Ciro Gomes no olho do furacão. E com aquele fedor de coisa feita
Dizem que na velhice se mede a importância do legado pelos índices de acertos, e como em qualquer jogo, no jogo da vida ganha quem acerta mais. Venha cá: Ciro Gomes já foi deputado no Ceará, prefeito de Fortaleza, ministro da Fazenda de Itamar, da Infraestrutura de Lula, agora virou suspeito de corrupção?
A peça parece não encaixar no tabuleiro. Foi tudo isso, nunca em tempo algum teve o nome associado a corrupção. Sempre foi falastrão, tipo metralhadora giratória, vezes descambando para a baixaria, como chamar alguém de filho da puta, aliás, se atropela pela língua, mas não nem risco, muito menos tradição em corrupção.
Diz Ciro que Bolsonaro está fazendo uso político da PF. Primeiro o caso é requentado de 2013-2014 na construção do Castelão, quando ele nem mandato tinha e o irmão era governador. E sempre disse e repete que foi o estádio da Copa mais barato do Brasil.
Inferno astral — Esse fato emergir em cena tanto tempo depois com Lava Jato e tudo atingindo um candidato a presidente, bem poderia ser interpretado como coisas do tiroteio político se a PF não estivesse no meio.
Da forma como está sendo feito, fica parecendo o uso político ostensivo e explícito da PF, coisa que o próprio Ciro acusa sem rodeios.
Seja como for, Ciro vive dias de inferno astral. Planeja chegar em março com 15%, não passa de dois dígitos e Sérgio Moro tomou o terceiro lugar. Agora vem mais essa.
E Roberto Carlos diz esperar que o PDT volte a suas origens
Fora do PDT se o partido permanecer no apoio a ACM Neto, como tudo indica, o deputado estadual Roberto Carlos, filiado desde a fundação, há mais de 30 anos, e pelo qual foi vereador 31 anos atrás, diz que ainda não jogou a toalha:
— Eu ainda acredito que o PDT vai voltar às suas origens. O compromisso com Neto é para ele apoiar Ciro Gomes. Isso não vai rolar.
Alguns dizem que a paixão de Roberto Carlos pelo PDT vem do número, a toda eleição sempre o mesmo, 12345, ou ‘um, dois, três, quatro, cinco’.
— Nada disso. A primeira vez que me elegi deputado foi 12344. É questão de amor mesmo. Sou fundador.
O PDT tem hoje dois deputado federais, Félix Júnior e Abílio Santana, e quatro estaduais, além de Roberto, Euclides Fernandes, Samuel Júnior e Leo Prates (licenciado).
A projeção é que com Neto só ficam Félix e Leo.
Carne cara vai piorar mais
Fatores climáticos, como a falta de chuvas, fizeram o preço da arroba do boi gordo disparar. Era R$ 160, chegou a R$ 320, mesmo que a China, grande comprador, tenha suspendido a compra.
A alta é por conta da baixa oferta. E agora que a China vai voltar a comprar carne do Brasil, como fica? Segundo o deputado Robinho (PP), que é pecuarista, a tendência é a situação se normalizar.
— Ainda demora um tempo, mas ajusta.
A troca de Adhemar por Milton Santos é uma boa?
A pergunta aí é de Ricardo Alves, morador da Av. Adhemar de Barros, em Ondina, a respeito do projeto do vereador Augusto Vasconcelos, aprovado pela Câmara, aguardando sanção do prefeito Bruno Reis (DEM), que já sinalizou positivamente.
Meu caro, Cid Teixeira, o nosso historiador principal, sempre foi contra a troca de nomes, segundo ele, um desserviço à história, como a Rua Chile, que já foi Rua Direita dos Mercadores e Rua Direita do Palácio. No caso em apreço, nome por nome, biografia por biografia, nem se compara. Adhemar, ex-governador de São Paulo, fama de corrupto, nada a ver com a Bahia. E Milton, baiano que honra o mundo acadêmico. A troca de nome detona uma cadeia de ajustes de endereços que pode dar problemas. Mas quando se quer.
REGISTROS
Carnaval adiado 1
João Campos (PSB), prefeito de Recife, admite a possibilidade de adiar a realização do Carnaval de fevereiro e março, os meses tradicionais, para maio. Mas é só cogitação. Ele vai conversar com Bruno Reis, de Salvador, mais os colegas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte.
Carnaval adiado 2
Cá, Bruno Reis dá sinais desanimadores. Diz que nas circunstâncias atuais, ‘o risco é muito alto’. Mas vai esperar o governador Rui Costa, que até agora nunca deu sinais para o ‘sim’.
Licença tática
Edylene Ferreira (PSD), vereadora em Serrinha e presidente da União dos Vereadores da Bahia (UVB), se afastou da Câmara 30 dias para fazer uma cirurgia de hérnia e voltou anunciando novo afastamento, dessa vez para cuidar da saúde política. É candidata a deputada e a suplente, Jaqueline da Rádio (PSD), aliada.
Hospital em Alagoinhas
Joaquim Neto (PSD), prefeito de Alagoinhas, assina hoje (9h30) a ordem de serviço para o início da construção do Hospital Materno-Infantil. Junto, o senador Otto Alencar (PSD). Ele conseguiu uma emenda de R$ 13 milhões.