Depois do forró, os Caboclos. O 2 de Julho terá Lula outra vez
Confira a coluna de Levi Vasconcelos desta terça

Lula vem a Salvador, mais uma vez, para o 2 de Julho. Era até aguardado para estar na inauguração da BYD, hoje, a fábrica de automóveis elétricos chineses em Camaçari, mas a informação, ontem, foi de que não viria mais.
Mas, amanhã, estará no desfile. Lula não está num bom momento, vá lá. Com a popularidade em baixa e precário apoio no Congresso, vem para os pés dos Caboclos porque fez isso nos últimos quatro anos, os dois primeiros como pré-candidato e os dois últimos como presidente.
Aliás, o próprio Lula diz que vai tentar nacionalizar a data.
– Já conversei com Jerônimo, que, via Ministério da Educação e o Congresso, vamos transformar o 2 de Julho em festa nacional, assim como a Revolução dos Padres, em Pernambuco, a Balaiada, no Maranhão, e a Cabanagem, no Pará. Vamos contar a história que não é contada.
Fogo simbólico –E não é contada mesmo. O 2 de Julho é a festa cívica baiana mais encarnada na alma popular em Salvador, com ampla participação popular dos segmentos oficiais e marginalizados, que aproveitam a data para mandar seu recado.
Segundo a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga (PT), que ontem despachou de lá, o Fogo Simbólico, que representa a participação popular a partir de Santo Amaro de Ipitanga, é isso mesmo, a história não está bem contada.
– A Independência era um movimento de elite, mas com ampla participação popular, de índios, negros escravizados e o povão.
Diego Castro, a presença baiana no ato de Bolsonaro e Malafaia
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato dos bolsonaristas, em São Paulo, para pedir anistia pelos implicados nos atos do 8 de janeiro, ante o volume do público presente, abaixo do esperado, disse que parte da direita ‘é prostituta e vagabunda’, mas na banda baiana a falácia não cola.
Lá estava, além de João Roma, o presidente do PL na Bahia, o deputado estadual Diego Castro, dizendo que foi lutar pelos “perseguidos políticos”.
– Fomos lá pedir justiça. Não podemos aceitar esse tipo de coisa que acontece no Brasil, com uma caçada desenfreada aos conservadores. Com o pouco fôlego que resta, fomos na Av. Paulista protestar contra isso.
No tal protesto, Bolsonaro disse que se eleger metade do Congresso faz uma revolução no Brasil. Sinal de que, apesar de estar inelegível, ele está jogando para ser candidato em 2026.
Barranco vem tirando o sono do pessoal no Trobogy
Moradores do Trobogy, em Salvador, dizem estar correndo risco sem necessidade. Um paredão colado à entrada do acesso à estação do metrô, lá na Avenida Paralela, que também é ponto de ônibus, bastante usado pela comunidade local, está ameaçando desabar.
Sosthenes Macedo, da Codesal, diz que cumpriu a responsabilidade dele, botou uma lona protetora. A Semob diz que já botou uma placa lá proibindo o ponto, mas o povo insiste em usar. A CCR Metrô diz que o local não é área dela, mas aguarda autorização do governo para fazer a obra. E Rose Muniz, moradora do Trobogy, pede socorro.
– Por favor. Só temos lá para pegar ônibus.
Thiago Guedes pilota a Ceplac
Num momento em que o cacau está voltando a ser estrela no agronegócio, Thiago Guedes, ex-chefe de gabinente da Secretaria de Agricultura da Bahia (Seagri) e formulador de políticas públicas para a agropecuária sustentável, é nomeado o novo diretor-geral da Ceplac.
Ele é de Itabuna, mas teve apoio de lideranças do agro não só da Bahia, mas também do Pará e Espírito Santo, os grandes produtores.
REGISTROS
Explosão de fogos 1
A explosão de uma fábrica de fogos clandestina em Samambaia, Maragogipe, na semana passada, revela uma realidade perversa: embora proibidas, tais fábricas campeiam por todo o Recôncavo, onde fabricar fogos também é tradição, segundo o pessoal do trecho.
Explosão de fogos 2
Pensava-se que após a célebre explosão de uma fábrica de fogos, 11 de dezembro de 1998, em Santo Antônio de Jesus, a prática tinha sido mais controlada. E está. Mas, segundo um vendedor de fogos em Cruz das Almas, “fabricante clandestino nunca deixa de ter”.
Espingarda na mira
E, por falar em tradições malditas, eis que a Cia de Polícia Ambiental de Lençóis pegou, semana passada, em Lagoa Bonita, Utinga, uma fábrica clandestina de armas. Era de espingardas. E pegou por puro acaso. Ia passando e viu na casa uma série de armas expostas, como se fosse uma vitrine.
Festival de Escalada
No mix de atrações que incluem sol e praia, a mais procurada, Itatim, no enclave entre o Vale do Jiquiriçá e o sertão pleno, pegou a dela. Faz, de 5 a 7 de setembro, a 5ª edição do Festival de Escalada. A área tem inselbergs (montanhas de pedras no meio da planície).
Colaborou: Marcos Vinicius*