Deputados baianos tiram a mão da cumbuca no caso Binho Galinha
Confira a coluna de Levi Vasconcelos deste sábado, 11

Faça-se justiça, quando o assunto era o caso Binho Galinha, os deputados estaduais baianos deram um show de cautela. Todos diziam ser uma situação muito delicada, que exigia bom entendimento para se tomar uma decisão.
Mas alguns deixavam escapar, ‘em off’, juízos de valores. Como um, que traçou o painel: ‘Depois que a Câmara dos Deputados aprovou a PEC da Blindagem e houve aquela estrondosa reação popular, ficou difícil pretender que a Alba blinde Binho Galinha’.
Foi exatamente esse o sentimento que prevaleceu ontem na votação da Alba. E nas redes sociais, a decisão bateu bem. Disseram até que a Alba está dando lições na Câmara, ou que esta deveria aprender com os deputados baianos.
Portas – Presente na sessão, com direito a falar, o advogado de Binho, Gamil Foppel, lamentou o resultado. Disse ele que a Assembleia poderia inclusive derrubar o andamento do processo, como o Senado fez com o senador Aécio Neves.
– Com todo respeito à Casa, mas criou-se um precedente perigoso, porque a partir de agora juízes de 1º grau poderão decretar a prisão de qualquer deputado.
Um deputado que ouvia comentou, também ‘em off’:
– Com todo o respeito a Gamil, mas se os deputados entrassem nessa, poderiam estar abrindo as portas da Alba para criminosos se candidatarem.
Certo é que 34 foram a favor da prisão, 18 contra e um absteve-se. Houve quem lembrasse que ontem foi o Dia do Ovo. No caso em apreço, o ovo quebrou.
Segundo Junior Muniz, do PT, ‘os valentões do PL sumiram’
Na sessão da Alba ontem, dos 63 deputados estaduais baianos, 10 estavam ausentes. Um era o próprio Binho Galinha, outros até se justificaram, como Ludmila Fiscina (PV), que alegou estar participando de um café da manhã com os guardas municipais de Alagoinhas, ou Fátima Nunes (PT), que disse estar acompanhando uma cirurgia da mãe.
Ou também Raimundinho da Jr (PL), que alegou estar num avião viajando para São Paulo. Mas o que chamou a atenção mesmo foram as ausências de Leandro de Jesus e Diego Castro, ambos do PL e bolsonaristas ostensivos.
Leandro disse que estava em Teixeira de Freitas e Diego em Jequié, e Júnior Muniz (PT) não perdeu a chance de alfinetar: ‘Faltaram os valentões do PL’.
Hilton Coelho (PSOL) cobrou o registro das ausências.
Ivana, a boa forma na Alba
Independente do mérito da questão, quem também faturou no caso de Binho Galinha foi a deputada Ivana Bastos (PSD), presidente da Alba.
A vantagem dela no caso foi a forma como conduziu os trabalhos que resultaram na votação de anteontem, sem alaridos, mas com firmeza e transparência.
Deputados dizem que isso reforça o discurso dos que defendem a presença dela como vice de Jerônimo.
Segundo Ataliba, São Roque deu uma virada no tempo
Sílvio Ataliba, ex-prefeito de Maragogipe e um dos arautos da retomada do Estaleiro Enseada, diz que com a volta da construção de navios pela Petrobras, o canteiro da ponte Salvador-Itaparica e também o VLT em Salvador, São Roque do Paraguaçu vive um momento histórico que marca o início de uma virada no tempo irreversível.
– Só o canteiro da ponte vai empregar 6.800 pessoas, com mais dois mil do estaleiro já dá um gás nunca visto. E quando a ponte estiver pronta, a área estará plenamente conectada com Salvador, incluindo o VLT do subúrbio.
Enfim, diz ele, a desgraceira que se abateu sobre São Roque após o fechamento do estaleiro, em 2015, é uma página triste que está sendo virada.
POLÍTICA COM VATAPÁ
No inferno vá só
Aos que perguntam onde achamos tantas histórias e estórias para contar aqui no Política com Vatapá, a resposta é única, é só saber beber em fontes cristalinas.
E uma delas é o senador Otto Alencar, três vezes deputado estadual, duas vice-governador, uma com César Borges ainda na era ACM e outra com Jaques Wagner, hoje senador.
Essa vem da lavra dele, que muito conviveu com ACM, o velho, e já sabia das manias do líder. Ensina ele que no entorno de ACM, brincadeira só na ternura. E não levasse notícia ruim, que ele não gostava, algo com sabor de desmancha prazer.
E eis que lá um dia ACM desembarca em Itaberaba e Pacheco, dono de uma gráfica, fanzão do ‘Cabeça Branca’, como chamavam, o recebeu jogando papel picado, muitos urras e vivas, se aproximou e falou todo alegre e sorridente:
– Meu líder, com o senhor eu vou até pro inferno!
ACM fechou a cara e de dedo em riste partiu para cima de Pacheco:
– Olhe aqui, sêo moleque. Pra o inferno você vai sozinho, viu?!
*Colaborou Marcos Vinicius
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.