Conforme o previsto, deu Rangel. E Marcelo Nilo perde a última aposta
Confira a coluna de Levi Vasconcelos
O primeiro foi Zilton Rocha, depois Zezéu Ribeiro, veio Nelson Pelegrino e finalmente ontem o PT emplacou o seu quarto conselheiro de tribunais de contas em 16 anos de poder na Bahia. É Paulo Rangel, que no plenário teve 36 votos, contra 32 do ex-deputado Marcelo Nilo.
Em seu discurso, pouco antes da votação, Nilo evocou a sua trajetória, 28 anos como deputado estadual, dez dos quais presidente da Assembleia. Foi aliado do PT por 31 anos, em 2022 rompeu para seguir ACM Neto, perdeu a reeleição para deputado federal e embora tenha tentado sacudir a poeira da virada, não colou, ficou a ver navios. Ou pior, pela cúpula dos que mandam na Bahia, é traidor.
Já Rangel, que é filho de Paulo Afonso e foi diretor da Companhia Hidrelétrica do São Francisco, tem seis mandatos de deputado estadual, sempre pelo PT, amanhã estará completando 63 anos. A vitória de ontem acabou se tornando um presente.
Sequelas —Ficou do episódio uma sequela com o PCdoB, aliado histórico do PT. Os quatro deputados, como prometeram, não foram em solidariedade ao colega Fabrício Falcão, que nem condições de ser candidato teve.
Jerônimo não se envolveu, Rui Costa também não, mas os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar, sim. Em favor de Rangel. Segundo Marcelo Nilo, em 2025 haverá mais quatro vagas em disputa, mas ele, que dia 26 de abril completa 69 anos, já não terá mais nem tempo.
Noutras palavras, desde que mudou de lado, só perdeu.
Coelba promete investir quase R$ 4 bilhões. Mas não convence
Thiago Freire Guth, o presidente da Neoenergia-Coelba, foi ontem na C0missão de Infraestrutura da Assembleia e até conseguiu uma proeza: apesar de na sala ao lado estar havendo a sabatina com Marcelo Nilo e Paulo Rangel, os candidatos ao TCM, dividiu as atenções da plateia.
Ele ouviu queixas de deputados e prefeitos de todos os cantos, os mais problemáticos o oeste baiano, o Médio São Francisco, o sul e o Baixo Sul da Bahia, todos travados com empresas impedidas de se implantar por falta de energia, sem contar os problemas de interrupção.
Anunciou que a Coelba está planejando investir R$ 3,8 bilhões para sanar os problemas. Pergunta ao deputado Robinson Almeida (PT), autor do requerimento que resultou no convite: resolve?
— Agora, 27 anos depois de ter estar aí operando? Acho que ficou tarde.
Vita, o criador de Todavia
Ainda na sabatina, o deputado Zé Raimundo (PT) alertava o colega Paulo Rangel sobre o tamanho da responsabilidade que ele terá indo para o TCM substituir o jornalista Fernando Vita.
— É uma figura fantástica, autor de muito bons livros. Eu li todos, são excelentes. Ele criou uma cidade chamada Todavia, onde tudo acontece. Olhe a responsa, você vai substituir um grande cidadão.
Rangel se disse honrado.
No caso das motos, falta regulamentação no trânsito
Ainda sobre o sempre crescente número de vítimas de acidentes com moto, o jornalista Agostinho Muniz faz uma observação pertinente, a total falta de regras para motos no trânsito de grandes cidades como Salvador.
— Os motoqueiros usam e abusam, querem passar e seguir em frente de qualquer jeito, criam situações de risco para eles e para os outros passando entre carros.
Ele ressalva que o crescimento do número de motos em circulação parece que passa ao largo das autoridades de trânsito, a Transalvador, em Salvador, e o Detran.
Pela lei, as motos deveriam obedecer as mesmas regras de carros, mas isso não existe.