hilton com Boulos fica com 2%.
Melhor dizendo, quando há os casamentos, Wagner e Roma sobem e Neto cai.
Com uma ressalva: pesquisas a esta altura do campeonato, a um ano e três meses da eleição, apenas sinalizam sobre candidatos competitivos. Mas a questão federal entra nisso.
REGISTROS
Fiol em pauta 1
Zé Cocá (PP), prefeito de Jequié e presidente da UPB, vai reunir sexta no Hotel Gran Ferrara, na terra que ele governa, os 40 colegas dos municípios que abrangem o traçado da Fiol, de Maraú, na Baía de Camamu, a Cocos, lá na divisa com Goiás.
Unidos por Duda
Alguns moradores de Saquaíra, na Península de Maraú, dizem que lá em Barra Grande a corrente de orações por Duda Mendonça é forte. O publicitário há mais de 20 anos tem uma mansão lá, a mesma que alugou a Neymar, e é uma figura muito querida no trecho.
Fiol em pauta 2
Nas projeções do governo baiano, os quase mil quilômetros entre as duas pontas que englobam os 40 municípios vão sofrer forte impacto, até porque já há mais de 10 projetos de mineração em andamento.
Corona zero
Um vídeo postado nas redes do sudeste baiano em nome da rádio Rio de Contas FM, de Rio de Contas, mostra uma grande aglomeração em Livramento de Nossa Senhora do fim de semana. No fim, o locutor grita: ‘O corona acabou!’. Pelo vídeo, até parece.