Chuva não matava em Salvador há quatro anos. Ontem, dia triste
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
Só em Saramandaia, onde a terra correu e matou duas pessoas, choveu nos últimos três dias 336 milímetros. É o recorde absoluto dos últimos 61 anos na capital baiana, onde a média histórica em novembro, em toda a cidade, é de 108 milímetros.
O cenário é trágico, vá lá. Até porque, chuva matar gente em Salvador era tradição, até que os investimentos do governo e muito mais da prefeitura, estancaram as tragédias. A quatro anos não morria ninguém por causa disso. Ontem, saiu do tom.
Se dizia que Sósthenes Macedo, o piloto da Coordenação Civil de Salvador (Codesal) responsável por estancar as estatísticas macabras, quando chove não dorme, mas ninguém morre. Ontem ele não dormiu, mas morreu.
Áreas de risco –Sósthenes admite que foi ruim.
– É um daqueles dias em que nosso coração fica partido. É muito triste.
No cenário soteropolitano tem muita gente viva graças a ação da Codesal, um fato que carimba o top da boa governança, o beneficiário não sabe que se beneficiou e nem governante a quem cobrar. Mas Sósthenes não se dá por satisfeito.
– Nossa luta é para não morrer ninguém.
Apesar da boa intenção Salvador ainda tem 171 áreas de risco monitoradas pela Codesal. Muitos foram evacuados da chuvarada, os moradores são treinados para evacuar áreas em momentos de perigo, mas mesmo assim acontece. É triste mesmo.
Colaborou: Marcos Vinicius
Já no sertão, água pouca é o problema. E continua assim
Sempre atenta às condições climáticas do sertão, a deputada Fátima Nunes (PT), que é de Cícero Dantas, diz que lá, nestes dias de chuvas intensas cá, o cenário é de expectativa.
– Caiu uma chuvinha só para molhar, nada para animar. Se essa chuvarada de cá (ontem ela estava na Alba) fosse lá. Seria uma maravilha.
Fátima celebrava ontem o anúncio pelo governo da construção da construção de 15 mil cisternas sertão afora, algo fundamental também para armazenar água da chuva. Mas se elas vão precisar de água por que não pedir a São Pedro?
– Enquanto ficamos aqui pedindo socorro a São Pedro os que só pensam no dindin estão destruindo o planeta. Aí, não tem santo que aguente.
Já no Vale do São Francisco, diz o deputado Zó (PCdoB que está tudo bem.
– O Velho Chico está com 41% do nível normal, mas está subindo. Tá chovendo.
Vítor: ‘Nunca quis sair do PL. Na janela, vou pensar’
O deputado estadual Vítor Azevedo, um dos acusados no seio do PL pelo Comandante Rangel, assim chamado por fabricar e pilotar aviões, por infidelidade partidária, se disse muito tranquilo. Foi notificado, respondeu com suas explicações.
– Eu nunca disse que gostaria de sair do PL.
Mas você vota com independência, muitas vezes a favor do governo.
– Como os deputados federais fazem em Brasília. Se é erro meu cá é deles lá.
E em 2026 vai disputar a reeleição pelo PL?
– Aí não sei. Quando a janela partidária abrir, vou analisar o cenário e decidir.
Curioso: Vítor é publicitário, mas discreto. ‘Não faço questão que saibam onde estou’.
Euclides fora de Brasília
Indagado ontem se tem a pretensão de disputar o mandato de deputado federal, como outros colegas, o deputado Euclides Fernandes (PT) foi curto e caceteiro:
– Eu nunca desejo o que eu não posso ter. Hoje sei que sou candidato a reeleição. Não tenho musculatura para ficar acima disso, seja a presidência da Alba, seja deputado federal, que é um degrau muito alto e eu ainda estou no início da escada.