Com tantos tiroteios em Salvador, Cel. Xavier avisa: ‘É preciso conversar’

Uma lamentável constatação: os tiroteios nas ruas, antes comuns no Rio de Janeiro, cá só esporádicos, a cada dia estão mais frequentes. Só nos últimos 15 dias em Salvador aconteceram em Valéria, IAPI, Fazenda Grande, São Caetano e também no Porto da Barra.
A questão: na medida em que o tempo passa a situação só piora. E aí, qual é o caminho para encontrar o caminho da vida de antes? Com a palavra o coronel Manoel Xavier de Souza Filho, ou Coronel Xavier, comandante de Operações Policiais Militares da Bahia, o terceiro na hierarquia da PM:
- Acho que a sociedade deve parar para discutir esse assunto com todo o carinho. Essa briga não é só do pessoal da segurança, é de todos.
Aprendizado - As tensões em Salvador também crescem no interior e o Coronel Xavier diz não acreditar, como dizem, que os traficantes do Rio de Janeiro, acossados lá, migraram para cá.
- Creio mais que alguns traficantes de cá passaram um tempo no Rio e aprenderam algumas táticas lá, como no Nordeste de Amaralina. Antes, eles corriam aleatórios. Agora, já usam táticas semelhantes às da polícia.
Diante do cenário, ganha corpo a tese da liberação das drogas e passar a tratar o assunto como questão de saúde pública e não de segurança, segundo a qual a PM está numa briga que não é dela.
Cel Xavier diz que é uma saída. Certo é que do jeito que vai, a guerra só cresce.
Políticos só esperam as regras para saber o que fazer da vida
Afinal, quais são as regras para as eleições do próximo ano? É exatamente na expectativa sobre o que virá do novo Código Eleitoral que o mundo político está na expectativa. É a partir disso que cada um vai avaliar o melhor para encarar 2022.
E as coligações vão voltar como a Câmara aprovou?
O senador Otto Alencar (PSD) diz ser a favor, mas não acredita que passe:
- O Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ, sequer nomeou o relator.
Essa questão é crucial e é o que vai ser avaliado até março, quando a janela partidária se abre e cada um pode mudar de partido, sem riscos.
O deputado Marquinhos Viana (PSB) é um que admite estar na espreita:
- Claro. Quero o melhor.
Já a deputada Ivana Bastos (PSD) diz que não será fácil:
- A campanha já começou. O povo vem em cima como se a eleição fosse este ano. E não é só aqui, no país inteiro.
De Olho em Sergipe e Rio
Embora o empresariado baiano bote carga na decisão do governo de Sergipe, anunciada anteontem, de liberar festas em geral, algumas autoridades baianas dizem que embora entendam a angústia do setor de entretenimento, a agonia não acabou. E citam o caso do Rio, com 17.736 novos casos, recorde desde o início da pandemia.
Ou seja, os olhares do momento estão divididos entre Sergipe e Rio.
Isidório diz que Avante é democrático como ele quer
Além de eleger o filho João Isidório deputado estadual nas eleições de 2018 com mais de 110 mil votos, os 328.264 que o deputado federal Sargento Isidório teve também levou a reboque outro deputado federal, o Tito, ex-vereador em Barreiras, com 48.899, penúltimo colocado, só na frente de Raimundo Costa, que se elegeu pelo PRP com 38.829.
A questão é que Isidório é Rui Costa e Tito bolsonarista. Pegunta a Isidório: e aí?
- Eu sempre quis estar num partido que me respeitasse, e estou. Em Brasília o Avante apoia Bolsonaro, eu não. O que é bom, voto a favor. O que acho ruim, como privatização da Petrobras, dos Correios, sou contra. Mas entre o esquerdista e o direitista, sigo Jesus.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Passe livre
Judélio Carmo, jornalista, velho companheiro de A TARDE, sempre de bem com a vida, como se estivesse eternamente a brincar. Foi prefeito de Alagoinhas duas vezes, estava no segundo mandato, viajava pela BR-324, passou no posto da Polícia Rodoviária em Simões Filho a mais de 120 por hora. Os policiais apitaram, não foram atendidos, saíram em perseguição, sinalizaram, Judélio parou:
- O senhor passou a 120, nós apitamos, o senhor não parou. Quer nos mostrar os documentos explicar o que está havendo?
- Posso. Passei a 120, poderia passar a 140 ou 160 porque sou autorizado pelo Banco Central.
- Banco Central? Eu poderia ver essa autorização por favor?
Judélio abriu a maleta cheia de dinheiro, puxou um bolo, e foi passando as notas de R$ 100:
- Aqui uma autorização, mais outra, mais outra, outra e outra. Tá bem?
E seguiu viagem tranquilamente, deixando as autorizações lá.