Bolsonaro pede ajuda de Biden lá, porque cá não está fácil para ele
Bolsonaro aprendeu a jogar o toma lá dá cá que ele tanto criticou e faz o toma lá como nunca se viu
![Bolsonaro: a 110 dias das eleições, pedindo ajuda a Biden](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1190000/724x500/Artigo-Destaque_01197855_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1190000%2FArtigo-Destaque_01197855_00.jpg%3Fxid%3D5466121%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1719942417&xid=5466121)
Diz o noticiário internacional que no seu périplo norte-americano, onde foi para o encontro da Cúpula das Américas, Jair Bolsonaro pediu ajuda ao colega norte-americano Joe Biden contra a sua principal ameaça, Lula.
Entende-se. Cá, com um saudosismo explícito da ditadura militar, Bolsonaro lá delira na mesma linha ao sugerir algo parecido com os tempos da Guerra Fria, quando os EUA, em nome do combate a uma suposta ameaça comunista, pintava e bordava nos quatro cantos do planeta. Fora disso, convenhamos, como ninguém de fora apita aqui, o máximo a ganhar seria a torcida de um torcedor poderoso.
Mas o fato dele pedir tal ajuda não deixa de mostrar a insegurança em que vive. Estamos a exatos três meses e 17 dias das eleições, ou a exatos 110 dias. E Lula, o principal adversário dele, é ao mesmo tempo quem alimenta o discurso direitista, mas também um inimigo altamente competitivo, apesar de Bolsonaro suspeitar, também sem provas, das pesquisas.
Dois erros —Bolsonaristas acham tais pedidas positivas, ajudam a construir um astral internacional mais a favor ou menos hostil. Mas eles próprios dizem que o presidente cometeu dois erros cruciais.
O primeiro foi na pandemia. Comprou briga com a Pfizer, mas acabou comprando a vacina. O segundo foi agora na questão da disparada dos preços dos combustíveis. Eles acham que Bolsonaro deveria ter metido o bedelho na Petrobras desde o início do ano, o que só fez agora.
Mas cá pra nós, Bolsonaro também aprendeu a jogar o toma lá dá cá que ele tanto criticou e faz o toma lá como nunca se viu. Daqui a três meses saberemos se ele terá o dá cá.
Santo Antônio quer mais um vereador, com a benção do MP
O advogado Djalma Santana, de Santo Antônio de Jesus, provocou uma situação instigante. Encaminhou protocolo ao Ministério Público dizendo que o município, por ter passado os 100 mil habitantes (103 mil segundo o IBGE) tem o direito a uma Câmara com 15 vereadores, manda a Constituição, e não 14 como é hoje. E a promotora Wanda Valbiraci atestou. Disse que ele está certo.
Detalhe é que dos 417 municípios baianos só 17 têm mais de 100 mil habitantes. O último da fila é justamente Santo Antônio de Jesus. Logo após, com 97 mil, em vias de completar 100, está Valença, município vizinho. Mas lá o pessoal já se adiantou. A Câmara tem 15 vereadores e dizem que pode ser mais.
Para o Senado, uma novidade
Na disputa do Senado a pesquisa da Seculos mostra uma novidade. Otto Alencar (PSD) lidera com 26,21%, mas Cacá Leão (PP) pela primeira vez aparece em segundo, com 9,50.
Ainda é um empate técnico com a médica Raíssa Soares (PL), a senadora de João Roma, mas já é segundo. A candidato do PSOL, Tâmara Azevedo, tem 2,03.
Na pesquisa com apoios colados, tudo como antes
A pesquisa da Seculos, ontem divulgada, atendeu a uma velha pedida dos aliados de Jerônimo e os de João Roma.
O primeiro queria uma pergunta colando o nome dele ao de Lula, e o segundo colando ao de Bolsonaro. Foi feita a pergunta nesse tom e não produziu resultados, ao que parece: deu ACM Neto 56,42, Jerônimo 19,92 e Roma 8,52.
Pois fica tudo como está. Se algo vai mudar nos humores do eleitorado, que pelas pesquisas é o mesmo do ano passado, ainda com Jaques Wagner em cena, isso vai acontecer durante a campanha. A questão é saber até que ponto.