Bolsonaro quase no PL. O partido gostou. E o PP se livrou, e adorou | A TARDE
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Bolsonaro quase no PL. O partido gostou. E o PP se livrou, e adorou

Publicado sábado, 23 de outubro de 2021 às 06:03 h | Autor: [email protected]
Zé Rocha, sobre Bolsonaro no PL: ‘Para o partido, é bom’ | Foto: Michel Jesus | Câmara dos Deputados
Zé Rocha, sobre Bolsonaro no PL: ‘Para o partido, é bom’ | Foto: Michel Jesus | Câmara dos Deputados -

Se diz em Brasília que está quase certo: o destino partidário do presidente Jair Bolsonaro: será o PL, que na Bahia era aliado de Rui Costa e rompeu ano passado quando decidiu apoiar Bruno Reis em Salvador.

E como está sendo recebido pelos baianos? Fala o deputado Zé Rocha, um dos quatro federais do partido:

— Para o partido é bom. Vai nos fortalecer lá e cá.

O PP elegeu em 2018 os deputados federais Zé Rocha e Jonga Bacelar, mas José Carlos Araújo, o atual presidente, perdeu quando tentava o quinto mandato. Mas também ganhou a adesão de outros dois, Abílio Santana e Raimundo Costa, que se elegeram respectivamente pelos nanicos PHS e PRP, riscados do mapa pela cláusula de barreira. Todos eles já são bolsonaristas.

Fala Leão — Zé Rocha diz também que isso cria a expectativa da chegada de bolsonaristas que estão em outras legendas, como o federal Alex Santana, que está no PDT, mas é evangélico da Assembleia de Deus e mesmo os estaduais Capitão Alden e Talita Oliveira, ambos no PSL, o partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018, só esperando uma brecha para sair.

Eduardo Bolsonaro, filho do presidente e deputado federal, diz que no PL ‘facilita a formação de palanques estaduais’. No PP, ele enfrentava resistências, inclusive dos baianos liderados por João Leão, que lá de Portugal, mandou o recado sobre a ida de Bolsonaro para o PL:

— Espero que ele siga em frente e boa viagem.

Feriadão teste na pandemia

Adolfo Menezes (PSD), governador em exercício, assinou decreto que transfere o feriado do Dia do Servidor, de 28 de outubro, quinta próxima, para o dia  1º, segunda-feira, véspera do Dia de Finados. Bruno Reis (DEM), prefeito de Salvador, fez melhor. Cancelou o dia 28 e botou dose dupla, o feriado dia 29, a sexta, e 1º, a segunda.

No conjunto, dá seis dias seguidos. O trade turístico adorou. E diz que o feriadão será o melhor dos sinais para o fim de ano, se tudo correr bem.

O medo em Santo Amaro

Santo Amaro da Purificação, a terra de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Jorge Portugal e outros notáveis, também vive dias de medo, com tiroteios espoucando pelos quatro cantos da área, que inclui também a vizinha Saubara, onde fica a praia de Cabuçu. Um morador bastante conhecido sintetizou o clima:

— Tiroteios, que nunca aconteciam, passaram a ser esporádicos e agora são quase diários. É uma tristeza.

Evangélicos do PT se reúnem

Benedita da Silva, ex-governadora do Rio e deputada federal, será a estrela principal do encontro A política como espaço da fé cristã, que o Núcleo de Evangélicos do PT realiza hoje (14h), por ela coordenado, com os petistas evangélicos baianos.

No encontro, ainda pela plataforma Zoom, estarão também Jaques Wagner, e os vereadores Thor de Ninha, de Alagoinhas, e Viviane Sampaio, de Vitória da Conquista, evangélicos.

Cravo-da-índia, os preços altos e a produção baixa

Bastante usado na indústria farmacêutica, de cosméticos e de alimentos, o cravo-da-índia virou sinônimo de alegria e expectativa no Baixo Sul, principal núcleo produtor na Bahia. O preço, até três meses atrás entre R$ 5 e 10 o quilo, disparou, chegou a R$ 70 e está em R$ 50.

Joailton de Jesus, agrônomo da Ceplac, diz que Malásia e Indonésia, os principais concorrentes, tiveram problemas com pragas, e a produção desabou por lá.

—Os preços tendem a ficar altos. Nossa produção chega a 100 mil toneladas e a previsão para este ano é de apenas duas mil.

Ele explica que a colheita, manual ou química, maltrata a planta e um ano dá bem e no outro é ruim. Que pena. É a vez do ruim.

POLÍTICA COM VATAPÁ

O role-roce

Essa é da lavra do nosso Everildo Pedreira.

Entre 1967 e 1967, Jussara, na região de Irecê, entrou numa exótica ciranda política. Arsênio Santos, o novo prefeito, não completou seis meses de mandato, foi cassado pela Câmara.

Como na época não tinha vice, assumiu o presidente da Câmara, também logo cassado, e a partir daí começou o parangolé: como resultado, em quatro anos o município teve seis prefeitos.

Nenhum valeu. Tudo correu à revelia da justiça, que bloqueou os recursos municipais até que a situação fosse resolvida.

E só foi na eleição de 70, quando Antonio Honorato, fazendeiro, analfabeto e beberrão, auto-intitulado o salvador da pátria, foi eleito.

Com seis dias de mandato a justiça liberou o dinheiro. Chamou o assessor jurídico, correu para o banco em Irecê, pediu o saldo, estatelou-se:

— Bacharate, filho meu! Nunca vi tanto dinheiro junto! Vou pagar aos funcionários, arrumar a casa e depois comprar um role-roce pra mim! Prefeito aqui agora vai ter moral!

Role-roce é Rolls-Royce.

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