Cartão Verde para Varela que ele merece. No que se propôs, venceu
Comunicador foi um vitorioso, na vida e no ofício
— Se eu não sou flor que se cheire, como dizem alguns, para o bem da boa informação, convém a ressalva: quem cheirou, gostou.
A frase aí vem de Raimundo Varela, o criador do Balanço Geral, que nos deixou. Ele vinha do seu maior perrengue quando batemos longo papo, ao lado da fotógrafa Iracema Chequer, mostrava ter superado a dor com pitadas de bom humor.
Em 2006, após passar quatro meses internado num hospital com violenta crise de diabetes, veio o diagnóstico: o fígado pifou e por tabela o rim também. Acabou fazendo o duplo transplante, com sucesso.
— Eu não vou dizer que nasci de novo. Eu sobrevivi. Na real, eu sabia que estava numa situação delicada, os médicos me diziam. Mas nunca me passou pela cabeça a ideia de morte.
Vitória
—No transplante, Varela foi beneficiado por uma liminar. Uma parenta morreu e a família entrou na Justiça pelo direito de ela ser doadora dele. Ganhou. A pergunta: e se a Justiça, na hora de examinar o mérito da questão, disser que você não tinha esse direito, como fica?
— Essa sentença jamais existirá. Seria um assassinato.
E gargalhou. Varela era assim, descontraído, um papa da era em que o modelo era de comunicação um para todos (um fala no rádio ou tevê ou escreve para todos, hoje está avançando para o todos para todos) se dizendo um vitorioso, na vida e no ofício.
— Vamos ao trabalho. Quero morrer trabalhando. A permissão de Deus já tenho.
E assim foi, até quando Deus quis. Cartão Verde.
Nilo Coelho e a comenda
O ex-governador Nilo Coelho, hoje prefeito de Guanambi, está na lista dos candidatos a receber a Comenda 2 de Julho da Assembleia, por iniciativa do deputado Felipe Duarte (PP).
— Este tem serviços prestados à Bahia. Ele merece.
Nilo foi eleito em 2020 e pode disputar a reeleição ano que vem, mas não se definiu.
Se for, o adversário principal é o ex-prefeito Charles Fernandes (PSD), hoje deputado federal em exercício.
Hospital de Juazeiro vai fazer três tipos de transplantes
Pedro Alcântara, médico e ex-deputado, hoje coordenador do Núcleo Regional de Saúde-Norte da Sesab, anuncia que o Hospital Regional de Juazeiro vai dar um grande salto adiante:
— Em breve vamos inaugurar a Central de Transplante do Norte. É um avanço e tanto. Estamos nos habilitando para fazer transplantes de córnea, medula óssea e renal.
Segundo Pedro, 28 municípios, entre eles Juazeiro, Paulo Afonso e Senhor do Bonfim, serão diretamente beneficiados.
Hoje, quando a população precisa de tais serviços, tem que correr para Salvador ou mesmo Recife.
Ele afirma que outro setor cujas conversas também estão fluindo é a realização de transplantes de córnea. Diz que os avanços na saúde que agora estão sendo realizados são absolutamente inéditos.
Segundo Lídice, o melhor do 7 de setembro foi a paz
Na avaliação da deputada federal Lídice da Mata (PSB), o melhor do 7 de setembro de 2023 foi a volta da normalidade.
— O mais importante foi a paz. Não tivemos grupos estimulando a politização da data. Voltou a celebração da independência, da soberania nacional acima de tudo.
Lídice ressalva que para os baianos a data magna da pátria é o 2 de Julho, e o 7 de setembro nunca o substituirá, mas que a data cívica nacional transcorreu em clima de absoluta normalidade democrática nos quatro cantos do país.
Na Bahia, até em Luis Eduardo Magalhães, tido como o município baiano mais bolsonarista, a participação foi intensa, mas normal.
POLÍTICA COM VATAPÁ
A zona
Com sua educação refinadamente fidalga e a voz mansa por natureza e estilo, o professor Roberto Santos sempre impôs aquela aura de responsabilidade entre os convivas, sempre ciosos em evitar palavrões e expressões chulas, por entenderem incompatível com o estilo do homem, ‘um acadêmico nato’. Talvez por isso nos tempos em que ele era governador os seus encontros com os simplórios do interior vitaminavam o folclore.
Lá um dia, tempo de seca, Roberto foi a Antas, efusivamente recepcionado pelo prefeito João Macário, semianalfabeto e rude. Adiantou-se:
— Olá, prefeito, quanta saúde... Com o senhor já vi que está tudo bem, mas como vai a zona rural?
Macário puxou o governador num canto e cochichou:
— Olha, governador. A zona eu acabei porque enquanto eu for prefeito aqui não vai ter dessas imoralidades. Mas a rural (Rural Willys, antiga marca de carro utilitário) está aí, velhinha, mas toda boa.
Roberto riu (polidamente)