Centro Histórico em pauta, antes por bem, agora também por mal
Confira a coluna de Levi Vasconcelos

A morte da turista Giulia Panchoni Righaetto, 26 anos, com o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, uma joia do Centro Histórico de Salvador, foi mais que uma tragédia. Foi como uma facada no estômago de alguém que pede socorro.
As lideranças que lutam pela reabilitação do Centro Histórico calaram. O consenso: a pancada foi forte. Como diz Nelson José de Carvalho, diretor da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e benemérito da Irmandade de Nosso Senhor do Bonfim:
– Claro que pelo tamanho da repercussão isso vai afugentar os turistas.
Ele diz que das 372 igrejas que marcam a trajetória da colonização portuguesa em Salvador, a grande maioria precisa de intervenções.
– Só a Igreja da Vitória, onde os fiéis têm boas condições financeiras, é bem cuidada. A do Bonfim, também. As demais pedem socorro.
IPHAN na ABI –É por conta desse cenário que segunda-feira a reunião com o superintendente na Bahia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Hermano Guanais, na ABI, ganhou força.
O encontro já estava agendado antes da tragédia e a pauta é o que fazer para acelerar iniciativas da recuperação, mas com certeza a tragédia vai turbinar a conversa.
A questão é que a lei diz que não se pode desfigurar os patrimônios, mas não obriga os donos a mantê-los. E mesmo para os que querem, a burocracia é grande. No caso das igrejas, o dono é a Igreja Católica, que não cuida de todas.
Colaborou: Marcos Vinicius
Marcinho bem com o governo
Na visita de Jerônimo à Assembleia esta semana o deputado Marcinho Oliveira (UB), que desde o início do mandato sempre esteve próximo ao governo, foi todo cortês com o governador. Veio a pergunta: já estás com o governo?
– Não, apenas mantendo as boas relações.
Mas na bolsa de apostas da Alba se diz que ele está no time dos que só esperam a janela partidária abrir para mudar.
Manutenção em monumentos deve ser contínua, diz historiadora
Instigada a falar sobre a tragédia na Igreja de São Francisco, a historiadora Elza Elisa Pereira, também professora, que já pesquisou o cemitério de escravizados no Campo da Pólvora, disse que o episódio revela a negligência que tem-se tido com o patrimônio histórico.
– Desde a ocupação portuguesa a coroa usou a religião para exibir o poder do império e as igrejas barrocas são símbolos desse domínio. No entanto, esses monumentos são patrimônios seculares e necessitam de manutenção contínua, o que infelizmente não ocorre.
Ela lamentou a tragédia, destacando que a falta de cuidados com esses edifícios leva a perdas em dose dupla.
– Perde-se vidas e também uma parte da nossa história. É lamentável.
A julgar por aí, haveremos de convir: muito da história já se foi.
Paramirim adorou visita de Lula. E ele teve bom dia
A festa com Lula ontem em Paramirim, no sudoeste baiano, começou no início da tarde, por volta das 14 horas, mas o prefeito da cidade, João Ricardo (Avante), o primeiro a discursar, saudou a todos com um ‘boa noite’.
– É porque é como se estivéssemos num sonho.
Além das obras entregues, ele conseguiu de Lula a promessa de realizar a sua pedida, pavimentar o trecho da BR-122 entre Paramirim e Caetité. E para Lula também foi bom. Estavam presentes mais de 100 prefeitos.
Lula vive o pior momento deste terceiro mandato, com os índices de aprovação em baixa e a economia forçando o aumento dos combustíveis. Espera que seja o começo da virada.