Coronel sobrevive a 2026? Pode ser, mas o cenário é complicado
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta sexta-feira

Elenilson Ribamar, de Alagoinhas, pergunta se em 2026 o senador Angelo Coronel vai disputar a reeleição, mesmo com Jaques Wagner dizendo-se candidato natural na chapa de Jerônimo, e Rui Costa querendo estar ao lado dele.
Pode ser, mas do ponto de vista governista ele está bem complicado no cenário. Primeiro, ele só é o que é graças ao senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e dono do cacife. E o deputado federal Otto Filho não dá essa garantia. Olha o que ele disse:
– Nós não abrimos mão do Senado. Não temos interesse em romper com o governo, mas pode até não ser Coronel, mas um senador equivale a algo em torno de R$ 2 bilhões em emendas, um ativo que não podemos dispensar.
Em síntese, briga pela vaga e não pela pessoa.
IVANA – Coronel também enfrenta os resmungos dos aliados do governo por ter uma postura inteiramente voltada para si, ou dinástica, como dizem. Em 2018, candidato ao Senado, pegou o filho, Diego, e botou no lugar dele na Alba.
Em 2022, já senador, elegeu Diego deputado federal e botou outro filho, Angelo Coronel Filho, na Alba.
Como tanto o governo como Otto não querem racha, também emerge no cenário uma nova vertente. A chapa ficaria com Jerônimo, Wagner e Rui e Otto indicaria a vice, que seria a deputada Ivana Bastos (PSD), presidente da Alba, que no cargo, como mulher, só cresce.
Sabe-se lá como vão se arrumar, mas Coronel se insere no jogo mais como zebra.
Justiça notifica Diego Castro por conta da queixa de Olívia
Um oficial de Justiça bateu, ontem, na porta do gabinete do deputado Diego Castro (PL), na Alba, e entregou uma notificação sobre o processo que a colega Olívia Santana (PCdoB) moveu contra ele pelos sucessivos ataques que recebe do deputado, segundo ela, ‘por ser mulher’.
– É sistemático o ataque desse deputado aqui no plenário e a pessoa que ele mais escolhe para atacar sou eu. Não vou ficar assistindo.
Já Diego insiste na tese de que ela quer lhe calar:
– Ela é quem deveria dar exemplo nessa Casa por ser anciã, por ter mais tempo que eu no parlamento. Ela deveria entender as questões regimentais, a Constituição, que dizem que nós, parlamentares, somos invioláveis de opiniões, palavras e votos. Está querendo me vencer no tapetão, me calar.
O pano de fundo do caso é ideológico, claro. Ele de direita, ela de esquerda.
Nepotismo e furdunço
Eduardo Hage(MDB) cumpriu a orientação do MP, que o acusava de nepotismo, e demitiu, de uma só canetada, 28 parentes, entre eles Yasmin Lima, secretária de Planejamento, que é esposa do ex-prefeito e sobrinho, Rodrigo Hagge.
O furdunço está criado. Até porque Eduardo foi eleito com apoio do sobrinho, o que, pela lei, já desfigura o impedimento por parentesco. O caso tem desdobramentos políticos.
Guanambi faz aniversário, Jerônimo ganha o presente
Guanambi, a terra do ex-governador Nilo Coelho e também da presidente da Assembleia, Ivana Bastos, completou, ontem, 106 anos. E Jerônimo foi lá, saiu presenteado.
Em 2022, Nilo Coelho ganhou para prefeito, mas em novembro de 2023 afastou-se por problemas de saúde. Nal Azevedo, o vice, que era do DEM e, em 2022, apoiou ACM Neto, se efetivou.
De saída, Nal mudou para o Avante. O deputado Felipe Duarte (PP), a ele ligado, que disputa com Ivana lá, sempre foi governista. Em 2022, Jerônimo já ganhou lá, agora no aniversário da cidade Nal declarou apoio de vez, diz que o passado serve para se aprender. Ou seja, todo mundo é governo agora.
REGISTROS
Clóvis Moura 1
O escritor Clóvis Moura, o primeiro a mostrar a resistência dos negros ao regime escravocrata com o livro Rebeliões da Senzala, é o personagem central de evento, hoje (16h30), na Rodade Conversa 100 Anos de Clóvis Moura: Legado, na 8ª edição da Feira Literária de Mucugê (Fligê).
Clóvis Moura 2
Se vivo fosse, Clóvis estaria completando 100 anos (faleceu em 2002), e a pauta com ele lá celebra a data. Estarão na mesa Angela Guimarães, secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial; Joselício Júnior, jornalista e da Dandara Editora; Eduardo Estevam, doutor em história e professor da Unilab; e Marcelo Rocha, historiador.
Em Camaçari
Ambientalistas que vigiam Camaçari dizem que a ação do MP contra Cetrel e Parapanema, por poluírem o Rio Capivara Pequeno, é apenas a ponta do novelo. 100% dos rios lá estão poluídos. Inclui-se aí o antigo balneário da vizinha Dias D’Ávila.
Taboquinhas
Publicamos, anteontem, que Taboquinhas, realizando micareta neste fim de semana, pertenceria a Uruçuca, mas o mestre Florisvaldo Mattos, que é uruçuquense, nos corrige: Taboquinhas é Itacaré.
COLABOROU: MARCOS VINICIUS*
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